segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Desperdício de Alimentos, o lixo e as doenças - Problema mais que atual, problema real

Edu Marcondes

Propositamente postei antes iniciar o texto de hoje, uma análise muito contundente que Rosana Jatoba fez sobre o desperdício de alimentos e o que a falta dele tem causado para a população mundial. Escolhi esse texto dela, pelo próprio motivo de ser - uma responsável análise da situação, que como diz a gíria futebolistica, "pegou na veia", de um grave problema social que afeta nosso tempo; Mas também, por que queria o gancho e trazer para o impacto de saúde pública que o desperdício de alimento e o lixo produzido pela humanidade tem causado.

Que um grande percentual da população mundial passa fome, quase todo mundo sabe mas quase ninguém quer ver de verdade, e principalmente falar sobre isso. É comum serem mostrados número recordes de produção agricola, ou percentuais espantosos de exportações e vendas; Da taxa do PIB (produto interno bruto) do pais que é fruto da agropecuária enfim... Mas tratar com seriedade os problemas de estocagem, distribuição, e principalmente controle do desperdício, ninguém encara, e pior, aceitar que todos nós desperdiçamos nem pensar.

O próprio desperdício e a má distribuição por si só, já um sério problema de saúde pública; Enquanto boa parte das pessoas está com sobrepeso, outros são sub-nutridos. Qual é pior para a saúde? Sem considerar o lado humanitário e sendo bem pragmatico é possivel afirmar que os dois são caóticos. O excesso de alimentos tem elevado as taxas de problemos cardiovasculares e sobre carga do sistema de saúde; Já a sub-nutrição é mais emergencial e talvéz mais catastrofica mas tão preocupante quanto.



Além do problema do desbalanço nutricional, que não quero me aprofundar muito por não ser minha especialidade; temos um outro que parece se insolúvel - O lixo que o desperdício gera - , e aqui quero ampliar a análise para todo tipo de lixo, não só o do desperdício alimentar.

Para quem trabalha em Vigilância, sobretudo ambiental, certificar que o acúmulo de lixo, sem destinação adequada é o principal potencial propagador de doenças nas cidades, não carece de muito esforço. O pior é ter que certificar o tamanho da dificuldade que os serem humanos tem para assimilar uma conduta simples que é a destinação adequada dos seus resíduos.

Hoje ao dar uma entrevista em um jornal regional sobre Dengue, pude abordar o assunto, e tentar em um exaustivo trabalho de formiguinha passar a mensagem que enquanto as pessoas não se convecerem que quem gosta de lixo é rato, escorpião, barata, insetos, mosquitos, enfim uma diversidade biológica que depende de materiais orgânicos em decomposição, água parada, restos de alimentos entre outros, para manterem seus ciclos de vida.



Enquanto estivermos no meio desse ciclo biológico certamente estaremos todos expostos às doenças que esse serem transmitem. Estamos no incio de 2012, o ano que tem tudo para ser de mudança profunda da humanidade, desde que as pessoas queiram mudar. Todo mundo sabe, ou pelos menos as pessoas que tem condição de tomar decisões que impactem na sociedade, sabem que os alimentos cada vez serão mais escassos - com a população crescendo no ritmo que vem, daqui a algum tempo nem que desmatemos tudo que existe, não seremos capazes de produzir alimento para todo mundo, e o desperdício somente piora essa quadro.

Essas pessoas sabem também que a falta de destinação correta de lixo, bem como a falta de urbanização das cidades, joga as pessoas no meio do ciclo das doenças mais se alastram hoje em dia: Dengue, Leishmaniose, Leptospirose, Toxoplasmose, Verminoses entre outras. Além disso ninguém assume com vontade o papel de ajudar a mostrar que o careta é jogar lixo em qualquer lugar. É triste ver crianças nos dias de hoje em grandes cidades de um pais como o Brasil convivendo em meio a dejetos de animais e lixo, e pior ainda com fome.



Sabem também que o desmatamento desenfreado, não é meramente um problema dos "ecochatos", nem tão pouco meramente climático. Se a humanidade quer sofrer as conseqüências dos problemas do desmatamento, como enchentes, desmoramentos, secas, e maior acesso de vetores de doenças em centros urbanos, é só continuar no ritmos que está, só não vale reclamar depois. Quem joga lixo no terreno do vizinho e pega Dengue, pediu pra pegar. O problema é que isso não fica só com ele se alastra pela cidade.

É amigos, hoje em dia ser ecologista , socialista, ambientalista ou coisas do genêro não é mais apenas um rótulo que os conservadores se arrepiam, é questão de necessidade. A sociedade mudou, o mundo mudou e está mudando, se para melhor ou pior depende da gente. É hora de deixarmos os pré-conceitos de lado para podermos nos garantir enquanto sociedade do futuro. Chega de ficarmos apegados as mesquinhezas ou obseções sem sentido, o mundo é muito maior, e as coisas acontecerão concordemos ou não. Então vamos nos unir em torno de situações que de fato interessam para melhorar nossa vida e de nossos descendentes nesse mundo, o que cada um fará individuamente de sua vida desde que não afete a dos outro, deixa pra lá.

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