sexta-feira, 27 de julho de 2012
A crise da saúde de Dourados
Por Edu Marcondes
Para
iniciar é preciso dizer que qualquer pessoa que entenda de fato os preceitos e
estrutura do SUS deve ficar profundamente irritada quando colocam todo o
sistema num balaio só e, tratam como se a saúde fosse apenas essa zorra de
administração hospitalar corrupta e falida que vemos espalhada no Brasil.
Posto
isso, é possível verificar que o sistema de atendimento hospitalar brasileiro
está de fato à beira de um colapso. Se fosse qualquer empresa privada já teria
falido a tempos, isso não acontece porque os governos sempre na hora H seguram
a onda, pois senão o impacto junto a população seria muito grande. Só não
quebram de vez, porque é sempre o bom e velho SUS que da jeito e, ainda alguns
profissionais mal informados metem o “pau” no sistema.
É
demais para quem está dentro do sistema, ver o uso politiqueiro e corrupto com
que tratam a coisa. Simplesmente dói na alma idealista dos profissionais de bem
da saúde verem que os incompetentes
gestores hospitalares simplesmente não têm organização, planejamento, gestão e
não cumprem as normativas sanitárias mais básicas para terem acesso às linhas
de financiamento do SUS e, depois ficam jogando para galera e manipulando o
povo.
Ninguém
fala que certo hospital deve quatro milhões e que sua contratualização não é
aprovada, pelo simples motivo de que seu gestor não atende a portaria do
Ministério da Saúde para liberar os recursos. E que a mais de três meses ele é
orientado a melhorar a estrutura e, mas não faz nada. Assim de fato o dinheiro
não irá sair nunca. No grito e na pressão não.
É
preciso que as coisas comecem a se tornar mais profissionais e mais claras e,
que fique evidente que a atenção hospitalar é apenas um ponto do SUS. Que a
saúde não é somente hospital e, há milhares de outros profissionais trabalhando
todos os dias para justamente desafogar esses hospitais e que em um município
com uma rede eficiente e de boa cobertura territorial isso ajuda muito.
É
necessário, porém, que essa rede primária funcione de forma eficaz, que a
prevenção e a promoção sejam uma ferramenta prioritária, assim é possível
diminuir o número de agravantes hospitalares, de doenças infectocontagiosas,
cardiovasculares e algumas crônicas, acabar é uma utopia, mas diminuir com
certeza é possível.
Como
último fator a se considerado é que hoje os Estados devem, e, estão se
organizando em redes regionalizadas de saúde, descongestionando as capitais e
sobrecarregando os municípios sede, o problema é que os pequenos municípios
devem compor sua rede primária para que funcionem e não façam apenas a gestão
de ambulâncias.
terça-feira, 24 de julho de 2012
MÉDICO VETERINÁRIO E SUA INSERÇÃO NO NASF
Por Edu Marcondes
Fruto de quase duas décadas de desenvolvimento de
ações regulares e consistentes de profissionais médicos veterinários, junto à
saúde pública, e o resultado de diversas incursões do Conselho Federal de
Médico Veterinário, junto aos órgãos específicos, em outubro de 2011 a
profissão por meio da portaria n° 2.488/2011, ganhou a possibilidade concreta
de se inserir a Atenção Primária do SUS.
A portaria que possibilitou tal inserção é resultado
da necessidade do fortalecimento e re-estruturação da atenção básica em âmbito
nacional. Esse fortalecimento atualmente, mais que uma possibilidade técnica é
uma necessidade premente e urgente.
É possível se fazer a certificação diária de que o SUS
passa por dificuldades financeiras para dar sustentabilidade ao setor
hospitalar e de alta complexidade, de forma que sempre que fez uma abordagem
das causas de agravos que resultam em atenção hospitalar invariavelmente chega-se
a conclusão da necessidade de reforço das ações de prevenção e promoção à
saúde.
O NASF, doutrinariamente deve assumir na prática esse papel
e conduzir ações permanentes de promoção em seu território que levem a redução
dos índices de derrames, infartos, hipertensão crônica, entre outros. Nesse
contexto o médico veterinário passa a ter uma importância crucial ao assumir
para si a competência que a formação profissional lhe conferiu ao atuar nesse
mesmo território de forma interdisciplinar, desenvolvendo ações de prevenção às
doenças infecciosas e zoonóticas de relevância na área. Deve ainda atuar na
promoção da saúde por meio da melhoria das condições ambientais, alimentares e
articulando com os componentes da vigilância da rede, por meio do controle das
populações animais e da educação sanitário, de manejo e conservação dos
alimentos de origem animal, controle vetorial e prevenção de doenças.
GESTÃO
DO SUS
Quando se fala da inserção de qualquer novo componente
do sistema a primeira dúvida que surge é a dificuldade financeira por que passa
o SUS.
Contudo, como já foi destacado no presente projeto é
claro e vital a necessidade de que os municípios assumam o dever de desenvolver
a prevenção e a promoção da saúde.
Nessa realidade o médico veterinário tem por formação
as melhores características para desenvolver o controle da epidemiologia
regional e de fato atuar na prevenção de campo junto às famílias.
O custo pode ser considerado irrisório, considerando a
abrangência da área de atuação do NASF, assim como a pouca necessidade em equipamentos
e o caráter permanente de ações preventivas que se dará em determinado
território. Não há necessidade de nada mais que algum modo de deslocamento, da
presença do profissional e alguns materiais de apoio didático para orientação
das pessoas.
MÉTODOS
DE ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO NO NASF
Para a realização das ações de prevenção o médico
veterinário inserido no NASF, deveria
atuar preferencial sob as seguintes orientações técnicas:
1.
Visitas domiciliares: Não há como se falar e não há melhor local para se
fazer prevenção do que dentro das residências das pessoas, orientando-as a
criar um ambiente mais saudável para sua família. Sendo que essas visitas devem
ser realizadas regularmente e permanentemente para que sejam feitas melhorias
ambientais gradativas e constantes no correr do tempo criando assim ambientes
cada vez mais saudáveis no território de ação.
2.
Reuniões e trabalho de grupo: Dentro do território de atuação do seu NASF, é
sempre recomendável que o médico veterinário desenvolva ações de grupo com a
população, levando diretamente a cada grupo orientações técnicas de manejo dos
animais inseridos no ambiente, das condições de manuseio e conservação dos
alimentos, dos aspectos legais sanitários e epidemiológicos regionais que
possam melhorar a prevenção dos agravos naquela região.
3.
Trabalhos interdisciplinares: Ao ter a consciência plena da promoção da saúde é um
conceito global, o profissional deve buscar atuar constantemente de forma a
articulada com os demais profissionais que compõem a sua equipe da NASF. E deve
propor ações de grupo que tenham impacto de mobilização em massa naquela
comunidade e, devendo estar disponível a participar de ações propostas por
outros profissionais da mesma equipe.
4.
Articulação com entidades: Sobretudo no que diz respeito à prevenção de doenças
infecciosas e zoonóticas é impossível que um profissional inserido no NASF
tenha condições plenas de executá-lo, sem desenvolver ações de promoção à saúde
articulados como os demais componentes de vigilância em saúde por meio de ações
compartilhados de Vigilância em Saúde, com ONG´s para estimulo do passe
responsável, para promoção ambiental entre outros; Com instituições de ensino e
clínicas veterinários da região para controle populacional e atendimentos
clínicos veterinários para a população carente, quando for o caso.
RESULTADOS
ESPERADOS
Pela característica de formação profissional e pela
metodologia de atuação propostos, espera-se que o município ao inserir o médico
veterinário no NASF, passe a ter no território de abrangência dessa equipe o
monitoramento e a redução gradativa e constante dos índices de doenças
infectocontagiosas tais como: leishmaniose visceral, dengue, raiva, surtos
diarréicos, infecções alimentares, verminoses, toxoplasmose, micoses,
dermatites e doenças de pele, doenças respiratórias alérgicas relacionadas a
animais entre outras.
Além de contribuir com a equipe na prevenção de
doenças cardiocirculatórias, acidentes de trânsito e sintomas respiratórios
(gripes) entre outras.
FRASE DE 1920 ...
Recebi de um email encaminhado pelo amigo Cel.Monteiro de Castro, e achei pertinente compartilhar;
Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa:
"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".
AYN RAND
Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa:
"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".
AYN RAND
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