Fruto de quase duas décadas de desenvolvimento de
ações regulares e consistentes de profissionais médicos veterinários, junto à
saúde pública, e o resultado de diversas incursões do Conselho Federal de
Médico Veterinário, junto aos órgãos específicos, em outubro de 2011 a
profissão por meio da portaria n° 2.488/2011, ganhou a possibilidade concreta
de se inserir a Atenção Primária do SUS.
A portaria que possibilitou tal inserção é resultado
da necessidade do fortalecimento e re-estruturação da atenção básica em âmbito
nacional. Esse fortalecimento atualmente, mais que uma possibilidade técnica é
uma necessidade premente e urgente.
É possível se fazer a certificação diária de que o SUS
passa por dificuldades financeiras para dar sustentabilidade ao setor
hospitalar e de alta complexidade, de forma que sempre que fez uma abordagem
das causas de agravos que resultam em atenção hospitalar invariavelmente chega-se
a conclusão da necessidade de reforço das ações de prevenção e promoção à
saúde.
O NASF, doutrinariamente deve assumir na prática esse papel
e conduzir ações permanentes de promoção em seu território que levem a redução
dos índices de derrames, infartos, hipertensão crônica, entre outros. Nesse
contexto o médico veterinário passa a ter uma importância crucial ao assumir
para si a competência que a formação profissional lhe conferiu ao atuar nesse
mesmo território de forma interdisciplinar, desenvolvendo ações de prevenção às
doenças infecciosas e zoonóticas de relevância na área. Deve ainda atuar na
promoção da saúde por meio da melhoria das condições ambientais, alimentares e
articulando com os componentes da vigilância da rede, por meio do controle das
populações animais e da educação sanitário, de manejo e conservação dos
alimentos de origem animal, controle vetorial e prevenção de doenças.
GESTÃO
DO SUS
Quando se fala da inserção de qualquer novo componente
do sistema a primeira dúvida que surge é a dificuldade financeira por que passa
o SUS.
Contudo, como já foi destacado no presente projeto é
claro e vital a necessidade de que os municípios assumam o dever de desenvolver
a prevenção e a promoção da saúde.
Nessa realidade o médico veterinário tem por formação
as melhores características para desenvolver o controle da epidemiologia
regional e de fato atuar na prevenção de campo junto às famílias.
O custo pode ser considerado irrisório, considerando a
abrangência da área de atuação do NASF, assim como a pouca necessidade em equipamentos
e o caráter permanente de ações preventivas que se dará em determinado
território. Não há necessidade de nada mais que algum modo de deslocamento, da
presença do profissional e alguns materiais de apoio didático para orientação
das pessoas.
MÉTODOS
DE ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO NO NASF
Para a realização das ações de prevenção o médico
veterinário inserido no NASF, deveria
atuar preferencial sob as seguintes orientações técnicas:
1.
Visitas domiciliares: Não há como se falar e não há melhor local para se
fazer prevenção do que dentro das residências das pessoas, orientando-as a
criar um ambiente mais saudável para sua família. Sendo que essas visitas devem
ser realizadas regularmente e permanentemente para que sejam feitas melhorias
ambientais gradativas e constantes no correr do tempo criando assim ambientes
cada vez mais saudáveis no território de ação.
2.
Reuniões e trabalho de grupo: Dentro do território de atuação do seu NASF, é
sempre recomendável que o médico veterinário desenvolva ações de grupo com a
população, levando diretamente a cada grupo orientações técnicas de manejo dos
animais inseridos no ambiente, das condições de manuseio e conservação dos
alimentos, dos aspectos legais sanitários e epidemiológicos regionais que
possam melhorar a prevenção dos agravos naquela região.
3.
Trabalhos interdisciplinares: Ao ter a consciência plena da promoção da saúde é um
conceito global, o profissional deve buscar atuar constantemente de forma a
articulada com os demais profissionais que compõem a sua equipe da NASF. E deve
propor ações de grupo que tenham impacto de mobilização em massa naquela
comunidade e, devendo estar disponível a participar de ações propostas por
outros profissionais da mesma equipe.
4.
Articulação com entidades: Sobretudo no que diz respeito à prevenção de doenças
infecciosas e zoonóticas é impossível que um profissional inserido no NASF
tenha condições plenas de executá-lo, sem desenvolver ações de promoção à saúde
articulados como os demais componentes de vigilância em saúde por meio de ações
compartilhados de Vigilância em Saúde, com ONG´s para estimulo do passe
responsável, para promoção ambiental entre outros; Com instituições de ensino e
clínicas veterinários da região para controle populacional e atendimentos
clínicos veterinários para a população carente, quando for o caso.
RESULTADOS
ESPERADOS
Pela característica de formação profissional e pela
metodologia de atuação propostos, espera-se que o município ao inserir o médico
veterinário no NASF, passe a ter no território de abrangência dessa equipe o
monitoramento e a redução gradativa e constante dos índices de doenças
infectocontagiosas tais como: leishmaniose visceral, dengue, raiva, surtos
diarréicos, infecções alimentares, verminoses, toxoplasmose, micoses,
dermatites e doenças de pele, doenças respiratórias alérgicas relacionadas a
animais entre outras.
Além de contribuir com a equipe na prevenção de
doenças cardiocirculatórias, acidentes de trânsito e sintomas respiratórios
(gripes) entre outras.
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