segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Convívio com o Lixo

Por Edu Marcondes

Falar de saúde, é antes de tudo entender que ter saúde, é viver bem. O duro é que todos entendam o que isso significa. Ter qualidade de vida não é necessário ter bens materiais. É antes de tudo estar com o espírito em paz.

O que leva cada um dentro de sua individualidade a encontrar essa paz de espírito, definitivamente é muito subjetivo e completamente individual. Portanto não me atrevo a entrar nesse contexto. Contudo pode-se afirmar e ter a certeza de que várias questões são comuns e ajudam a trazer se não completamente, pelo menos parcialmente essa qualidade de vida a praticamente todas as pessoas.

O ambiente em que se vive diariamente, sem qualquer pestanejar é uma dessas questões, digamos, universal. Não é possível que alguém viva em paz de espírito em meio ao lixo e ao entulho. Muito mais que isso, certamente essa pessoa ficará doente na acepção biológica da palavra.

O lixo, em sua definição mais primitiva pode significar resíduo, resto, o que já foi usado. Justamente por isso não se deve mais estar no meio das pessoas. O problema maior é que a sociedade moderna criou tantas coisas, para sua vida cotidiana, que não faz idéia do que fazer com o que sobra disso tudo.

Por isso vivemos em um mundo cheio de entulhos, lixos, resíduos. Alguns até que são meros resíduos e que com o tempo acabam por ser absorvidos pela própria natureza. Mas existem vários que são sérios contaminantes. E quanto mais tecnológica fica nossa vida, mais perigosos e danosos são nosso resíduos.

Quando se aborda esse tema uma das vertentes mais claras, certamente é a do apelo ambiental. Sem dúvida ele deve ser considerado primariamente, sobretudo pelo impacto direto que tem e terá, quanto as mudanças que pode causar, e assim comprometer a existência humana nesse planeta; ou para ser menos alarmista parte dele.

Fato concreto é que esses resíduos estão sim afetando a o meio ambiente, prejudicando os equilíbrios de ecossistemas que mantém a vida na terra. Os fatores climáticos ainda estão em amplo debate, mas a impressão prática que se tem é que de uma forma ou outra, o clima já está sendo também afetado. Com isso a produção de alimentos e a oferta de água doce do planeta também.

Esses fatores já citados, são essenciais a vida humana, e por si só já deveriam ser fundamentais para mudança de comportamento global. Mas o problema causado pelo lixo tem um aspecto mais próximo de que trabalha com saúde pública.

Sabemos todos que a propagação de doenças se dá sob influência direta de aspectos climáticos e ambientais. Boa parte das doenças corriqueiras da civilização atual obedece a modelos epidemiológicos que definem sua sazonalidade. As gripes e a Dengue pode ser os exemplos mais conhecidos. E se o lixo mudar o perfil do nosso clima, certamente transformará o comportamento de dispersão dessas e de diversas doenças em ações completamente novas.

Além disso, apesar de muita gente não gostar muito; a variação das estações do ano; em um movimento regular de frio, chuva, seca e calor trazem um equilíbrio de vida vital para a humanidade. Nossos antepassados faziam algumas relações interessantes, mas concretas; Uns diziam, por exemplo, que ano que da geada, tinha mais produção de manga.

A primeira vista parece piada, mas tem toda lógica, pois se fundamenta no equilíbrio que essa variação traz, ou seja, em períodos de frio intenso, diversas, pragas, bactérias, vetores e vírus são eliminados, e possibilitam que ao chegar das chuvas e do calor haja tempo das plantas produzirem em abundancia.

Imaginem agora se o mundo mantivesse um clima quente e úmido o tempo todo. Poderia até haver mais produção de manga. Mas certamente bactérias e fungos que atacam essa fruta, também encontrariam mais condições de atacar; E por outro lado se fosse frio o tempo todo, as mangueiras morreriam e não produziriam.

O impacto do lixo na vida das pessoas pode ser mais direto ainda, é nele que criam condições propicias para proliferação de animais sinantrópicos e vetores. O aedes sp, o culex, o phlebotomo, o escopião, ratos, etc, etc, etc... São dezenas de seres indesejados que se criam no lixo, e contaminam as pessoas diariamente.

É preciso que as pessoas pensem urgentemente no que fazer com o seu lixo; Como destinar corretamente o que sobra do seu dia a dia. Aos gestores públicos nesse caso cabe a missão de criar condições de destinação adequada e de cobrar que a população faça sua parte.


Ou todos pensamos nisso e agimos com rapidez ou certamente as mudanças do mundo continuarão a trazer impactos diretos e indiretos em nossas vidas e de nossas famílias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário