Para se falar de vigilância poderia ser utilizado
a metáfora de uma equipe de futebol, ou um time de qualquer esporte. Mas dada
as atribuições e as características de ação hoje sob responsabilidade, essa
estrutura está mais para um exército. Sim, porque num time o universo de
componentes não passa de 20, 30 ou 40 componentes.
Em nossa cidade a composição do Departamento de
Vigilância em saúde ultrapassa, os 200 profissionais, maior que muita
secretaria de vários municípios. Essa grandeza não é exclusividade de dourados,
todas as cidade acima de 200 mil habitantes, e tenha minimamente estruturada
sua vigilância certamente terá um efetivo de um exército. Um exército da
promoção da saúde!
Bem o fato é que, a cada dia a vigilância e a
promoção da saúde se fazem imprescindíveis ao Sistema Único de Saúde, e o nó
está justamente no fato de que pouquíssimos profissionais envolvidos, sabem
como fazer promoção. Quase ninguém tem a capacidade de atuar de forma
coordenada interdisciplinarmente, e principalmente atuar em prevenção e
promoção.
Não é preciso dizer que o sistema sem cobertura
de uma rede de atenção primária, sem vigilância e sem promoção, é um sistema em
colapso. Principalmente porque a rede hospitalar apesar de fundamental é e
sempre será insuficiente, para atender a demanda.
Frente a isso cada vez mais a gestão vê a
necessidade emergencial de garantir atividade de prevenção e que levem a
mudança de comportamento das pessoas. E ai a vigilância é peça fundamental que
pode dar o suporte devido para a atenção consiga efetivamente produzir uma
mudança comportamental coletiva que leve a prevenção dos principais agravos que
hoje tornam insuficientes os recursos do SUS.
Para tanto é preciso que todos foquem na situação
onde a força coletiva produz as grades vitórias. Tanto na historia dos
exércitos, quando na história das equipes esportivas, invariavelmente os
momento épicos foram construídos com muita doação individual em prol do
coletivo. As vitórias somente vieram e se eternizaram quando todos os
envolvidos entenderam que eram realmente importantes, e passaram a confiar no
companheiro ao lado.
O Pelé se eternizou, porque a equipe de 70 se
eternizou. Porque todos tinham um compromisso incondicional em fazer a equipe
boa. Eram 11 craques que desempenhavam suas funções com tanta excelência que o
companheiro ao lado confiava de olho fechado e rolava a bola.
No caso do SUS, hoje vemos uma falta quase que
total de integração e confiança entre os segmentos. Não vemos “os craques”
assumirem com vontade sua função, e um rola a bola pro outro, apenas para se
ver livre dela e não para resolver a situação.
É premente que os serviços municipais de
vigilância comecem a se integrar entre e a seguir com a rede. É preciso que se
sintam um time, um exercito que esteja com a alma envolvida em promover saúde,
em dar suporte ao sistema para ele funcione como tem que funcionar. É preciso
também que a atenção saia do marasmo, do comodismo e para de reclamar e assuma
seu papel de verdade. Que se abra a integração e a parceria.
Os setores de apoio matricial como NASF, devem se
comportar como os promotores permanentes de saúde no território em que atuam.
Aqui em Dourados o inicio foi realizado, o ponta pé foi dado, e os resultados
já aparecem claramente. É necessário que isso seja consolidado para que nunca
mais a cidade possa ter a desarticulação do passado.
Hoje a cidade tem um verdadeiro exercito de
vigilância a disposição da saúde. É preciso que todos entendam agora o que é de
fato fazer vigilância e se unam a um exército maior ainda que se chama SUS.
Pois isso sim é que trará a saúde a população precisa.
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