2012 foi um ano de grande atividade e correria,
mas com grandes realizações, que chegou ao final com um sossego que me fazia
crer em um 2013 navegado em águas calmas.
Mas por falar em água é justamente dela que brota
nosso agitador número 1 nesse inicio de ano, o Aedes aegypti o nosso popular mosquito da Dengue. O danado está
acabando com nossa tranqüilidade e cada dia se torna uma ameaça mais presente e
concreta.
Sempre tivemos a orientação doutrinária de que a
infestação baixa evita epidemias, mas nesse ano estamos nos deparando com uma
situação bem diferente. Apesar dos trabalhos de campo estarem demonstrando
diariamente um infestação baixa, o número de casos não está regredindo.
O estado de Mato Grosso do Sul, vive uma grande
epidemia, em todas suas regiões, e talvez pela primeira vez de forma conjugada.
Até hoje víamos, um município ou região por vez, entrar em epidemia por vez.
Mas todos de uma só vez como agora é inédito.
Nossa cidade, Dourados, está vindo a reboque
dessa situação. Por Deus estamos no fim da fila, hoje somos o município 59,
entre os 78 do estado em incidência de notificações, para 100 mil habitantes; E
graças ao fato de ter terminado o ano de 2012, uma infestação baixíssima e com
apenas 38 casos confirmados, os efeitos dessa epidemia estadual está bem mais
retardada por aqui.
Nosso aumento de casos apesar de constante tem
sido freado pela baixa infestação vetorial média que é hoje de 0,86%, portanto
abaixo do 1% preconizados pelo Ministério da Saúde. E apesar de em alguns
momentos nos sentirmos impotentes diante da epidemia, temos nos certificado que
esse fator deixa a evolução mais lenta; É como um carro andando com o freio de
mão puxado, por exemplo.
Isso tem possibilitado, até agora que as unidades
de saúde tenham tido condições de tratar esses pacientes com calma e tranqüilidade.
Quem anda pelas UBS, não vê tumultos ou grandes aglomerações de pessoas.
Conseqüência disso, é que diferente de outros municípios,
não tivemos casos de agravamentos nem óbitos. E antes que eu cometa alguma
leviandade que se registre o fato que eles podem ocorrer sim, pois não dependem
exclusivamente do trabalho bem feito e da boa vontade dos profissionais de
saúde, mas envolve também questões imunológicas individuais que são impossíveis
de se prever.
O trabalho hoje é de, apesar de infortuito em
alguns momentos, tentar manter a cidade com esse mesmo nível de infestação
vetorial, para que se possa manter o mesmo padrão epidemiológico observado até
aqui, ou seja; Casos ao alcance de um tratamento básico e sem maiores conseqüências.
Para tanto nunca é demais lembrar que toda a
sociedade deve estar envolvida nisso. O mosquito é muito rápido e versátil,
quanto se pensa que ele tem características urbanas o bicho faz um estrago nas
áreas rurais, se considerar ele como rural, as conseqüências aparecem na
cidade, e por ai vai. A única saída é cada um se cuidar para não tomar picada,
e usar para isso todas as armas possíveis é válido.
Eliminar depósitos, não acumular ou descartar
lixo de forma irregular, não deixar água parada, são sempre a melhor
alternativa, agora se mesmo assim avistar um Aedes, não se pode ficar
esperando; O uso de repelentes e venenos domésticos (sprays) pode ser usado,
repelentes naturais também. A única coisa que não pode é tomar picada.
As equipes de campo do CCZ, através dos agentes
de endemias, e da atenção básica, com os agentes comunitários de saúde, estão
unidas em um trabalho fenomenal de prevenção e orientação da população nesse
sentido. Seu trabalho deve ser sempre exaltado. Ninguém nota, mas eles
trabalham sol a pino, dia a dia, e inclusive nos feriados, finais de semana e
carnaval para o bem da população, para que Dourados continue como está, no fim
da fila da Dengue de Mato Grosso do Sul.
Se a comunidade os ajudar poderemos chegar lá.
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