Por Edu Marcondes
É fato que historicamente a vigilância sanitária
sempre teve uma participação toda peculiar em relação aos sistemas de saúde do
país. Tem uma vasta ficha de atuações desde o período das navegações. Participou
inicialmente em portos do país para controlar a entrada de pessoas doentes e
produtos ilegais que pudessem trazer danos aos cidadãos brasileiros.
Contudo desde a criação do SUS ela passou a ser a
base institucional do que chamamos hoje de vigilância em saúde, já que passou a
agregar em parceria com os segmentos de epidemiologia, ambiente e saúde do
trabalhador uma gama muito abrangente que busca acima de tudo promover a saúde
da população e garantir ações de prevenção de doenças.
Ainda assim até inicio dos anos 2000, essa
interação era bastante segmentada entre esses 4 segmentos. Sendo que somente
com a portaria 410 do MS, em 2000, é que eles foram definitivamente unificados
e integrados ao nosso Sistema Único de Saúde de forma realmente prática. Ganhou
uma estrutura de fato integrada à atenção a saúde.
A partir a vigilância daí a sanitária deixa de
ter um papel diverso e passa a compor algo muito maior, de mais penetração
social, integrado efetivamente com o compromisso de saúde pública. Porém passa
atuar especificamente em um ramo apenas, em um segmento básico. Ela detém então
a responsabilidade de garantir, estabelecimentos, bens de consumo e serviços,
inclusive os da própria saúde, de qualidade sanitária tal que evite a
transmissão de agravos ou doenças para as pessoas.
É bem verdade que muito poucos municípios do
Brasil, conseguiram de fato criar uma estrutura de vigilância em saúde, efetiva
em seus organogramas e regimentos internos. Sua grandiosa maioria acaba por
agregar os demais segmentos da vigilância à vigilância sanitária; que por sua
vez ao invés de compor uma estrutura mais ampla, acaba por ficar com super
poderes não executáveis na pratica.

A fiscalização sanitária, deve se ater a isso;
Aos quesitos sanitários e nada mais. No caso de estabelecimentos comerciais,
garantir que a manutenção dos produtos no varejo obedeçam a padrões de
garantia. Para outras atuações, como saúde do trabalhador, epidemiologia e
ambiente, conforme já descrito existem outros segmentos devidamente dotados que
devem assumir a função.
Aos profissionais que atuam em vigilância
sanitária, cabe ter a convicção da importância de sua atuação, com ponderação,
responsabilidade e coerência devem manter sempre o intento de garantir, que
cada alimento, cosmético, medicamento, ou serviço de saúde – entre outros - que
chegue ao contato da população tenha a máxima garantia de saúde. Afinal de
contas acima de tudo a vigilância é saúde.
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