É de impressionar o nível de medo que a população
vem apresentando com relação a gripe A. Boa parte desse pânico é fruto do
próprio sistema de saúde, outra parte é culpa da impressa sensacionalista e uma
parcela é dos desinformados profissionais de saúde passam uma postura alarmista
e irresponsável quanto a situação da doença.
É de se pensar ainda que alguém possa estar
ganhando com o pânico das pessoas. Sim porque é sempre bom lembrar, que em uma
situação como a que estamos vivendo as pessoas pagam o que não têm para receber
a dose de vacina particular, por não ser contemplado como grupo prioritário do
programa oficial.
A coisa que um profissional de saúde mais devereia
se envergonhar em sua vida profissional é de explorar o sofrimento das pessoas
em seus momentos de maior fragilidade. Não ter o cuidado necessário ao divulgar
informação que pode causar transtornos imensos na vida das pessoas certamente
contribui para o aumento desse sofrimento; As pessoas não são obrigadas a ter o
conhecimento técnico especifico, mas o profissional de saúde sim.
Divulgar na imprensa de forma alarmista que o
H1N1, é a doença mais calamitosa da atualidade, pode ser caracterizado como
desconhecimento, ou má fé mesmo. É preciso que fique muitíssimo claro que H1N1,
trata-se se uma variedade (cepa) do vírus influenza, que é o responsável por
nossa gripe sazonal – A gripe comum!
A gripe, até a pandemia de 2009, não era doença
de notificação compulsória e as campanhas anuais dificilmente atingiam a meta
estabelecida para o efetivo bloqueio vacinal. Haviam inclusive boatos insanos
de que o governo queria vacinar os idosos para diminuir o déficit previdenciário.
Ninguém dava a devida importância por que morriam
muito mais gente que se pensa, de pneumonias e agravamentos respiratórios, mas
não era notificado. Com o surgimento da nova variedade viral e com a formação
da pandemia, passou-se a tratar a influenza A de notificação compulsória. Ai
deu-se a confusão, pois passaram a notificar e ter dados apenas da gripe A, mas
das outras não.
Quando divulga-se, hoje em dia os números de
H1N1, tanto de notificações quanto de óbitos, ninguém lembra que existem outros
milhares, e em muito maior quantidade de outros tipos de influenza, fazendo
casos graves diariamente e levando a obtido sem serem registrados.
É fundamental o entendimento dos profissionais de
saúde e das pessoas em geral, que problema sério e que deve ser cuidado, é a síndrome
gripal, principalmente a respiratória grave, seja ela causada por H1N1, ou
outra variação de influenza. Isso tanto faz, por que o caso que se agravar
poderá levar a óbito independente da variante viral.
Que o H1N1 deve ser tratado com seriedade e
cuidado isso ninguém em sã consciência pode negar, agora criar uma mística em
cima disso é insano. Em 2009, a população mundial, nunca havia tido
contato com a nova cepa e ninguém sabia exatamente como seria o comportamento
de virulência dessa variante.
Hoje boa parte da população já tem contato com o
vírus. As campanhas de vacinação promoveram uma cobertura
satisfatória, nos grupos prioritários, conferindo assim uma barreira imunológica
na circulação viral. Precisamos certamente confiar no programa, desde que cada município,
trate de efetivamente fazer o seu papel bem feito, e cumprir as metas estabelecidas.
Os casos isolados, certamente acontecerão, como
certamente, serão observados alguns óbitos e alguns casos graves. A população
também deve ajudar, se cuidando; Sabendo que em todos os invernos sempre
ocorrerão casos graves de gripe, H1N1 ou não, e portanto devem buscar lugares
arejados, se manter higienizado, evitar aglomerações, evitar proximidade física
com pessoas sintomáticas, enfim; Devem se cuidar.
Ademais devem ser preventivas quando parte de
grupos prioritários para não acontecer o que vemos regularmente, quando muitos
que deveria se vacinar, protelam sua atitude e se expõem desnecessariamente ao
risco.
Em suma cada um deve fazer sua parte, se prevenir
contra a gripe, saber trata-se de uma coisa séria, como tudo o que é ligado a saúde o
é; E principalmente confiar nos programas oficiais e nos trabalhos técnicos e científicos
que balizam os programas. Simplesmente “chutar o balde”, apenas causa tumulto,
espalha o pânico e pior, não resolve nada!
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