Fruto um projeto com apoio institucional entre o
Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, surgiu um programa denominado
“Saúde e Prevenção na Escola” – SPE. O foco, segundo consta seria o
desenvolvimento de ações de prevenção às DST/Aids, junto a jovens por meio de
uma metodologia, até certo ponto insegura.
A poucos dias participei de uma reunião técnica;
Com os responsáveis pelo programa no estado de Mato Grosso do Sul, da saúde e
da educação. Na explanação as técnicas buscavam a adesão de nosso município ao
referido programa, sempre exaltando a característica inclusiva por meio de participação de adolescentes ao
redor dos 15 anos de idade, sendo esses auto condutores e disseminadores de
teorias que lhe seriam fornecidas por meio de capacitações na secretaria
estadual.
Foram apresentados materiais didáticos que seriam
os norteadores dessas capacitações e ainda descreviam o que seria a
participação da saúde nesse contexto. Segundo as técnicas, a participação da
saúde estaria ligada diretamente à Atenção Básica, por meio de profissionais
que pudessem acolher possíveis portadores de DST, identificados no universo
desses jovens.
Após refletir por vários dias tudo o que ouvi e
vi sobre o programa, surgiram perguntas que não se calam em meus pensamentos; O
que de fato esse programa está prevenindo? Sim, porque me desculpem as nobres
técnicas que fizeram a apresentação – O programa, da forma que apresentaram não
previne de fato nada. Ele apenas ensina os jovens a identificar possíveis
agravos e a procuram apoio na atenção básica. Esse programa foi formatado muito
mais voltado à inclusão social das diversidades do que propriamente à
prevenção.
O SPE se mostrou, com um tremendo desconhecimento
sobre a estruturação do sistema de saúde pública. E justamente por isso se
torna ineficiente para prevenção de DST´s, sobretudo se for considerada a
complexidade do tema proposto.
Não podemos deixar que seja passada a estrutura
enviesada de um programa com um objetivo
tão relevante quanto a prevenção das DST´s, se não está nele bem
conceituado a premissa básica de um sistema de saúde. Não está claro sequer o
que é acolhimento, atenção e o que prevenção.
Pelo que foi proposto, os jovens iriam trabalhar
a abordagem técnica das DST/Aids, conduzidos pelo colega capacitado (conforme
já descrito) e em tendo dificuldades iriam buscar atendimento da Equipe de
Saúde da Família do território onde estivesse inserido. Essa possibilidade,
porém se torna temerosa, ao passo em uma abordagem extremamente técnica seria
abordada e tratada por jovens, que ainda não possuem reação comportamental,
sexualidade, e personalidade totalmente definidos, e principalmente sem
experiência de vida consolidada.
O tratamento dessa importante necessidade definitivamente
deve ser supervisionado de perto por um profissional habilitado; Senão ao invés
de prevenção, o programa pode ser um indutor de distúrbio comportamental, visto
que poderiam a vivenciar comportamento de bando, bulling e diversas formas de
agressões físicas e emocionais.
Os sistemas de saúde têm em seus quadros
profissionais e programas extremamente especializados e capacitados, que podem
acompanhar de perto e orientar esses jovens. Temos nos NASF´s, nos programas de
DST/Aids e nos ESF; psicólogos, enfermeiros e médicos que já o fazem com
ilibada ética e competência.
Devemos refletir sobre o assunto com prudência, e
verificarmos com atenção devida, para onde estamos conduzindo nossos jovens;
Para que ai sim falemos em prevenção. Largá-los à própria sorte é
negligencia... é se livrar do problema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário