segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

RECESSO - Feliz 2012

Pessoal, estamos saindo de recesso, para a passagem de ano.
Aproveito para agradecer a todos o apoio e convivio em 2011, espero poder continbuar contando e contribuindo com todos em 2012.

A todos um feliz e grandioso 2012

ATÉ dia 03 de Janeiro de 2012

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Proposta proíbe perseguição de animais seguida de laçadas em rodeios

Fonte: Site CRMV-MS


Tramita na Câmara projeto que proíbe perseguições seguidas de laçadas e derrubadas de animal em rodeios ou eventos parecidos. A proposta define penalidades que podem chegar a R$ 30 mil para quem não cumprir a determinação.

De acordo com o texto (Projeto de Lei 2086/11), do deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), será considerado infrator o proprietário do local onde foram executadas as práticas contra os animais. Também sofrerá pena o servidor ou a autoridade que conceder alvará ou licença para a realização do evento. A multa poderá atingir o valor de R$ 30 mil.

Ricardo Tripoli destacou que, na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos deste ano, um garrote, como é chamado o touro jovem, teve que ser abatido depois de ficar paralisado quando um peão lhe quebrou a coluna vertebral. O fato não é incomum na prova do rodeio chamada de bulldogging. O peão desmonta de seu cavalo em pleno galope, atirando-se sobre a cabeça do garrote em movimento. O competidor deve derrubar o animal, agarrando-o pelos chifres e torcendo seu pescoço.

Bezerros de 40 dias
São cruéis também as provas de laço. Na calfroping (laço do bezerro), o laço que atinge o pescoço do bezerro o faz estancar de forma abrupta, tracionando-o para trás, em sentido contrário ao que corria. O laçador desce do cavalo e, segurando o bezerro pelas patas, ou até mesmo pela prega cutânea, ergue-o do solo até a altura da cintura do laçador, para em seguida atirá-lo violentamente ao chão, sendo três de suas patas amarradas juntas. São utilizados bezerros de apenas 40 dias de vida, já que o animal não pode ultrapassar 120 quilos.

“Se as laçadas e derrubadas são condenáveis até mesmo nas fazendas, onde são executadas por necessidade, com muito mais razão não podem ser admitidas como mero entretenimento”, afirmou o parlamentar.

Tramitação
A proposta será analisada pelas comissões de Turismo e Desporto; Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, inclusive no seu mérito, antes de seguir para o Plenário.
Íntegra da proposta:
PL-2086/2011
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Mariana Monteiro
A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara de Notícias

2011 foi um ano de muita saúde pública em Dourados-MS

Edu Marcondes


Estamos chegando ao fim do ano adminstrativo de 2011, sendo portando que já possivel traçar um perfil para do que foram esses 365 dias para a saúde pública de Dourados-MS. Podemos também dentro de uma visão estritramente técnica e real, sem paixonismos políticos, que tanto mal fazem a saúde - física das pessoas de bem que trabalham nesse e para a propria prática de gestão.

É importante que observemos que política de saúde de um municipio ou de um governo, não pode jamais ser confundida com política na saúde. A gestão pública de saúde não é lugar para brincadeiras nem experiencias pessoais para ganhos indivuais. Quem se propõe a fazer saúde, deve ter muito claro em sua alma que estará trabalhando pelo bem de todos... Todos mesmo, e não alguns apadrinhados ou para si próprio, como vimos em um passado muito recescente que está de fato sendo deixado pra tras.

Ótimo seria se conseguisemos, todos os Douradenses, deixar de fato esse passado para tras, mas com a experiencia da lição aprendida de fato. Digo isso pois ficou marcante no ano que estamos findando que infelismente alguns cidadãos de nossa cidade, de dentro e de fora da gestão, ainda teimam em buscar a pressão política, o apadrinhamento a amizade, ou o posto que exerce para quebrar uma multinha aqui, ganhar uma ajudinha ali, conseguir um conveniozinho acolá, se esquencendo que essas atidudes é que mergulharam nossa cidade no caos a poucos meses. As pessoas se esquecem que isso é a fonte primaria da corrupção.

Sorte foi que tivemos um prefeito e uma secretária de saúde que não deixaram se levar por essas pessoas, nem a pressão barata e as artimanhas que essas pessoas de estratégia do mal usaram; Como disse nosso prefeito aos 76 anos nasce de fato uma nova Dourados, que não aceitara mais esses tipos de articulações. Mas que fique o registro de que essas pessoas e essas tentivas foram o unico ponto negativo de 2011, para a saúde, pois tomaram tempo e causaram muito desgaste as pessoas de bem que queriam de fato trabalhar para o avanço da cidade.



Tirando os fatos negativos exaltemos os positivos, que não são poucos. Podemos de incio dizer sem a menor dúvida que Dourados posui já hoje o melhor aparelhamento de Vigilância em Saúde do estado, tanto estrutural quanto de pessoal; Possui uma das melhores e mais bem estruturadas ações interligadas de atenção e vigilância do Estado e até do Brasil; Possui uma da mais bem distribuidas e operantes equipes de saúde da família do país.

Os números nos mostraram que pela primeira vez os órgãos de vigilância (CCZ, DST/AIDS, Vigilância Sanitária, Imunização, CEREST, Tuberculose e hanseníase) todos sem exceção fecham o ano com todas; eu disse todas as metas cumpridas de seus planos de ação. A atenção básica acabou com quase todas as filas de exames, e hoje é possível qualquer cidadão ser acolhido e atendido pela rede pública, em alguns casos, com mais agilidade que alguns planos de saúde privados. O nível de atendimento hospitalar seja de emergencia como no Hospital da Vida, seja para casos de referencia atendidos no HU, foi dos melhores do país. Dourados-Ms, é hoje de fato uma sede de macro região que absorve todo o sul do estado e desafoga o complexo de atendimentos da capital, se tornando portanto peça chave para a saúde pública do estado.

Com relação as epidemias foram todas devidamente controlada, e cabe uma parte especial à Dengue. Saímos de uma grave epidemia de 2009-2010 de quase 5000 casos com 7 óbitos, para um número oficial de 67 casos confirmados no ano todo de 2011. Contudo esse será de fato o ano de teste para as equipes, já que segundo estudos epidemiológicos, provavelmente esse deva ser o ano de entrada de nova epidemia, portanto todo cuidado deverá ser pouco.

Para o ano que entra os desafios são gigantes, manter um patamar no nível que a saúde pública alcançou em 2011 é tarefa das mais dificeis. Teremos problemas gerenciais e estruturais a resolver, como por exemplo planejar melhor e agilizar mais as nossas compras; Sanar problemas isolados que tendo em vista grande propagação da mídia acaba por manchar a imagem da nossa saúde pública; Isolar mais e mais as pressões politicas para que nossos profissionais possam trabalhar pensando unica e exclusivamente no que mais sabem fazer; Debelar com agilidade cada novo foco de doença que possa surgir; Aprimorar a cada dia o casamento fundamental da saúde pública - Vigilância X Atenção Primária.

Ao fazer essa análise e conhecendo de dentro o trabalho e os possicionamentos profissionais de nossa secretária e exaltando o grandioso trabalho de unificação e aceleração das ações de saúde que ela realizou em 2011, e conhecendo a equipe ao seu lado - que tenho orgulho de fazer parte - que agora está mais calejada e experiente, vislumbro um 2012 de muita saúde para todos os Douradenses. Seremos em um muito curto espaço de tempo modelo de estrtutra de saúde para todo SUS, podem ter certeza disso; É só não atrapalherem mais.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O poder da pose

por Alysson Muotri |categoria Espiral

Durante uma conversa, nossa imagem corporal fala mais intensamente sobre nós do que a linguagem verbal. Nossos gestos e postura dizem muito sobre nosso estado emotivo, sobre nossa história individual. Podemos perceber com certo grau de confiança se uma pessoa tem personalidade forte, se é simpática, confiável ou honesta através da observação gestual.

Isso acontece porque somos programados para perceber gestos e expressões faciais de outros humanos muito rapidamente, em frações de segundo. O fenômeno é parte de um processo evolutivo que lapidou nossas redes neurais e nos deixou como agentes sociais. As consequências são enormes: eleições são definidas pela imagem, quem será promovido, quem será o escolhido em certo contexto, enfim, a linguagem não verbal é parte essencial da vida humana.


Mais precisamente, a forma como nossos braços e pernas se comportam em determinada situação passam uma mensagem inconsciente, assimilada pelos que estão a nossa volta. Braços abertos, mãos na cintura, rosto erguido, peito estufado formam um conjunto poderoso que reflete nosso estado emocional. Esse tipo de “pose de poder” transmite uma mensagem de que somos perigosos, agressivos. Acontece da mesma forma com outros animais (pavão, gato, peixes, gorila, etc) quando colocados em situações de risco. O mesmo acontece com nossa expressão facial, quando nos sentimos felizes, sorrimos.

Mas se o corpo transmite esse tipo de mensagem, será que o inverso funcionaria também? Será que sorrir propositadamente nos faria ficar mais felizes? Ou apoiar os braços na cintura nos deixaria mais poderosos? Esse tipo de experimento foi executado pela pesquisadora Amy Cuddy, professora de psicologia de Harvard. O grupo de Amy estava interessado em descobrir se podemos modificar nosso estado emocional usando o corpo, através de modificações fisiológicas afetadas pela postura.

Amy focou em posições de poder, aquelas em que expandimos nosso corpo, braços pra cima e peito aberto, como se estivéssemos celebrando uma vitória ou conquista. Esse tipo de gesto comunica e reflete poder. O oposto disso são poses “fracas” ou deprimidas, em geral com braços cruzados, mãos tocando a face ou pescoço, cabeça baixa e ombros curvados pra frente. Os experimentos foram bem simples. Voluntários entravam no laboratório e os níveis de testosterona e cortisol eram medidos imediatamente pela saliva.

Testosterona é um hormônio associado a dominância e agressividade, em geral, presente em altos níveis em pessoas com tendência a liderança. O cortisol é um hormônio relacionado ao estresse. Líderes têm baixos níveis de cortisol e por isso toleram melhor o estresse. Depois disso, os voluntários foram instruídos a ficarem em posições de poder ou poses “fracas” por 2 minutos em um quarto isolado. Em seguida, foram convidados a participar de uma aposta e podiam optar se queriam ou não correr o risco. Ao final do experimento, os níveis de hormônios foram medidos novamente. O processo todo levou em torno de 20 minutos.

Os resultados mostraram que aqueles que ficaram em posições de poder tinham uma tendência maior a fazer a aposta, indicando uma tendência a assumir uma atividade de risco. Surpreendentemente, os níveis de testosterona subiram e o cortisol diminuiu significativamente nesses indivíduos. O oposto aconteceu com as pessoas que permaneceram com as poses fracas. Um segundo experimento mostrou que pessoas que ficaram em poses de poder por dois minutos antes de uma apresentação oral, tiveram uma melhor comunicação e melhor índice de aceitação do que os que ficaram com as poses deprimidas ou fracas. Um único detalhe: alguns indivíduos ficaram tão confiantes que passaram a dominar o ambiente, gerando um desconforto com consequências negativas.

Os dados são tão claros que fica até fácil por em prática. Antes de uma situação de estresse, como uma entrevista de emprego ou um encontro importante, pratique poses de poder por alguns minutos. Não fique no canto, encurvado no smartphone, mas procure fazer um alongamento e expandir o corpo. O sucesso não é garantido, mas vai com certeza ajudar na sua desenvoltura e projeção. Só tome cuidado pra não exagerar na dose e acreditar que é um super-homem. A consciência da própria limitação é também uma das melhores qualidades nas pessoas de sucesso

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O Papel do CEREST

Edu Marcondes

Dentre as atividade de vigilância em saúde da modernidade, temos uma que é bastante conhecida, muito debatida, mas que poucas vezes é entendida em sua concepção e função insitucional. Estou me referindo a saúde o trabalhador, que é executada pelo órgão conhecido como CEREST.

Em Dourados-Ms, por meio do Departamento de Vigilância em Saúde, tenho tido a oportunidade de estar a frente desse programa, do ministério da saúde que é de extrema relevância para o sistema de porém muito pouco entendido pelas pessoas, tando usuários quanto profissionais. Colocar na cabeça dos envolvidos que o programa é uma atividade de vigilância em saúde e como tal, tem por doutrina básica as ações de prevenção, não tem sido tarefa fácil.

Quando se fala em saúde do trabalhador, de imediato, nos vem a cabeça a atuação sindical, e geralmente de grandes empresas empregadores de grande número de funcionarios com elevado quantitativo de notificações de agravos dessa natureza. Em face disso nos deparamos com um estrutura totalmente enviezada e equivocada do papel do CEREST nessa realidade. Não é raro observarmos o programa se confundir com o papel dos órgãos previdenciarios, e ser buscado por pessoas querendo atestados médicos e afastamentos do trabalho. Não é raro também verificarmos um viés assistencialista muito marcante, sobretudo em atendimentos ortopédicos e fisioterapeuticos. 

A história mostra que os CEREST´s acabaram sendo montados com repasses financeiros veiculados a contas de média e alta complexidade dos municipios, o que acabou gerando enormes distorções, tanto de atuação quando de uso indevido de recursos que seriam voltados a ações preventivas em grandes territórios de atuação, e é comum verificar que os recursos por vezes financiaram clinicas de fisioterapia que demandam grande esforço do programa, mas que não tem a minima condição de priorizar o atendimento ao trabalhor, elas acabam via de regra reforçando a rede de atenção desses municipios. É possivel verificar também o uso em melhorias da rede primária sem o devido aproveitamento por parte da saúde trabalhador.

O fato é, que isso até poderia ter sido feito, contudo não é a prioridade funcional do programa, e sim um complemento que pode ser usado à assistência dos trabalhadores em situações específicas e pontuais. O CEREST na verdade deve constituir um órgão de vigilância e não de atenção especializada, visto que a assistência aos trabalhadores, é obrigatória pela lei 8080, e é um dever da rede atendê-lo em suas necessidades.

As equipes de CEREST, são pequenas, formadas por um médico, um enfermeiro, um psicólogo, um assistente social, e um fisioterapeuta - para municípios do porte de Dourados-Ms, por exemplo - de forma que torna-se impossível uma equipe dessas atender  a demanda de todos os trabalhadores de determinado território. Essa equipe na verdade é constituida com intuito bastante claro de promover ações de identificação de agravos, promoção à saúde e prevenção. Devem sair de dentro de casa e ir ao encontro de, todo quanto possível, trabalhador de seu território para oreintá-lo e previní-lo de agravos de natureza laboral.

Como todo órgão de vigilância tem sua possibilidade de aplicação de sanções legais por meio de atuações em conjunto com a vigilância sanitária, sendo porém que deve ter o foco voltado a ações constantes e de rotina para buscar a promoção de atitudes corretas dos trabalhadores. É preciso lembrar sempre que também como todo órgão de vigilância causa incomodo por tratar de mudar o comportamento, porém se realizado como dever de oficio, tem um papel de relevância destacada no sistema de saúde em seus territórios de atuação, pois óbviamente diminuem a demanda de atendimentos de todos os níveis em uma rede de saúde.

Há que se destacar por fim o grande impacto social que os agravos de trabalho tem, desde a diminuição temporária das forças de trabalhos, até o elevado custo financeiro que geram esses trabalhadore licenciados às previdencias do país, bem como o custo efetivo e direto da saúde pública para atender e reabilitar esses agravos. E só para tornar mais prática essa afirmativa basta lembrar que um cidadão se deslocando de casa ao trabalho quando se acidenta, é considerado acidente de trabalho.

O CEREST não é o órgão indicado para licença ou atestados de trabalho, ele deve doutrinariamente buscar a prevenção desses agravos, justamente para desafogar o sistema previdenciario e o de saúde de forma que não podem se confundir na forma de atuar. Ele é definitivamente de vigilância e não de atenção à saúde, e portanto deve estar compartilhado, porém como dizem popularmente: cada um com seu cada um.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O SOL DE DOURADOS-MS



Aconteceu hoje, em Dourados-Ms, por volta das 11:00 hs um fenomeno natural do Sol, completamente visível em nossa cidade.

O fenômeno que foi no mínimo intrigrante, chama-se Halo e é provocado por particulas de gelo na atmosfera que formam essa espécie de arco-iris ao redo do sol!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A Inspeção Sanitária em Estabelecimentos Públicos de Saúde

Edu Marcondes

A poucos meses em uma oficina técnica, em meio a um debate técnico sobre salas de parto, me espantei quanto uma conceituada técnica do Ministério da Saúde demonstrou um número extraordinário de partos normais por hora como sendo o recomendado para o SUS. Meu espanto deveu-se provavelmente ao fato de conhecer apenas a realidade de algumas poucas unidades hospitalares, sendo então fiz a ponderação de que considerava aquele número elevado e que caso houvessem problemas certamente o sistema entraria em colapso. Em contrapartida ele me respondeu que os melhores centros obstétricos do pais conseguiam aqueles indices com tranquilidade e que do ponto de vista de gestão hospitalar minimamente eficaz esse deveria ser o parâmetro.

Pois bem para podermos traçar uma análise da importância das inspeções sanitárias em estabelecimentos públicos de saúde, é preciso antes de mais nada tomar consciência do papel da vigilância sanitária no contexto de sistema unico de saúde, nosso conhecido SUS. Ter tambem em mente que o próprio sistema tem o dever de levar uma saúde de qualidade a população, seja por meio de seus atendimentos e serviços, seja por meio da garantia de que os sistema privado fará o mesmo.

Poucas pessoas conseguem relacionar a vigilância sanitária à essa qualidade de serviços; Via de regra o órgão é tipo apenas como policia sanitária dos estabelecimentos comerciais, o que também é verdade, porém não absoluta. Na verdade dentro do sistema de saúde os órgãos de vigilância são os responsáveis pelo monitoriamento, mapeamento e ações de prevenção de todos os agravos que possam comprometer a saúde da população -Desde saúde do trabalhador, passando pela epidemiologia das doenças, manejo ambiental e controle sanitário de produtos e serviços.

Se abordarmos somente serviços, veremos que esses incluem todos os ramos de prestação de serviço, que possam de alguma forma contribuir para a contamição das pessoas, seja dos mais simples (como salões de beleza, por ex.), seja dos mais complexos (como UTI´s de Hospitais). De forma que o seu papel assume responsabilidade tal que não poderia ser mistificada ou sofrer influencia de qualquer forma. Uma vigilância sanitária inoperante, ou ineficaz é jogar a população em uma roleta russa, onde certamente, mais cedo ou mais tarde será atingida por algum surto de doença, mais ou menos grave.

O problema é que para fazer com que esses padrões de qualidade sejam mantidos a atuação de vigilância necessita da cooperação das pessoas responsáveis para uma mudança de concepção e de procedimentos, é necessário que haja uma mudança de comportamento. Fato é grande parte das vezes isso demanda esfroço pessoal e financeiro e isso acaba emperrando as melhorias e mancha a imagem do órgão, sobretudo quando é necessário a aplicação de sanções legais, para garantia sanitária.

Em casos de estabelecimentos de saúde de alta complexidade seria de fundamental importância que os próprios responsáveis ao receberem uma fiscalização da vigilância sanitária, atendessem de pronto os requerimentos dos relatórios, entendendo que o órgão está sempre agindo pelo bem comum, inclusive do próprio estabelecimento; E não levar a atuação para o lado pessoal ou político, para ganhar licença sem promover as melhorias necessárias.

Seria bom sempre que lembrassem o fato de que estão lidando com vidas em situações de extrema delicadeza, e qualquer agente contaminante pode ser responsável por graves surtos de infecções hospitalares. Exemplos não faltam no mundo de germes extramente comuns que por condições criadas em ambientes hospitalares se tornaram mortais.

A legislação sanitária para ambientes hospitalares é a mesma no Brasil, seja para um centro de excelência seja para uma pequena unidade do interior, e aqui devemos considerar a história inicial e verificar que apesar de parecer esdruchulo a afirmação que obtive no evento, isso tem toda a logica pensando-se em SUS. Senão vejamos, o sistema tem por dever prestar serviço de saúde a todo cidadão brasileiro indistintamente. Isso quer dizer que o brasileiro do interior deve receber a mesma qualidade de serviço do brasileiro do grande centro, principalmente quando não pode se deslocar até lá. 

A vigilância sanitária portanto é o braço do sistema que deve dar essa garantia a população, pois UTI, é UTI, Centro Cirurgico é Centro Cirurgico e Hospital é Hospital, onde quer que ela exista, sendo que niguem dentro do sistema é obrigado a aumentar seus níveis de complexidade, mas se o fizerem devem garantir que a legislação seja atendida na sua integralidade pelo bem da população.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A Leishmaniose Visceral Continua em Pauta


Edu Marcondes

Até dia 26 de Novembro de de 2011 - Dia do Semiário de Leishmanioses do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul (CRMV-MS), havia prometido a mim mesmo que não debateria mais o tema leishmaniose visceral publicamente. Contudo não pude recusar o convite feito pela comissão estadual de Mato Grosso do Sul, em nome da presidente do CRMV-Ms, para apresentar a realidade que vivemos em Dourado-Ms.

Muito bem, certamente a apresentação estava cercada de espectativas de  minha parte sobretudo pelo histórico recente dos níveis acalorados de debates sobre o tema. Contudo exatos 2 dias antes ainda em Dourados-Ms pude assistir a apresentação do coordenador da comissão estadual onde pude me certificar que tinhamos tudo para de fato começar a avançar, no que mais interessa - o controle da doença.

Ficou batante claro naquele momento que o a assunto, se observado pela ótica de quem quer de fato resolver o problema sem tirar proveito pessoal, que todos estavam falando a mesma coisa porém com visões especificas e sem conseguir compartilhar as experiencias para o avanço concreto no controle da doença. Isso me deixou bastante mais aliviado, visto que no passado recente acabei expondo em demasia minhas opiniões e portanto tinha receio de como seria a receptividade no evento.

Passados já alguns dias do evento posso sentir, que esse pode ser o momento para tentarmos criar uma mesa de fato redonda e democrática para que todos, sem distinção contribuam para o controle efetivo da leishmaniose, incluindo-se ai o controle dela nos cães.

Como fazer isso; Confesso que a cada dia que passa tenho mais convicção de que não existe um modelo único e que ninguem envolvido está totalmente correto. Todos falamos as mesmas coisas: Que o cão é tão vítima quanto os humanos, que o poder público não está preparado para o controle efetivo (assim como não está para Dengue, Febre do Nilo, e outros doenças vetoriais), que devemos focar nosso controle no vetor e no meio ambiente, que nenhuma das ações de controle e de diagnóstico é 100% eficiente (assim como não é em humanos), efim, uma série de verdades que todos os segmentos sabem, concordam, mas não conseguem propor ações conjuntas para solução.Todos sabem também que a doença, é diretamente relacionada com o meio ambiente e condição sócio economica da população.

Diante desse emaranhado de afirmações acabamos verificando, alguns segmentos agindo de forma desconectada e se defendendo como podem, senão vejamos: O poder público (e diga-se, especificamente CCZ´s) faz o que está ao seu alcance técnico e material, realizando inquéritos e eutanásias e acaba por não reconhecer o empenho dos outros; Os laboratórios também fazem o que está alcance e pesquisam cada vez mais profundamente formas de desenvolver vacinas e medicamentos para proteger os cães, mas não consegue sensibilizar o poder público; Alguns clínicos e pesquisadores, desenvolvem protocolos de tratamentos para cães como forma de não descumprirem a portaria do M.S que limita o uso de drogas humanas nos cães, mas também não conseguem o aval do ministério da saúde.

Felizmente na contra mão dessa realidade pude vivenciar no Seminário momentos em que pela primeira vez todos esses segmentos estiveram juntos. As diferente opiniões e pontos de vista foram manifestados, porém sem aquele inflame de outrora. Disse na oportunidade e posso dizer novamente, talves tenha sido o primeiro passo para que possamos entender que todos devem se ajudar, pois, quanto mais desenvolvida as vacinas estiverem melhor; Quanto mais testado e mais seguro forem os protocolos de tratamento melhor; Quanto mais seguros forem os métodos diaganóstico melhor; Quanto mais efetivo na melhora das condições ambientais e de infra-estrutura urbana o poder público for melhor. Ai sim estaremos protegendo de fato nossa população, e nossos cães da Leishmaniose.

Precisamos támbem criar a consciencia de que para os CCZ´s, carregar o fardo do controle das doenças vetoriais sozinho, em nome do poder público certamente é antes de tudo injusto. Ele é apenas um órgão de vigilância da ponta de uma grande hierarquia que vai até o Ministério da Saúde, e geralmente com quase nenhuma autonomia, com faltas regulares de equipamentos e insumos e com poder de ação bastante limitado, ao controle quimico e mecânico de focos de vetores (Setor de Controle de Vetores) e ao controle animal (Setor de Veterinária), de forma que outros agentes como serviços urbanos, planejamento, obras e os próprios gabinetes de gestores é quem deveriam assumir o controle das doenças vetorias como programas efetivos.

Ficar os segmentos envolvido discutindo entre si, não os levará a lugar algum, pois quem interessa de fato que é o gestor público, não fica nem sabendo e pior, maior parte das vezes sabe e torce para que discussão fique como está, pois não os dará o trabalho de resolver as questões estruturantes que envolvem essas epidemias - O desenvolvimento urbano e social de nossas cidades. E nesse ponto o CRMV-MS, de fato deu um passo adiante pois se seguirmos nesse rumo poderemos juntar os técnicos de saúde pública, os laboratórios, os clinicos e propormos juntos um grande programa nacional de controle em que todas as possibilidades possiveis e imagináveis de controle, sejam executadas (já nenhuma sozinha é totalmente eficaz, que usemos todas) dentro das margens de segurança e com todos os critérios de cuidados empregrados.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Luta dos Médicos Veterinários do Iagro

Edu Marcondes

Estamos assistindo nas útlimas semanas o desenrolar conturbado de uma justíssima reivindicação de colegas médicos veterinários do Iagro - Agencia Sanitária do Estado de Mato Grosso do Sul; De onde já pode-se observar alguns fatores que contribuiram para essa situação.

O primeiro fato a observar, e sou testemunha disso, é a falta de vontade do governo do estado em negociar de fato com a categoria, sobretudo para corrigir sérias distorções que foram sendo acumuladas ao longo de anos, a coisa foi sendo empurrada com a barriga por muito tempo, uma hora ia se fragmentar. E aqui cabe ressaltar que isso não se trata exclusivamente do governo do estado, e sim configura-se como uma característica pra lá enraizada na cultura da gestão pública em nosso país.

Para não cometer uma injustiça, direi que a maioria (e não todos) dos gestores públicos morrem de medo de comandar e liderar de verdade suas equipes; Alguns por pura falta de capacidade mesmo, outros por medo de perder votos, de modo que nem sentam e dizem a verdade independente da dor que isso cause quando não é possivel avançar, e nem cedem quando é possivel com medo de peder o cabresto dos funcionários, e com isso a coisa vai correndo conforme o nível de pressão aqui e acolá.

É de impressionar como essa situação é comum e presente em órgãos públicos, e aí fica aquele jogo de empurra, onde os mais espertos, ou os que gritam mais, indivudualmente acabam sendo contemplados e as distorções vão se consolidando, ao passo que quando um grupo vai reivindicar em coletivo vem sempre os mesmo argumentos... Não existe amparo legal; Não existe recurso disponível e vai-se levando.

Muito bem, isso geralmente acaba com situações de confronto de grupos com gestores, onde todos se arranham, e comumente algums membros acabam perseguidos, isolados e enfraquecidos. Nesses embates o órgão público certamente acaba tendo mais possibilidades de manobras que desviam o foco dos reivindicantes e manipulam as massas.

Nesse episódio especificamente podemos observar que o foco foi totalmente desviado por uma única ação do governo, a liberação da e-GTA. Foi o bastante para aguçar os sentimentos de algums colegas que simplesmente se concentraram nesse fato e esqueceram o principal, a aprovação do PCCV-R; Sendo que para o governo esse campo é muito mais confortável, visto que ele pode contar com aliados como os grandes grupos economicos do setor (altamente interessados, no livre comércio para aumentarem rendimentos), dos produtores rurais que se sentem mais a vontade para efeturem suas comercializações, da população em geral uma vez que prega-se a modernidade e liderança regional.

Em contra partida os fiscais tentam de todas as maneiras, cativar esses mesmos segmentos, mostrando a importância sanitária para manutenção dos comércios; mostrando para o produtor que ter um rebanho saudável traz maiores ganhos para sua propriedade, e para a sociedade que o estado corre risco sanitário e pode perder divisas.

Sendo portanto que precisamos trazer a tona dois pontos de vista para serem analisados; Em que esses segmentos estão de fato interessados, em segurança, sanidade, legalidade, correção de atitudes ou, agilidade de seus negocios, maiores ganhos, beneficios para seus segmentos pessoais e empresariais? (Pensem nisso). Outro ponto de vista é que para os fiscais essa discução não muda nada, no que de fato interessa - Valorização profissional e fim de distroções - e, principalmente traz a polêmica para o campo de conforto do governo, e não dos profisionais.

A grande parte de autores motivacionais são contundentes em afirmar que o sucesso nas empreitadas da vida depende de foco e persistência; e podemos adicionar mais alguns fatores: clareza por meio de análise profunda do terreno onde se está manobrando; persuasão,inteligência e agilidade para se desvincilhar das armadilhas do adverário; força e união para se manter na disputa enquando ela existir; De forma que nesse momento, os médicos veterinários do estado precisarão de todos atributos, na certeza que após as batalhas vem o fortalecimento e o amadurecimento, individual e coletivo desde que tudo isso tenha sido feito de forma digna, honrosa e com objetivo coletivo verdadeiro.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O MEDICO VETERINÁRIO E O NASF

Fonte: SITE CFMV
http://www.cfmv.org.br/portal/presidente_palavra.php

A inclusão do Medico Veterinário no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) tem causado conturbações, principalmente por aqueles que, no afã de dar a notícia e dizer que também são responsáveis pela edição da Lei, o fazem sem nenhum conhecimento do que isso verdadeiramente representa.

É necessário deixarmos de forma cristalina que a inclusão do Medico Veterinário no NASF não significa que as prefeituras têm a obrigação de contratar profissionais. Abre-se apenas a possibilidade das prefeituras promover a contratação, na medida de sua necessidade e da consciência do trabalho que o profissional realizará em prol dos municípios.

Evidente que cabe a todos começar a trabalhar de forma harmônica e conjunta, no sentido de ampliar o mercado de trabalho profissional com seriedade e responsabilidade.

O Ministério da Saúde criou o Núcleo de Apoio à Saúde da Família – NASF, por meio da Portaria do Gabinete do Ministro n.º 154 de 24 de janeiro de 2008, tendo como fundamento apoiar a inserção da Estratégia Saúde da Família - ESF na rede de serviços e ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção primária, focando, sobretudo, em sua resolutividade e em contemplar os aspectos da regionalização e do território.

A atenção primaria à saúde tem seu alicerce em quatro atributos considerados essenciais, quer sejam: o acesso de primeiro contato do individuo com o sistema de saúde; a continuidade e a integralidade da atenção; e a coordenação da atenção dentro do sistema. Mas o que significa atenção básica? O próprio decreto define ao dizer: “Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades”.

A presença de diferentes formações profissionais assim como um alto grau de articulação entre os profissionais é essencial, de forma que não só as ações sejam compartilhadas, mas também tenha lugar um processo interdisciplinar no qual progressivamente os núcleos de competência profissionais específicos vão enriquecendo o campo comum de competências ampliando assim a capacidade de cuidado de toda a equipe.

O NASF é constituído por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento. Os profissionais do NASF devem atuar de forma conjunta com os profissionais das Equipes Saúde da Família, promovendo uma ação consentânea com a realidade daquele território na pratica em saúde.

Duas são as modalidades de NASF: o NASF 1 que deve ter uma composição de, no mínimo, cinco das profissões de nível superior da área da saúde, vinculado a, no máximo, 15 (quinze) equipes de Saúde da Família e/ou equipes de atenção básica para populações específicas. O NASF 2 que deve ser composto por, no mínimo, três profissionais de nível superior da área da saúde que não tenham ocupações coincidentes e vinculadas a, no mínimo, 03 e, no máximo, 7 Equipes da Saúde da Família. Não haverá repasse financeiro aos municípios e ao Distrito Federal que implantarem duas modalidades de forma concomitante. Registre que a definição dos profissionais que irão compor os NASFs é de responsabilidade dos gestores municipais, seguindo os critérios de prioridade identificados a partir dos dados epidemiológicos e das necessidades locais e das equipes de saúde que serão apoiadas.

Como se vê a contratação de Médicos Veterinários ou outro profissional não é obrigatória senão precedida de levantamento de prioridades fundamentadas. Os áulicos vêm, sem nenhuma responsabilidade, verberando, como se fossem donos absolutos da verdade, que estarão exigindo a contratação imediata de Médicos Veterinários.

As responsabilidades dos NASFs têm a sua preocupação central no sentido de atuar e reforçar nove diretrizes na atenção à saúde, vejamos: a interdisciplinaridade, a intersetorialidade, a educação popular, o território, a integralidade, o controle social, a educação permanente em saúde, a promoção da saúde e a humanização,constituindo processo de aprendizado coletivo.

O Conselho Federal incumbiu a sua Comissão Nacional de Saúde Publica Veterinária no sentido de formular o campo de atividade do Medico Veterinário do NASF e ainda esta semana estará em nossa página o documento elaborado. Contudo, não é uma proposta pronta e acabada, estaremos construindo esse papel de forma continua e permanente.

Médico Veterinário Benedito Fortes de Arruda
Presidente CFMV

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Pacto com Deus e o replicante católico

por Alysson Muotri - categoria Espiral
Site G1

A espécie humana sempre foi curiosa por robôs, especialmente aqueles com aparência humana, como os replicantes do clássico Blade Runner. Não sou diferente e, quando criança, cheguei a construir diversos robôs com caixas de papel e pedaços de brinquedos quebrados. Essa fascinação talvez exista porque nos identificamos com robôs, passamos nossas emoções aos objetos fisicamente parecidos com a gente. Existe algo de místico quando nos aproximamos dos humanoides, como se fossem, literalmente, parte humanos. Interessante notar que um dos primeiros replicantes teve uma origem religiosa, a partir de um pacto com o criador.

Estamos em 1562. Naquele ano, o homem mais poderoso do planeta, o Rei Filipe II, encontra-se numa delicada situação. Basicamente, ele era o cara. Amigão do Papa, controlava toda a América e boa parte da Europa, as Filipinas recebem o nome em sua homenagem e por aí vai. Esse rei tinha um filho, o príncipe espanhol Dom Carlos, com então 17 anos. A traição motora adolescente foi responsável pela queda do príncipe das escadarias do palácio, machucando gravemente a cabeça numa porta. Não parecia grave, estava inicialmente consciente, mas com o tempo a cabeça começa a inchar e ele tem delírios, espasmos e vai perdendo a visão. Acaba ficando completamente cego, fraco.

Toda a Espanha fica agitada. A noticia é vista como um castigo divino e as pessoas começam a jejuar, participar em cerimonias religiosas duvidosas entre outras coisas. Imediatamente, o rei convoca os melhores médicos do mundo para a Espanha. Esses médicos tentam de tudo, fazem um buraco no crânio para aliviar a pressão, sangrias, tentam todo tipo de medicamento…nada funciona. Concluem que o garoto está morrendo. A incerteza da cura cria um estado de agonia sobre o futuro do reino.

Dizem os relatos que o rei ajoelha-se perto da cama do filho e faz um pacto com Deus. O pacto é o seguinte: se Deus fizer o milagre de curar seu filho, ele, o rei, fará um milagre e oferecerá para Deus. Parece pretensioso da parte do rei, mas lembre-se que ele é visto como um super-homem, outro deus entre os mortais. Passa uma semana e o príncipe recupera a visão. Passa um mês e ele está normal, como se não tivesse caído. Assim que recupera as forças, ele conta pro rei sua bizarra experiência enquanto estava inconsciente. Relata ao pai que teve um sonho, uma visão de uma figura humana, um monge segurando uma cruz. No sonho, o monge se aproxima dele deitado e diz que tudo vai ficar bem. A história é confirmada por uma testemunha que ouviu o príncipe murmurar a conversa com o monge durante um dos delírios noturnos.

Dom Carlos recupera-se e a história se espalha. A questão que todo mundo tem é: quem seria o monge que visitou o príncipe durante a beira-morte? A descrição do príncipe não é de um monge genérico. Ele descreve claramente que o monge que o visitou tinha a cabeça raspada, nariz pontudo, olhar destemido, tipo de hábito, mesmo a descrição da cruz é feita nos menores detalhes. Por mais surreal que pareça, as pessoas reconhecem quem é o monge: um frei local que morreu 100 anos antes, chamado Diego de Alcalá. Essa figura sagrada está associada a dezenas de milagres. Esse mesmo padre que abençoou a cidade de San Diego, na Califórnia, durante a colonização espanhola. Um verdadeiro mito católico cujos restos mortais tem poderes de cura.


Com todas essas evidências, o rei agora tem que fazer bonito e apresentar um milagre em contrapartida, para honrar seu pacto divino. Para isso, o recruta um grande e mundialmente renomado relojoeiro da época e pede para que ele faça uma versão mecânica de Diego de Alcalá, um monge mecânico ou um padre robô, como queira. Encontrei-me com esse robô recentemente, em visita ao museu Smithsonian, na capital americana. Esse autômato de 450 anos está em boas condições e continua funcionando. O robô foi feito de ferro e madeira, tem o rosto esculpido em semelhança ao padre original, com nariz fino, cabeça raspada e o olhar focado. Anda, um pé depois do outro, com o hábito, o terço, a cruz, as sandálias. Ele se movimenta lentamente, a boca mexe como se estivesse rezando, muda de direção, mexe um braço como se estivesse benzendo e o outro batendo no peito – o ato da mea culpa. Depois de alguns passos, levanta a cruz aos céus e a beija. Faz isso repetidamente, como um cristão perfeito.

É justamente aí que talvez esteja a resposta para uma pergunta que me deixou bem curioso. Porque o rei, ao invés de levantar uma enorme catedral ou conquistar outros territórios em nome da igreja, optou pelo replicante? Uma interpretação seria que o rei queria dividir os poderes de cura com seus súditos. Todo o maquinário do robô está escondido debaixo do habito, criando uma ilusão de autonomia, um milagre. Outra possível interpretação é que o robô seria uma máquina incansável de rezar. Rezando sem parar, o Rei teria delegado ao robô a tarefa cristã da reza, de pedir perdão e agradecer a Deus pela recuperação de seu filho. Estaria ele tentando iludir Deus? Por fim, uma resposta alternativa seria a da criação de um cristão perfeito, para servir ao criador através do método católico da reza e repetição ritual. O robô seria a imagem ideal do adorador divino, humanamente impossível.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Atuação da Vigilância Sanitária de Dourados

A Vigilância Sanitária de Dourados multou a Lanchonete do Dekão, que fica na Raul Frost no bairro Terra Roxa. A multa foi de aproximadamente R$ 220 por venda de produtos vencidos.

Outra empresa multada foi a Mercearia dois Irmãos, da Cezário Domingos Peres no Jardim Brasília, que vendia produtos com indicação terapêutica, sem registro em órgão competente, sal destinado ao consumo humano sem a inscrição “sal iodado” e produtos de origem animal (mel) com Serviço de Inspeção Municipal para o município de Campo Grande e não para Dourados. A multa também foi de aproximadamente R$ 220.

Multa também no mesmo valor para o Supermercado Super 10, que fica na rua Ramão Osório na Vila São Brás. Eles vendiam carne sem inspeção sanitária e mantinham na câmara fria carne deteriorada. Também foram encontrados produtos vencidos.

Mais multas

O Mercado São Jorge da rua Josué Garcia Pires no Parque Nova Dourados, foi multado por: expor à venda produtos com indicação terapêutica sem registro em órgão competente e produtos com prazo de validade expirado e a Mercearia Gonçalves da rua Ramão Osório na Vila São Brás, foi autuada por comercializar produtos de origem animal sem inspeção sanitária (lingüiça caseira) e peixes sem inspeção. Produtos como sardinha e frango com especificação na rotulagem de se manter congelados, estavam sendo mantidos fora da câmara fria. A multa foi de R$ 325.

Advertência

Já o feirante B.R., da banca 140 foi advertido por comercializar queijo sem rótulo de identificação de origem, data de validade e registro no SIE/MS. Ele também vendia bacon defumado sem os mesmos requisitos sanitários e por isso foi advertido. Todas as multas foram dadas “... sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal cabíveis".


MS JÁ
Site MS JÁ



quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SUBSTÂNCIA ELIMINA O PROTOZOÁRIO DA LEISHMANIOSE

A leishmaniose deixou de ser uma doença de ocorrência apenas em áreas consideradas remotas. Nos últimos 30 anos, a mazela avançou sobre os centros urbanos e hoje se encontra fora de controle no Brasil e no mundo. Para se ter uma ideia de sua gravidade e do seu avanço no país, a enfermidade é um dos maiores problemas de saúde pública do estado do Pará e já chegou ao Sul — região antes considerada de difícil adaptação dos insetos transmissores, por conta das baixas temperaturas. Além da transmissão descontrolada, outro problema, talvez ainda mais grave, aflige a sociedade: a falta de um tratamento adequado e eficaz contra a doença. A saída, porém, pode estar na própria natureza, mais especificamente, nas costas de anfíbios. Uma pesquisa brasileira indica que uma substância encontrada na secreção desses animais tem ação potente contra o protozoário que provoca o mal.

A descoberta foi feita por José Roberto Leite, coordenador da equipe do Núcleo de Pesquisa em Biodiversidade e Biotecnologia da Universidade Federal do Piauí (Biotec/UFPI), após testar a substância em células infectadas pela leishmania. “Entre dezenas de outras substâncias testadas, encontramos uma que pode dar origem a um fármaco muito mais eficaz que os existentes hoje”, afirma o pesquisador. A molécula se destacou contra a leishmaniose tegumentar, tipo da doença que se manifesta na pele.

A substância à qual Leite se refere é a dermaseptina 01, e foi extraída da secreção produzida pela Phyllomedusa nordestina, perereca de cerca de 5cm de comprimento muito comum no Delta do Parnaíba, no Piauí. Segundo o pesquisador, o líquido extraído do dorso do animal tem alto poder antimicrobiano, sendo capaz de protegê-lo de bactérias e fungos. O ambiente úmido e cheio de matéria orgânica em que os anfíbios estão imersos na quase totalidade de sua vida é ideal para a proliferação de bactérias comensais, que vivem na parte externa do corpo dos animais. Assim, o desenvolvimento de um sistema imunológico eficaz foi essencial para o sucesso evolutivo de espécies da ordem dos anuros — sapos, rãs e pererecas.

Sabendo disso, os cientistas focaram os estudos na identificação das substâncias presentes na secreção e na forma como elas atuam sobre micro-organismos patogênicos. “A ideia é conhecer essas substâncias antimicrobianas, sua estrutura molecular, e tentar mimetizar seus efeitos antibióticos contra bactérias patogênicas ao homem”, descreve Leite. Esse esforço de prospecção se iniciou em 2002, com anfíbios do Cerrado, quando o especialista integrava uma equipe de pesquisadores na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Pouco tóxica
Os anfíbios possuem em sua região dorsal uma série de glândulas granulares, especializadas na produção de veneno. Leite explica que essas estruturas produzem diversas classes de moléculas de interesse, principalmente peptídeos — biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos. No caso da Phyllomedusa nordestina, há mais de 20 substâncias no peptídeo que foram isoladas e estudadas uma a uma (veja quadro).

A identificação da ação da dermaseptina 01 foi feita depois de ser testada nas células infectadas pela leishmaniose. Em 24 horas, a substância conseguiu acabar com o protozoário da doença. “Essas moléculas têm se mostrado muito potentes contra a leishmaniose tegumentar, além de apresentar menos efeitos colaterais contra células humanas, ou seja, baixa toxicidade”, afirma o coordenador da Biotec.

A toxicidade é um dos gargalos no tratamento contra a leishmaniose no mundo. Os dois únicos remédios existentes contra a doença trazem efeitos colaterais extremamente prejudiciais ao homem. Para se ter uma ideia do nível tóxico de tais medicamentos, o índice de mortalidade de pacientes que fizeram uso do tratamento é entre 5% a 20%. “Por isso, a dermaseptina 01 tem nos dado a expectativa de que, a partir dela, possam surgir uma classe de medicamentos eficazes contra a doença”, acredita Leite.
Nanoestruturas

Para que essa substância se torne mais eficaz contra a doença, os pesquisadores criaram nanofilmes com espessuras semelhantes a uma membrana natural que, aplicada sobre a pele, libera aos poucos a dermaseptina 01. “Para atacar a célula, a dermaseptina 01 tem de atravessar a parede celular. Assim como nos nanofilmes artificiais, já podemos analisar como se dá o processo na membrana celular da leishmania”, explica Valtencir Zucolotto, professor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e coordenador da rede Nanobiomed, que estuda plataformas nanotecnológicas aplicadas à medicina.

No Núcleo de Pesquisa em Biodiversidade e Biotecnologia, no Piauí, os cientistas desenvolveram um tipo de nanofilme feito da goma de cajueiro, na qual a substância pode ser inserida para chegar à célula e combater o protozoário. “Pretendemos utilizar esse material de caráter regional como uma membrana antiparasitária em feridas de pacientes com leishmaniose cutânea, aproveitando, além das propriedades do peptídeo, os efeitos da goma de cajueiro purificada que possui atividade antimicrobiana e antioxidante, já comprovadas por outros trabalhos de nosso grupo”, completa Leite.

O presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT) e doutor em saúde pública pela Universidade de Harvard, Carlos Henrique Costa, mostra-se animado com os resultados da pesquisa e acredita que o estudo dos peptídeos possa originar novos medicamentos, sobretudo contra outras doenças tropicais. “Os anfíbios conseguiram sobreviver às grandes catástrofes, muito por conta dos peptídeos que eles produzem — inimigos naturais dos micro-organismos patogênicos.”

Costa ressalta a importância de pesquisas sobre a leishmaniose por causa da transmissão descontrolada, já que o inseto transmissor da doença se ada pta bem às condições urbanas. “Ele pode se transforma no novo Aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue) muito mais rapidamente do que imaginamos”, alerta. “Toda pesquisa em busca de produtos farmacológicos traz esperança, pois não temos como combater a doença, que está se expandindo”, enfatiza o presidente da SBMT.

Tipos
A leishmaniose pode ser do tipo tegumentar e visceral. No primeiro caso, provoca lesões na pele e, em casos mais graves, ataca as mucosas do rosto, como nariz e lábios (leishmaniose mucosa). A manifestação visceral afeta os órgãos internos, causando febre, emagrecimento, anemia, aumento do fígado e do baço e imunodeficiência (diminuição da capacidade de defesa do organismo contra outros micróbios).

Fonte: Correio Braziliense
Edição: Assessoria de Comunicação CFMV

SUS - A sua origem, gargalos e principios

  Eduardo Arteiro Marcondes

O Sistema Único de Saúde - SUS, teve sua origem por ocasião da promulgação da constituição federal de 1988, que marcou a implantação do novo regime democrático do país. Naquela ocasião o Brasil saia de periodo de governos militares, onde a visão legalista e central sem sombra de dúvidas era o balizador das ações de toda a nação naquela fase.

  O sistema de saúde, era exercido pelo antigo INAMPS (meu pai foi funcionário daquele órgão), e, sem entrar no mérito de se era melhor o pior do que o nosso SUS, podemos afirmar com absoluta convicção de que era fruto de uma visão doutrinária bastante divergente da que temos hoje; Sobretudo do ponto de vista de modo de gestão e de possibilidade de cobertura à população assistida.

  Em 1990, portanto 2 anos após a implantação das bases do sistema; o SUS sofreu sua primeira e principal regulamentação até os dias de hoje - a conhecida lei 8080, que tratou de delinear os mecanismos de ações práticas que poderiam tornar realidade o novo modelo; No mesmo ano foi editada a lei 8152 que tratou das questões de financiamento do SUS.

  A partir daí foram sendo regularmente editadas portarias e mais algumas leis que foram moldando o grandioso sistema público de saúde que atende a todos os brasileiros indistintamente - não da melhor forma, é verdade. Esses caminhos foram sempre sendo traçados em consonância com a participação direta da sociedade, por meio das conferências de saúde nos 3 níveis de governo, demonstrando que essa mesma sociedade ainda que não da forma mais retilínea tem a capacidade de moldar os caminhos do seu futuro de forma sábia.

  De todo esse arcabouço legal, de pactos, diretrizes, e portarias, o grande entrave que perdura de forma quase insolúvel (e que trataremos mais oportunamente) é o problema do financiamento, sobretudo pela queda de braço travada pelos estados, que em sua quase totalidade, não assume para si sua parcela de responsabilidade, deixando para o governo federal e para os esmagados municipios toda a estrutura para ser gerida como der. Outro problema não menos grave é o problema das diretrizes legais a serem seguidas; Principalmente porque o sitema é tão democrático que a maioria das pessoas envolvidas acabam por esquecer que tudo nele é público, e portanto ainda universal fruto de uma sociedade livre deve seguir uma série de principios constitucionais.

  Para tanto a administração pública deve atender os seguintes princípios básicos:

- Principio da Isonomia: Se o gestor/administrador público tiver a plena consciência de que o bem que ora administra não é de sua propriedade e sim do público, do povo; Ele fatalmente observará que a isonomia deve ser preservada. Isonomia basicamente pode ser definida como igualdade, ou seja, todos devem ter igualdade de condições, em qualquer assunto tratado pelo poder público, e em qualquer esfera.

- Principio da Publicidade: Parte do pressuposto de que tudo é bem comum interessa a todos, portanto deve sua publicidade bastante clara e ao alcance de toda a sociedade. Em termos práticos é fortemente ligada a isonomia e a legalidade, pois toda ação pública que se preze e tenha sido executada dentro da legalidade e com isonomia deve ser publicada. Não tem sentido um ato de gestão pública ser feita de forma secreta, o que se por ventura vier a acontecer dará imediatamente margem a suspeita de irregularidade.

- Principio da Legalidade: Ao se tratar de um bem público, e nesse caso privado também, o administrador não pode fazer ou executar nada que vá contra as leis vigentes em todas as esferas federativas do país. A legalidade é que dá a segurança jurídica e de isonomia aos atos públicos, pois se considerarmos que a lei é para todos e deve ser cumprida por todos; O administrador preservará dessa forma a integridade do patrimônio comum.

- Principio da Impessoalidade: O princípio da impessoalidade parte de uma definição subjetiva e que pode ser perigosa no sentido de que um administrador sem ética pode acabar por praticar atos a sombra dele. O entendimento é de que a impessoalidade se caracteriza no momento em que, quem pratica o ato é a administração pública e não o servidor praticante. Contudo se considerarmos o servidor público como sendo reto em suas ações esse principio é fundamental, pois corrobora com o fortalecimento da instituição em detrimento da promoção individual e isso é muito salutar.

- Principio da Moralidade: Sem sombra de dúvidas é o mais vago de todos, pois pode ser identificado a partir de ações como probidade (honestidade), ética e boa-fé. Porém apesar de extremamente subjetivo deveria ser o quesito principal para alguém que tenha intenção se tornar administrador público, sendo que junto com a legalidade devem ser a guia mestra de qualquer gestão pública, no sentido de preservar o patrimônio do estado democrático de direito.

- Principio da Eficiência: É ainda um conceito novo em termos de gestão pública, e talvez seja o que mais assemelha com a administração privada, no sentido de que o bem comum tanto quanto o privado devem ser eficiente, ágil e trazer resultados satisfatórios e práticos

  Seguir esses principios em uma gestão pública e democrática deveriam ser a essência de qualquer parte envolvida, sobretudo em se tratando de saúde. Contudo poucos envolvidos tem a consciência da aplicabilidade disso no dia a dia, quebrando com isso a regra principal do jogo da democracia, e tornando por vezes o SUS em ambiente em quem pode mais chora menos.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

MÉDICO VETERINÁRIO PARA ALIMENTOS, PARA SAÚDE E PARA O PLANETA

Já disse um filósofo que: “todas as profissões são dignas de nós, porém, nós não somos dignos de todas as profissões”. Não é nenhum demérito ser pedreiro, padeiro, motorista. Assim como não é superior aquele que cursou e concluiu uma universidade. Todos, indistintamente, são importantes para sociedade.

Ocorre que o Médico Veterinário tem um papel fundamental a desempenhar e, dentro deste contexto, faremos uma abordagem não muito profunda, mas necessária para esclarecer, sobretudo, os desavisados e aqueles que teimam em permanecer no campo da ignorância.

É certo que o desenvolvimento humano só é possível se um componente importante for oferecido desde o nascimento, passando pela infância, pré-adolescência adolescência. Trata-se do alimento, em quantidade suficiente e qualidade de seus nutrientes necessários ao bom desenvolvimento físico e mental. A ciência explica que a falta de vitaminas, proteínas e sais minerais prejudica o desenvolvimento do cérebro.

Vamos aqui começar a colocar a importância do Médico Veterinário para a sociedade atual e futura. Produzir alimentos em quantidade que permita satisfazer a necessidade do ser humano é segurança alimentar, tão perseguida e ainda não satisfeita. Quando se busca colocar no mercado consumidor a proteína nobre, que é a proteína animal, em condições de consumo estamos falando de inocuidade dos alimentos. Quando se trata da saúde animal, independente se destinado à produção de alimentos, de lazer, de companhia, de educação, estamos falando, a um só tempo, de saúde animal e saúde humana.

Ao tratar preventivamente dos animais, o Médico Veterinário está beneficiando a todos, quer com os produtos e sub-produtos de origem animal, quer promovendo a saúde econômica do país, quer evitando as transmissões de doenças. Não é somente isso. O Médico Veterinário deve estar atento quanto à diversidade de atos para produção. Conhecer a influência que tem o intercambio social, a intensificação do comércio, quer em nível interno como externo. O serviço executado pelo Médico Veterinário é considerado como “bem público mundial”. A prestação de serviços de forma eficiente representa garantia para o mundo na produção de alimentos e apoio à riqueza dos produtores.

A todo instante surgem problemas de toda ordem, e aí está presença o Médico Veterinário; sobretudo na pesquisa, no controle das doenças transfronteiriças, buscando solucionar os problemas dos humanos, dos animais e do ecossistema. A criação intensiva, que no passado se imaginava como solução, hoje começa a ser descartada, não só considerando a possibilidade na transmissão de enfermidades, como nas questões de bem estar animal. Nesse contexto, surge a questão da biossegurança. Na criação extensiva, em virtude da grande mobilidade animal, há repercussão na transmissão transfronteiriça. Não se pode promover a produção sem se levar em conta o risco que o sistema adotado pode impactar o mercado.

A pergunta constante é: qual o impacto da atividade no meio social, econômico, ambiental, etc.? Esses questionamentos e as constatações demonstram a preocupação que a Ciência Veterinária vem aplicando desde quando, em 1.761, Claude Bourgelat teve a iniciativa de implantar a primeira Escola de Medicina Veterinária do mundo em Lyon, na França. Dois séculos e meio de muita pesquisa, muito trabalho, muita luta para dar respostas à sociedade, quer na produção de alimentos, na pesquisa de doenças e de medicamentos, na inocuidade dos alimentos de origem animal, no ensino, enfim, no grande espectro de atividade do Médico Veterinário.

Motivos para comemoração são muitos, mas os desafios continuam, sobretudo, quando existe no mundo um milhão de pessoas vitimas da pobreza e da fome. Cresce, assustadoramente, a responsabilidade social do Médico Veterinário. A participação do profissional em todos aspectos da vida do nosso país é uma exigência que extrapola a simples consideração de mais um profissional.

Médico Veterinário Benedito Fortes de Arruda
Presidente
Site CFMV

SUS - Reflexões sobre as mazelas do sistema

Eduardo Arteiro Marcondes

Falar sobe o sistema unico de saúde, nosso conhecido SUS, é antes de mais nada um prazer. Poder se enfronhar nas entranhas do mais democrático e generoso sistema de saúde do mundo deve ser uma honra, sobretudo à luz da ótica participativa que somente ele proporciona.

Debater a fundo seus pontos positivos e negativos, metendo literalmente o dedo na ferida, de forma livre espontânea, considerando opiniões de usuários de todos os níveis, de gestores/prestadores de uma diversidade de serviços, de trabalhadores de dezenas de segmentos, definitivamente é só para o SUS.

Somente o SUS é capaz de abraçar diversas categorias profissionais dando-lhes oportunidades de redesenhar seus próprios perfis possibilitando que todos indistintamente, possam contribuir com a sociedada brasileira dentro de suas competencias e caracteristicas (É o caso por exemplo da minha profissão - Medicina Veterinária). Isso vale também para os gestores/prestadores, e também usuários.

Ocorre que de tão democrático, o sistema acaba sofrendo (e definitivamente acredito que deva ser assim) total influencia das pressões sociais e políticas -que são a representação direta dessa sociedade- de modo que por vezes acaba transparecendo apenas as mazelas do sistema; Justamente porque segundo os atores envolvidos é o que deve ser mudado. E por mais frustante que isso possa parecer deve ser respeitado, é o livre arbitrio da nossa sociedade falando mais alto, é o grito da democracia em sua plenitude, é o preceito máximo do SUS. Ainda que logo ali, chegue-se a conclusão que o caminho estava errado, isso deve ser respeitado, afinal de contas quem é capaz de dizer o que é bom para uma comunidade senão ela mesma.

Confesso que como um legalista pleno, com forte formação militar, mas um democrata acima de tudo por vezes me pego em conflito comigo mesmo, no dia a dia de minha atuação profissional tentando entender até onde devo ir e até onde devo ceder as pressões politico/sociais; definitivamente é um exercicio completamente desgastante, sobretudo quando temos parâmetros técnicos-cientificos-legais que enbasam determinadas ações que  geram enormes impactos na comunidade, ainda que o objetivo seja melhorar a vida das pessoas, evitar doenças enfim.

Esse é um conflito ético bastante profundo, assim como é vivenciar que fruto dessa democracia rasgada o SUS acaba por expor suas maiores arguras, fruto de disputas de grupos, sem o interesse mútuo ao sistema como deveria ser. É duro poder certificar a cada dia que os segmentos que deveriam conduzir os caminhos do sistema, na  verdade não estão nenhum pouco preocupados com a coletividade de fato e sim em seu problemas individuais e de grupo, com o mundinho de sua atuação individual, como se isso não afetasse o todo; Criando verdadeiro parasitismo ao sistema.

Desse modo buscaresmos por meio dessa ferramenta mostrar e debater de forma clara alguns pontos que vivenciamos dia a dia na saude brasileira e que de fato acabam por se tornar os verdadeiros entraves ao bom atendimento a população e que acabam por impedir que de fato o SUS se torne, além do maior e mais democrático, no melhor e mais eficiente sistema de saúde pública do mundo.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Jornalista disponibiliza na internet biografia do Cel. Marcondes



O jornalista Luís Carlos Luciano disponibilizou em seu site literário (www.luiscarlosluciano.com.br) a biografia do Tenente-Coronel do Exército José Alves Marcondes, o Coronel Marcondes, falecido em Dourados no dia 8 de março de 2003 aos 93 anos.

O livro contém, na versão online, 548 páginas e foi concluído em 2005 traçando uma narrativa verbal secular. Os bisavós do coronel chegaram à região de Maracaju logo após a Guerra do Paraguai vindos de Minas Gerais.

O Coronel Marcondes esteve na Segunda Guerra Mundial e foi o expedicionário com a maior patente do Exército na região. Durante a guerra ele escreveu um diário inédito transcrito no livro relatando o cotidiano do Batalhão de Saúde incorporado ao V Exército, a saudade da noiva deixada em Bagé, Gelcy Teixeira, e outros detalhes da guerra na Itália.

Quando retornou casou-se com Gelcy teve cinco filhos, dois dos quais residindo em Dourados: o médico Eduardo Marcondes e o engenheiro civil Marco Paulo Teixeira Marcondes.

O livro demorou um ano e meio para ser escrito. O autor enfronhou-se num denso arquivo deixado pelo coronel e em mais de 100 horas de entrevistas gravadas.

O Coronel Marcondes era filho do coronel paisano Francisco Alves Terra, o “Chico Alves”, personagem lendário da história de Maracaju que fundou o hoje distrito de Vista Alegre na década de 40.

O Coronel Marcondes foi amigo dos ex-presidentes Jânio Quadros e Castelo Branco, de ex-ministros, do General Plínio Pitaluga, Filinto Muller, Vespasiano Martins, Armando Falcão, Elpídio Reis, Hélio Serejo, General João Francisco Pereira de Souza, o “Hiena de Cati”, entre outros personagens da história brasileira e do Mato Grosso uno, além de compadre do Marechal Mascarenhas de Morais.

Figura polêmica, excêntrica e com personalidade forte, o coronel escreveu a ata de emancipação do Município de Dourados em 1935 representando uma comissão de Vista Alegre. Naquela época ele já era advogado e foi por algum tempo Promotor Público em Ponta Porã.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

PARA VETERINÁRIO, FEBRE DO NILO OCIDENTAL PODE CIRCULAR NO PAÍS

CFMV

A identificação do vírus da febre do Nilo Ocidental (WNV, na sigla em inglês) em 5 cavalos no Brasil, confirmada na segunda-feira (8) pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz), pode ser um indício que mosquitos responsáveis por espalhar a doença já circulam no país, afirma o veterinário responsável pela pesquisa Alex Pauvolid-Corrêa.

Os equinos são hospedeiros finais do vírus, assim como os humanos, quando apresentam anticorpos contra o WNV.

“Sabe-se que a principal via de transmissão de WNV a hospedeiros vertebrados ocorre através de mosquitos. A evidência sorológica apontada na nossa pesquisa com cavalos sugere a presença de vetores infectados na região”, diz Pauvolid-Corrêa.

“O ciclo de transmissão de WNV na América do Sul, com a detecção de hospedeiros e vetores, ainda não está estabelecido”, explica o especialista. “Até o momento, não há relatos de infecção humana pelo vírus na América do Sul.”

Segundo o veterinário, a vigilância para detecção do vírus já existe desde 1999 na América Central e em alguns países da América do Sul, quando o micro-organismo foi identificado nos Estados Unidos.

Países como Colômbia e Venezuela já haviam apresentado evidências da passagem de ameaças no continente, mas o trabalho de identificação no Brasil só começou em 2006. “A circulação do vírus já vinha sendo considerada dada a dimensão continental do Brasil e pela presença do WNV e países que fazem fronteira com o nosso.”

Segundo o pesquisador, nenhum dos cavalos flagrados com anticorpos contra o vírus tinham sido levados ao exterior, fato que descarta a possibilidade da contaminação ter sido “importada”.

Pauvolid-Corrêa acredita que a principal forma de controlar a transmissão do vírus seja impedir a infecção de mais animais.

“O controle da população dos mosquitos vetores, a proteção individual dos animais contra a hematofagia [ato de se alimentar de sangue, típico dos insetos que espalham a doença] e a imunização dos hospedeiros são estratégias possíveis.”

Mesmo com as táticas de controle, para o veterinário, garantir a eliminação do vírus pode não ser simples. “Ciclos de transmissão em áreas silvestres como no Brasil são desafios muito grandes.”
Fonte: Ambiente Brasil

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O que plantamos, colhemos

por Paulo Coelho |categoria Todas
 
 
O pessimismo contagia.

O derrotismo contagia.

A desesperança contagia.

As pessoas que tem sensibilidade suficiente para enxergar auras (vibrações energéticas que envolvem os seres vivos), percebem que – antes da doença física penetrar no corpo, parte da energia vital é drenada pelo cérebro aflito e preocupado. Tudo aquilo que colocarmos no dia de hoje, nos será devolvido de alguma maneira – num ciclo muito semelhante aquele que vemos na natureza.

“O que plantamos, colhemos”, diziam nossas avós. Elas nunca escutaram palavras como ecologia. Mas nesta simples frase – “o que plantamos, colhemos” – está parte da sabedoria que o Universo nos ensina.

Cada momento de nossa realidade é diretamente influenciado pela nossa maneira de achar como uma “realidade” deve ser.