terça-feira, 10 de janeiro de 2012

VETERINÁRIO ADVERTE SOBRE DOENÇAS PROVOCADAS PELO CONSUMO DE CARNE SEM INSPEÇÃO

Fonte: Site CFMV - http://www.cfmv.org.br/portal/noticia.php?cod=2279

Pesquisador da Unesp aponta as enfermidades típicas transmitidas por abates sem controle sanitário e ingestão de carne mal conservada

Donas de casa e seus familiares correm sérios riscos de contrair doenças perigosas ao ingerir carne bovina procedente do abate de bois sem controle sanitário. A advertência é do médico veterinário Paulo de Oliveira Roça, pesquisador da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp. “Entre as doenças mais graves, estão as chamadas zoonoses, como a tuberculose, toxoplasmose e brucelose”, destaca o especialista, explicando que, em alguns casos, essas enfermidades podem até provocar a morte. Entre os sintomas básicos destas doenças estão vômitos, enjôos, fortes dores de cabeça e febre intermitente.

Mas, além dos problemas decorrentes do abate irregular, há ainda outras doenças que ameaçam o consumidor. Frigoríficos que conservam mal as carnes processadas ou pontos de venda que comercializam o produto fora do prazo de validade podem transmitir salmonelas e coliformes – o que, segundo Paulo Roça, também pode trazer graves problemas à saúde das pessoas.

Para se proteger contra males como esses, Roça aconselha o consumidor a sempre verificar se o ponto de venda está limpo e é confiável. “Por exemplo, se os cortes bovinos estiverem em embalagens fechadas e com o selo do Serviço de Inspeção Federal significa que a carne foi trabalhada com todo o cuidado sanitário por parte do frigorífico” – ressalta o pesquisador da Unesp, numa entrevista à Radioweb que pode ser ouvida, na íntegra, no blog Carne Saudável (www.carnesaudavel.blog.br).

Sobre o blog Carne Saudável

O blog Carne Saudável (www.carnesaudavel.blog.br) foi criado como um espaço de discussão e alerta para a importância do acompanhamento da qualidade fitossanitária da carne bovina do Brasil, país que é dono do maior rebanho do mundo e produz anualmente 9 milhões de toneladas de carne – 7,3 milhões só para consumo doméstico. Seu objetivo é erradicar possíveis enfermidades e, em última instância, colaborar para salvar vidas. Carne Saudável tem por compromisso denunciar os contraventores que colocam no mercado produtos que põem em risco a nossa vida e a de nossos filhos. Pretende também exigir probidade e decência dos órgãos competentes, cobrando o rigor no trabalho de fiscalização para o qual foram criados, já que metade da carne comercializada no País não passa por inspeção federal e até mesmo frigoríficos legalizados operam sem cumprir as normas fitossanitárias básicas.

Blog Carne Saudável

www.carnesaudável.blog.br


Fonte: Jornal dia dia

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Desperdício de Alimentos, o lixo e as doenças - Problema mais que atual, problema real

Edu Marcondes

Propositamente postei antes iniciar o texto de hoje, uma análise muito contundente que Rosana Jatoba fez sobre o desperdício de alimentos e o que a falta dele tem causado para a população mundial. Escolhi esse texto dela, pelo próprio motivo de ser - uma responsável análise da situação, que como diz a gíria futebolistica, "pegou na veia", de um grave problema social que afeta nosso tempo; Mas também, por que queria o gancho e trazer para o impacto de saúde pública que o desperdício de alimento e o lixo produzido pela humanidade tem causado.

Que um grande percentual da população mundial passa fome, quase todo mundo sabe mas quase ninguém quer ver de verdade, e principalmente falar sobre isso. É comum serem mostrados número recordes de produção agricola, ou percentuais espantosos de exportações e vendas; Da taxa do PIB (produto interno bruto) do pais que é fruto da agropecuária enfim... Mas tratar com seriedade os problemas de estocagem, distribuição, e principalmente controle do desperdício, ninguém encara, e pior, aceitar que todos nós desperdiçamos nem pensar.

O próprio desperdício e a má distribuição por si só, já um sério problema de saúde pública; Enquanto boa parte das pessoas está com sobrepeso, outros são sub-nutridos. Qual é pior para a saúde? Sem considerar o lado humanitário e sendo bem pragmatico é possivel afirmar que os dois são caóticos. O excesso de alimentos tem elevado as taxas de problemos cardiovasculares e sobre carga do sistema de saúde; Já a sub-nutrição é mais emergencial e talvéz mais catastrofica mas tão preocupante quanto.



Além do problema do desbalanço nutricional, que não quero me aprofundar muito por não ser minha especialidade; temos um outro que parece se insolúvel - O lixo que o desperdício gera - , e aqui quero ampliar a análise para todo tipo de lixo, não só o do desperdício alimentar.

Para quem trabalha em Vigilância, sobretudo ambiental, certificar que o acúmulo de lixo, sem destinação adequada é o principal potencial propagador de doenças nas cidades, não carece de muito esforço. O pior é ter que certificar o tamanho da dificuldade que os serem humanos tem para assimilar uma conduta simples que é a destinação adequada dos seus resíduos.

Hoje ao dar uma entrevista em um jornal regional sobre Dengue, pude abordar o assunto, e tentar em um exaustivo trabalho de formiguinha passar a mensagem que enquanto as pessoas não se convecerem que quem gosta de lixo é rato, escorpião, barata, insetos, mosquitos, enfim uma diversidade biológica que depende de materiais orgânicos em decomposição, água parada, restos de alimentos entre outros, para manterem seus ciclos de vida.



Enquanto estivermos no meio desse ciclo biológico certamente estaremos todos expostos às doenças que esse serem transmitem. Estamos no incio de 2012, o ano que tem tudo para ser de mudança profunda da humanidade, desde que as pessoas queiram mudar. Todo mundo sabe, ou pelos menos as pessoas que tem condição de tomar decisões que impactem na sociedade, sabem que os alimentos cada vez serão mais escassos - com a população crescendo no ritmo que vem, daqui a algum tempo nem que desmatemos tudo que existe, não seremos capazes de produzir alimento para todo mundo, e o desperdício somente piora essa quadro.

Essas pessoas sabem também que a falta de destinação correta de lixo, bem como a falta de urbanização das cidades, joga as pessoas no meio do ciclo das doenças mais se alastram hoje em dia: Dengue, Leishmaniose, Leptospirose, Toxoplasmose, Verminoses entre outras. Além disso ninguém assume com vontade o papel de ajudar a mostrar que o careta é jogar lixo em qualquer lugar. É triste ver crianças nos dias de hoje em grandes cidades de um pais como o Brasil convivendo em meio a dejetos de animais e lixo, e pior ainda com fome.



Sabem também que o desmatamento desenfreado, não é meramente um problema dos "ecochatos", nem tão pouco meramente climático. Se a humanidade quer sofrer as conseqüências dos problemas do desmatamento, como enchentes, desmoramentos, secas, e maior acesso de vetores de doenças em centros urbanos, é só continuar no ritmos que está, só não vale reclamar depois. Quem joga lixo no terreno do vizinho e pega Dengue, pediu pra pegar. O problema é que isso não fica só com ele se alastra pela cidade.

É amigos, hoje em dia ser ecologista , socialista, ambientalista ou coisas do genêro não é mais apenas um rótulo que os conservadores se arrepiam, é questão de necessidade. A sociedade mudou, o mundo mudou e está mudando, se para melhor ou pior depende da gente. É hora de deixarmos os pré-conceitos de lado para podermos nos garantir enquanto sociedade do futuro. Chega de ficarmos apegados as mesquinhezas ou obseções sem sentido, o mundo é muito maior, e as coisas acontecerão concordemos ou não. Então vamos nos unir em torno de situações que de fato interessam para melhorar nossa vida e de nossos descendentes nesse mundo, o que cada um fará individuamente de sua vida desde que não afete a dos outro, deixa pra lá.

O Sermão das migalhas.

Por - rosana.jatoba |categoria Sem categoria
Site G1 - http://g1.globo.com/platb/rosanajatoba/



A esta altura você já sabe onde vai degustar as delícias do jantar ou almoço de Natal. E mesmo se estiver longe da familia, vai se dar ao luxo de escolher uma ceia num restaurante ou de dar um pulo no supermercado para comprar os tradicionais peru, tender, farofa e as frutas cristalizadas. Vendo a mesa farta, ladeada pela árvore ricamente decorada, as velas acesas a perfumar a casa, e os presentes à espera dos sorrisos de satisfação..terá a impressão de que em todos os lares cristãos do planeta, há alimento de sobra para o corpo e o espírito.

É que a tal magia do Natal nos anestesia para a dura realidade dos grotões, onde a solidariedade é sazonal e a estupidez reduz o ser humano a objeto.


O número de famintos no planeta está em torno de 1 bilhão, de acordo com a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a Agricultura (FAO). Isso significa que um em cada seis seres humanos passa fome. Soco no estômago! É gente que, em sua maioria, habita a África, Ásia e a América Latina, já que no hemisfério de cima, o drama é o oposto. De um lado, mesas abarrotadas e pessoas superalimentadas; de outro, multidões famintas a se baterem por escassas migalhas.
A própria FAO atribuiu o acentuado aumento no número de famélicos a uma combinação da crise financeira internacional e da persistente elevação dos preços dos alimentos. Situações em que nós, pobres mortais de barriga cheia, figuramos como meros telespectadores.
É como bem assevera o cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Odilo P. Scherer:
“ A solução para o problema da fome está menos na roça e nas mãos calejadas dos agricultores do que nos gabinetes e fóruns das decisões políticas, econômicas, financeiras e comerciais. A fome será superada mais pela ponta da caneta do que pelo cabo da enxada”.


Porém, um terceiro fator nos chama à responsablidade imediata: o desperdício nosso de cada dia.
Dados deste mesmo relatório da FAO revelam que um terço dos alimentos produzidos no mundo, cerca de 1,3 bilhão de toneladas anuais, se perde ou é desperdiçado. No Brasil, este índice chega a 40%, algo em torno de 39 milhões de quilos diários de comida.
Os consumidores ricos jogam fora 222 milhões de toneladas de frutas e hortaliças, volume equivalente à produção de alimentos na África. Cada um de nós manda para o lixo 115 quilos de comida por ano.

O descaso começa lá no campo, com o acondicionamento inadequado; segue no transporte, quando chegam nas feiras e mercados; e, por fim, continua em nossa geladeira. Quantas vezes não compramos além do que iríamos consumir?

Pensar em toda a cadeia produtiva do alimento, desde os adubos utilizados, o suor do trabalhador rural até o combustível gasto do campo à mesa, ajuda a despertar a consciência? E refletir sobre as montanhas de lixo que geramos com os restos?

Diante das perspectivas de que os preços dos alimentos continuarão a subir e a produção precisará crescer 70% até 2050 para alimentar os 9,2 bilhoes de pessoas que estarão no mundo nesta época, teremos que quebrar o paradigma comum no Brasil, com relação à cultura do excesso, da abundância, do “é melhor sobrar do que faltar”.
A esta altura estamos tão atarantados com a correria de fim de ano, os balanços das finanças, a ansiedade pelas férias, os projetos para 2012, que é mais do que merecido o banquete natalino.
Em atenção à data peculiar, provemos também do alimento da alma: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome ”

Mas quando a farra gastronômica passar, fiquemos com o exemplo de um outro ser iluminado, a quem reverencio. De acordo com os ensinamentos de Buda, “ A quantidade de alimentos necessária para cada ser humano é aquela que cabe na concavidade de suas mãos unidas”.