terça-feira, 7 de agosto de 2012

Justiça autoriza CCZ a entrar em imóveis fechados para combater dengue

Fonte: Assecom Foto: 


 
O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Dourados vai poder entrar em imóveis fechados e abandonados para combater focos de dengue. A autorização foi concedida ao Departamento de Vigilância em Saúde do município pelo juiz da 6ª Vara Cível José Domingues Filho. A autorização é para que o CCZ faça o que for necessário para combater a dengue nos termos previstos na lei municipal 2.850/2006.

Para executar o trabalho, o CCZ vai seguir a lista de imóveis abandonados e que não estão em imobiliárias, elaborada durante o trabalho de campo nos bairros e área central. São casas e prédios comerciais tomados pelo mato e sujeira e que podem manter depósito com larvas do Aedes aegypti, transmissor da dengue.

O CCZ vai chamar um chaveiro para abrir o imóvel que esteja abandonado para verificar as condições e eliminar os focos encontrados. Após esse trabalho, o proprietário será notificado para fazer a limpeza e adotar outras providências.

Caso isso não ocorra, será multado com base na Lei da Dengue. Em casos extremos, o CCZ pode pedir ajuda da Secretaria de Serviços Urbanos para providenciar a limpeza do imóvel e posteriormente cobrar o serviço do proprietário.

O CCZ recebe denúncia sobre imóveis que apresentem risco de proliferação da dengue através do telefone 3411-7753.

Ações compartilhadas atenderam 21 mil residências em 2012

Fonte: Assecom Foto: A. Frota
Ações compartilhadas já foram realizadas em 20 bairros de Dourados
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Departamento de Vigilância em Saúde de Dourados realizou até dia 2 deste mês, 21 ações compartilhadas, num total de 21.261 visitas domiciliares.


Já foram atendidos neste ano o Jardim Colibri, BNH 4º Plano, Vila Cachoeirinha, Jardim Flórida I e II, Maracanã, Vila Hilda, Jardim Cuiabazinho, Novo Horizonte, Parque do Lago II, Altos do Indaiá, Vila Matos, Chácaras Flora, Vila Rosa, Jardim Carisma, Piratininga, Jardim Ouro Verde, Chácaras Caiuás, Vila Índio e Jardim Santo André.


Na área de controle de zoonoses, o maior número de ações foram palestras, com 719 eventos com os temas educação em saúde e fiscalização da dengue. Foram realizadas 619 ações e fiscalização da Lei de Controle Animal e 621 notificações.


Através do Programa DST/Aids foram distribuídos 14.740 preservativos para a população durantes as ações compartilhadas. Foram 539 palestras e panfletagens e mais 719 abordagens e conversas sobre ações educativas com a população em geral.


O Programa Saúde do Trabalhador fez 134 visitas em empresas. Já a Vigilância Sanitária fez 267 ações de fiscalização para liberação de alvarás, 185 quilos de alimentos foram apreendidos, realizou 90 atendimentos de denúncias e 206 notificações.


Na área de imunização, foram realizadas 56 palestras educativas e aplicados diversos tipos de vacina fora das campanhas regulares, como hapatite B, tríplice viral e febre amarela.


AÇÕES COMPARTILHADAS
A mais recente ação compartilhada foi realizada dia 2 deste mês, no Jardim Colibri. O trabalho foi concentrado na Unidade Básica de Saúde da Família Bem-te-vi. Equipes de vários setores do Departamento de Vigilância em Saúde visitaram as residências.


Foram desenvolvidos trabalhos de controle vetorial e combate à leishmaniose e ao mosquito transmissor da dengue, bloqueios químicos e mecânico, além da eliminação de depósitos de larvas de mosquito. O CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) também vacinou em animais e ofereceu cães e gatos para adoção.


De acordo com o diretor do Departamento de Vigilância em Saúde Eduardo Arteiro Marcondes, o objetivo é promover saúde preventiva entre a população. Ele explica que as equipes vão até as residências e quando o morador não é encontrado, estando a casa fechada, os profissionais retornam à tarde. “Por isso o trabalho é realizado o dia inteiro, para que toda a população do bairro seja contemplada com as ações de prevenção”, destaca.


A próxima ação compartilhada acontece nesta quinta-feira, dia 9, no Izidro Pedroso.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

III Seminário de Saúde Ambiental

A crise da saúde de Dourados

Por Edu Marcondes
Para iniciar é preciso dizer que qualquer pessoa que entenda de fato os preceitos e estrutura do SUS deve ficar profundamente irritada quando colocam todo o sistema num balaio só e, tratam como se a saúde fosse apenas essa zorra de administração hospitalar corrupta e falida que vemos espalhada no Brasil.
Posto isso, é possível verificar que o sistema de atendimento hospitalar brasileiro está de fato à beira de um colapso. Se fosse qualquer empresa privada já teria falido a tempos, isso não acontece porque os governos sempre na hora H seguram a onda, pois senão o impacto junto a população seria muito grande. Só não quebram de vez, porque é sempre o bom e velho SUS que da jeito e, ainda alguns profissionais mal informados metem o “pau” no sistema.
É demais para quem está dentro do sistema, ver o uso politiqueiro e corrupto com que tratam a coisa. Simplesmente dói na alma idealista dos profissionais de bem da saúde  verem que os incompetentes gestores hospitalares simplesmente não têm organização, planejamento, gestão e não cumprem as normativas sanitárias mais básicas para terem acesso às linhas de financiamento do SUS e, depois ficam jogando para galera e manipulando o povo.
Ninguém fala que certo hospital deve quatro milhões e que sua contratualização não é aprovada, pelo simples motivo de que seu gestor não atende a portaria do Ministério da Saúde para liberar os recursos. E que a mais de três meses ele é orientado a melhorar a estrutura e, mas não faz nada. Assim de fato o dinheiro não irá sair nunca. No grito e na pressão não.
É preciso que as coisas comecem a se tornar mais profissionais e mais claras e, que fique evidente que a atenção hospitalar é apenas um ponto do SUS. Que a saúde não é somente hospital e, há milhares de outros profissionais trabalhando todos os dias para justamente desafogar esses hospitais e que em um município com uma rede eficiente e de boa cobertura territorial isso ajuda muito.
É necessário, porém, que essa rede primária funcione de forma eficaz, que a prevenção e a promoção sejam uma ferramenta prioritária, assim é possível diminuir o número de agravantes hospitalares, de doenças infectocontagiosas, cardiovasculares e algumas crônicas, acabar é uma utopia, mas diminuir com certeza é possível.
Como último fator a se considerado é que hoje os Estados devem, e, estão se organizando em redes regionalizadas de saúde, descongestionando as capitais e sobrecarregando os municípios sede, o problema é que os pequenos municípios devem compor sua rede primária para que funcionem e não façam apenas a gestão de ambulâncias.

terça-feira, 24 de julho de 2012

MÉDICO VETERINÁRIO E SUA INSERÇÃO NO NASF

Por Edu Marcondes

Fruto de quase duas décadas de desenvolvimento de ações regulares e consistentes de profissionais médicos veterinários, junto à saúde pública, e o resultado de diversas incursões do Conselho Federal de Médico Veterinário, junto aos órgãos específicos, em outubro de 2011 a profissão por meio da portaria n° 2.488/2011, ganhou a possibilidade concreta de se inserir a Atenção Primária do SUS.

A portaria que possibilitou tal inserção é resultado da necessidade do fortalecimento e re-estruturação da atenção básica em âmbito nacional. Esse fortalecimento atualmente, mais que uma possibilidade técnica é uma necessidade premente e urgente.

É possível se fazer a certificação diária de que o SUS passa por dificuldades financeiras para dar sustentabilidade ao setor hospitalar e de alta complexidade, de forma que sempre que fez uma abordagem das causas de agravos que resultam em atenção hospitalar invariavelmente chega-se a conclusão da necessidade de reforço das ações de prevenção e promoção à saúde.

O NASF, doutrinariamente deve assumir na prática esse papel e conduzir ações permanentes de promoção em seu território que levem a redução dos índices de derrames, infartos, hipertensão crônica, entre outros. Nesse contexto o médico veterinário passa a ter uma importância crucial ao assumir para si a competência que a formação profissional lhe conferiu ao atuar nesse mesmo território de forma interdisciplinar, desenvolvendo ações de prevenção às doenças infecciosas e zoonóticas de relevância na área. Deve ainda atuar na promoção da saúde por meio da melhoria das condições ambientais, alimentares e articulando com os componentes da vigilância da rede, por meio do controle das populações animais e da educação sanitário, de manejo e conservação dos alimentos de origem animal, controle vetorial e prevenção de doenças.


GESTÃO DO SUS



Quando se fala da inserção de qualquer novo componente do sistema a primeira dúvida que surge é a dificuldade financeira por que passa o SUS.

Contudo, como já foi destacado no presente projeto é claro e vital a necessidade de que os municípios assumam o dever de desenvolver a prevenção e a promoção da saúde.

Nessa realidade o médico veterinário tem por formação as melhores características para desenvolver o controle da epidemiologia regional e de fato atuar na prevenção de campo junto às famílias.

O custo pode ser considerado irrisório, considerando a abrangência da área de atuação do NASF, assim como a pouca necessidade em equipamentos e o caráter permanente de ações preventivas que se dará em determinado território. Não há necessidade de nada mais que algum modo de deslocamento, da presença do profissional e alguns materiais de apoio didático para orientação das pessoas.



MÉTODOS DE ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO NO NASF



Para a realização das ações de prevenção o médico veterinário inserido no NASF, deveria atuar preferencial sob as seguintes orientações técnicas:


1.     Visitas domiciliares: Não há como se falar e não há melhor local para se fazer prevenção do que dentro das residências das pessoas, orientando-as a criar um ambiente mais saudável para sua família. Sendo que essas visitas devem ser realizadas regularmente e permanentemente para que sejam feitas melhorias ambientais gradativas e constantes no correr do tempo criando assim ambientes cada vez mais saudáveis no território de ação.


2.     Reuniões e trabalho de grupo: Dentro do território de atuação do seu NASF, é sempre recomendável que o médico veterinário desenvolva ações de grupo com a população, levando diretamente a cada grupo orientações técnicas de manejo dos animais inseridos no ambiente, das condições de manuseio e conservação dos alimentos, dos aspectos legais sanitários e epidemiológicos regionais que possam melhorar a prevenção dos agravos naquela região.


3.     Trabalhos interdisciplinares: Ao ter a consciência plena da promoção da saúde é um conceito global, o profissional deve buscar atuar constantemente de forma a articulada com os demais profissionais que compõem a sua equipe da NASF. E deve propor ações de grupo que tenham impacto de mobilização em massa naquela comunidade e, devendo estar disponível a participar de ações propostas por outros profissionais da mesma equipe.


4.     Articulação com entidades: Sobretudo no que diz respeito à prevenção de doenças infecciosas e zoonóticas é impossível que um profissional inserido no NASF tenha condições plenas de executá-lo, sem desenvolver ações de promoção à saúde articulados como os demais componentes de vigilância em saúde por meio de ações compartilhados de Vigilância em Saúde, com ONG´s para estimulo do passe responsável, para promoção ambiental entre outros; Com instituições de ensino e clínicas veterinários da região para controle populacional e atendimentos clínicos veterinários para a população carente, quando for o caso.


RESULTADOS ESPERADOS


Pela característica de formação profissional e pela metodologia de atuação propostos, espera-se que o município ao inserir o médico veterinário no NASF, passe a ter no território de abrangência dessa equipe o monitoramento e a redução gradativa e constante dos índices de doenças infectocontagiosas tais como: leishmaniose visceral, dengue, raiva, surtos diarréicos, infecções alimentares, verminoses, toxoplasmose, micoses, dermatites e doenças de pele, doenças respiratórias alérgicas relacionadas a animais entre outras.

Além de contribuir com a equipe na prevenção de doenças cardiocirculatórias, acidentes de trânsito e sintomas respiratórios (gripes) entre outras.

FRASE DE 1920 ...

Recebi de um email encaminhado pelo amigo Cel.Monteiro de Castro, e achei pertinente compartilhar;

Frase da filósofa russo-americana Ayn Rand (judia, fugitiva da revolução russa, que chegou aos Estados Unidos na metade da década de 1920), mostrando uma visão com conhecimento de causa:

"Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada".

AYN RAND

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Nervosinhos têm o pior câncer

Por Alysson Muotri | categoria Espiral -

Relaxe. Se você é do tipo constantemente preocupado, que briga no transito, discute com o porteiro e se incomoda com o troco em moedas é melhor mudar de atitude o quanto antes. Um estudo publicado em abril pela revista científica “PLoS ONE” mostrou que camundongos com níveis altos de estresse e ansiedade são aqueles que adquirem tipos mais agressivos de câncer de pele depois de exposição a luz ultravioleta.

O diagnóstico e o próprio tratamento de qualquer tipo de câncer já são estressantes por si só. Mas o novo estudo mostra que a personalidade estressada e ansiosa prévia pode agravar a situação, acelerando o processo cancerígeno e perpetuando um ciclo que tende a piorar o quadro clínico.

 
A correlação foi descoberta quando o grupo da Universidade de Stanford, na Califórnia, liderado por Firdaus Dhgabhar, estudava os níveis naturais de estresse de camundongos colocando-os em um labirinto cheio de passagens falsas. Animais que se aventuram menos pelas áreas escuras e desconhecidas são considerados mais ansiosos e estressados do que aqueles que estavam dispostos a explorar calmamente o novo ambiente. O estresse foi confirmado pelos altos níveis de um hormônio que responde a essas situações específicas, a corticosterona. Em seguida, grupos de animais mais e menos estressados foram submetidos a três doses semanais, de dez minutos cada, de luz ultravioleta, por um período de dez semanas. Seria uma dose de luz ultravioleta equivalente àquelas recebidas pelos desavisados que passam muito tempo na praia sem protetor solar. Como os animais testados não têm pelos, acabam sendo mais susceptíveis a câncer de pele. Eventualmente, depois das sessões, todos os animais desenvolveram câncer de pele. Porém, o grupo dos estressadinhos e ansiosos apresentou mais tumores sólidos, além de um tipo de câncer mais agressivo e invasivo. Os estressados também tinham um número aumentado de células T reguladoras no sangue, associadas à inibição do ataque do sistema imune contra o câncer.

 
A conexão entre ansiedade e a baixa no mecanismo de defesa do sistema imune é muito bem estabelecida, mas, pela primeira vez, a agressividade do câncer está sendo biologicamente correlacionada com a personalidade altamente ansiosa. A ansiedade pode ser definida como uma sensibilidade extrema à existência de fatores estressantes que sejam percebidos ou antecipados pelo individuo. Já a relação do sistema imune com o estresse é mais complicada. Pode-se dizer que existem dois tipos de estresse, um bom e um ruim. Estresse por um período curto de tempo, como passar por uma prova ou participar de algum teste, pode aumentar a eficácia do seu sistema imune, pois prepara o organismo para a “luta”. Por outro lado, o estresse constante, ocasionado pela perda de um ente querido por exemplo, tende a enfraquecer o sistema imune, afetando a capacidade do organismo de lutar contra alguma doença. Mas qual é o limite saudável do estresse? Como essa resposta é variável e altamente subjetiva, diversos pesquisadores têm optado por trabalhar com ansiedade.

 
No caso dos camundongos, o estresse vem do equilíbrio entre explorar um ambiente novo em busca de comida e, ao mesmo tempo, tentar se proteger de perigos em potencial presentes num lugar desconhecido. É lógico que, em humanos, o problema é mais complexo e, por isso mesmo, a pesquisa precisa ser validada em pessoas. De qualquer forma, as evidências experimentais nos modelos animais são claras e devem ser levadas em consideração no tratamento do câncer. Segundo o estudo, a recuperação de pacientes com câncer deve ser mais efetiva se reduzirmos o estresse e ansiedade que surgem durante o diagnóstico e tratamento. O uso de drogas ansiolíticas, como o Valium, e de terapias comportamentais por um período curto de tempo surge como uma opção.

Unidade de Pronto Atendimento Veterinário – Vamos Pensar!

Por Edu Marcondes


Uma renomada coluna, de um importante jornal do interior do estado, em sua edição do ultimo sábado – 14/07/2012, trouxe uma noticia, que de imediato remeteu a reflexão sobre qual rumo a medicina veterinária irá tomar no futuro.

A noticia era de que em breve a prefeitura da capital de Mato Grosso do Sul, iria implantar uma Unidade de Pronto Atendimento Veterinário 24hs, e em tom sarcástico dizia: “chique no ultimo...!”.

Com relação a essa informação é de imediato necessário que seja feito um pensamento coletivo de todos os médicos veterinários do país acerca de como irão conduzir a profissão. Sim porque é óbvio que para a prefeitura de Campo Grande assumir esse projeto ele teve que no mínimo ter tido o aval dos profissionais que lá atuam.

Do um ponto de vista simplista, ao ler uma informação dessas pode-se comemorar um crescimento da profissão e um ganho para a população, sobretudo para aqueles que são apaixonados pelos animais e simplesmente condenam de todas as formas a eutanásia.

O funcionamento de uma unidade dessa magnitude em tese pode levar a um atendimento em massa de população de animais de pessoas carentes, e provavelmente uma série de outras boas intenções que possam estar no projeto, mas que não foram descritas na coluna.

Muito bem, tudo isso é salutar e importante, mas é preciso também que todo médico veterinário comece a sair um pouco de sua rotina cotidiana, e passe a ter uma visão mais global das coisas, para que não se desconstrua uma luta de anos que trouxe a profissão até o momento de inserção definitiva como profissão de saúde pública. Uma unidade como essa pode simplesmente em questão de meses por tudo a perder, e pior fazer a medicina veterinária perder o bonde da história.

Quando se propõe uma UPA-Vet, como essas fica evidente que a medicina veterinária, não entende nada da gestão do sistema, e não tem a mínima sensibilidade para os problemas do SUS. Com isso, a profissão estará dando munição de grosso calibre para as demais profissões de saúde atirem e rapidamente a excluam do sistema.

O SUS é deficiente em recursos de todas as esferas, o nível de exigência de atendimento é cada vez maior, e por mais que os médicos veterinários, e protetores busquem para os animais a mesma condição de atendimento dos seres humanos, isso ainda é uma realidade bastante distante. Não se pode ter a ilusão de que em se tendo um recurso público para investimento em saúde, esse direcionado aos cães e gatos, em detrimento das despesas com os programas para as pessoas.

A própria sociedade está longe de estar preparada para essa realidade. Buscar a liberdade de tratamento e a possibilidade para que os interessados possam cuidar de seus companheiros é justo e humano. Mas da mesma forma é justo e humano, preservar a vida das pessoas que não tem condições  ou não querem mais seus animais. Eutanásia indiscriminada deve ser tratada como crime, mas deve-se a consciência que simplesmente acabar com ela pode ser um crime da mesma magnitude.

O principio do convívio humano, deve ser pautado pelo respeito mutuo e aceitação das condições individuais. Para a profissão, de forma institucional, tomar um caminho único figura-se num erro craso. Ao se propor uma UPA-VET, a medicina veterinária estará vulnerável ao fato que o gestor possa alegar falta de recursos e simplesmente acabar com isso, e ainda apontar e dizer que é inviável o médico veterinário estar inserido na saúde pública, e sob a ótica da gestão com certa razão.

A medicina veterinária precisa urgentemente abrir sua visão, atuar de maneira forte na promoção da saúde, no apoio matricial, criando articulações com instituições de ensino e entidades filantrópicas e ong´s que atuem nesse ramo. Se houver isso as eutanásias diminuirão, as doenças diminuirão, a posse responsável passará a ser mais valorizada. A profissão será relevante para a sociedade e será com isso respeitada e valorizada.

Querer criar um SUS – VET pode ser um erro estratégico sem precedentes, e a profissão poderá ao invés de avançar, ser relegada a segundo plano dentro do sistema de forma que tudo que foi conquistado com muita luta e sacrifício torne-se em vão.

 Assim como uma espécie, não querer suplantar ou substituir a outra, a medicina veterinária não deve querer se colocar no lugar das outras. Deve sim mostrar seu valor e sua relevância, afinal de contas se cada um fizer com maestria sua parte todos serão importantes dentro de suas características. O lema deve ser: PROMOÇÃO A SAÚDE, E NÃO ATENÇÃO VET!!!!  

terça-feira, 17 de julho de 2012

I SEMINÁRIO DE SAÚDE PÚBLICA VETERINÁRIA




CAROS COLEGAS, GOSTARIA DE CONVIDAR A TODOS OS MÉDICOS VETERINÁRIOS, ATUANTES EM SAÚDE PÚBLICA OU NÃO PARA QUE PRESTIGIEM ESSE IMPORTANTE EVENTO PARA NOSSA PROFISSÃO

H1N1- A População em Pânico

Por Edu Marcondes


É de impressionar o nível de medo que a população vem apresentando com relação a gripe A. Boa parte desse pânico é fruto do próprio sistema de saúde, outra parte é culpa da impressa sensacionalista e uma parcela é dos desinformados profissionais de saúde passam uma postura alarmista e irresponsável quanto a situação da doença.


É de se pensar ainda que alguém possa estar ganhando com o pânico das pessoas. Sim porque é sempre bom lembrar, que em uma situação como a que estamos vivendo as pessoas pagam o que não têm para receber a dose de vacina particular, por não ser contemplado como grupo prioritário do programa oficial.


A coisa que um profissional de saúde mais devereia se envergonhar em sua vida profissional é de explorar o sofrimento das pessoas em seus momentos de maior fragilidade. Não ter o cuidado necessário ao divulgar informação que pode causar transtornos imensos na vida das pessoas certamente contribui para o aumento desse sofrimento; As pessoas não são obrigadas a ter o conhecimento técnico especifico, mas o profissional de saúde sim.


Divulgar na imprensa de forma alarmista que o H1N1, é a doença mais calamitosa da atualidade, pode ser caracterizado como desconhecimento, ou má fé mesmo. É preciso que fique muitíssimo claro que H1N1, trata-se se uma variedade (cepa) do vírus influenza, que é o responsável por nossa gripe sazonal – A gripe comum!


A gripe, até a pandemia de 2009, não era doença de notificação compulsória e as campanhas anuais dificilmente atingiam a meta estabelecida para o efetivo bloqueio vacinal. Haviam inclusive boatos insanos de que o governo queria vacinar os idosos para diminuir o déficit previdenciário.


Ninguém dava a devida importância por que morriam muito mais gente que se pensa, de pneumonias e agravamentos respiratórios, mas não era notificado. Com o surgimento da nova variedade viral e com a formação da pandemia, passou-se a tratar a influenza A de notificação compulsória. Ai deu-se a confusão, pois passaram a notificar e ter dados apenas da gripe A, mas das outras não.


Quando divulga-se, hoje em dia os números de H1N1, tanto de notificações quanto de óbitos, ninguém lembra que existem outros milhares, e em muito maior quantidade de outros tipos de influenza, fazendo casos graves diariamente e levando a obtido sem serem registrados.


É fundamental o entendimento dos profissionais de saúde e das pessoas em geral, que problema sério e que deve ser cuidado, é a síndrome gripal, principalmente a respiratória grave, seja ela causada por H1N1, ou outra variação de influenza. Isso tanto faz, por que o caso que se agravar poderá levar a óbito independente da variante viral.


Que o H1N1 deve ser tratado com seriedade e cuidado isso ninguém em sã consciência pode negar, agora criar uma mística em cima disso é insano. Em 2009, a população mundial, nunca havia tido contato com a nova cepa e ninguém sabia exatamente como seria o comportamento de virulência dessa variante.


Hoje boa parte da população já tem contato com o vírus. As campanhas de vacinação  promoveram uma cobertura satisfatória, nos grupos prioritários, conferindo assim uma barreira imunológica na circulação viral. Precisamos certamente confiar no programa, desde que cada município, trate de efetivamente fazer o seu papel bem feito, e cumprir as metas estabelecidas.


Os casos isolados, certamente acontecerão, como certamente, serão observados alguns óbitos e alguns casos graves. A população também deve ajudar, se cuidando; Sabendo que em todos os invernos sempre ocorrerão casos graves de gripe, H1N1 ou não, e portanto devem buscar lugares arejados, se manter higienizado, evitar aglomerações, evitar proximidade física com pessoas sintomáticas, enfim; Devem se cuidar.


Ademais devem ser preventivas quando parte de grupos prioritários para não acontecer o que vemos regularmente, quando muitos que deveria se vacinar, protelam sua atitude e se expõem desnecessariamente ao risco.

Em suma cada um deve fazer sua parte, se prevenir contra a gripe, saber trata-se de uma coisa séria, como tudo o que é ligado a saúde o é; E principalmente confiar nos programas oficiais e nos trabalhos técnicos e científicos que balizam os programas. Simplesmente “chutar o balde”, apenas causa tumulto, espalha o pânico e pior, não resolve nada!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

MS alerta sobre condutas frente a casos de gripe


O Ministério da Saúde alerta os profissionais de saúde para a chegada do inverno, no dia 22 de junho, época em que se intensifica a circulação dos vários subtipos do vírus da influenza, exigindo atenção redobrada para as medidas de vigilância epidemiológica e de assistência apropriadas. Particularmente, é preciso esclarecer bem e implantar as recomendações do Ministério sobre possíveis casos de influenza pelo subtipo do vírus de influenza A/H1N1 2009.

O subtipo do vírus de influenza denominado A/H1N1 2009 surgiu no início daquele ano, no México, e foi responsável pela pandemia de influenza registrada naquele ano. Em agosto de 2010, com base nos dados epidemiológicos registrados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia como encerrada. Uma pandemia ocorre quando aparece um subtipo completamente novo do vírus da influenza. Nessa situação, como toda a população é suscetível, há uma disseminação rápida desse novo subtipo. No século passado, esse fenômeno ocorreu três vezes, em 1918, 1957 e 1968. Na pandemia de 2009, a grande maioria dos casos foi leve, com cura espontânea, sem complicações. Entretanto, em alguns casos, houve a ocorrência de casos graves, principalmente em alguns grupos como gestantes, crianças pequenas, idosos, obesos e portadores de doenças crônicas.


Mesmo com o fim da pandemia, o subtipo A/H1N1 2009 continua circulando no mundo inteiro, agora produzindo apenas surtos localizados, porque a maioria das pessoas já está protegida contra ele, seja porque tiveram a infecção natural em 2009 (estima-se que até 30% da população podem ter tido influenza pelo subtipo A/H1N1 2009) ou porque se vacinaram nas campanhas realizadas em 2010, 2011 e 2012. Esses surtos vêm ocorrendo em praticamente todos os países do mundo, e também no Brasil. Para responder a essa situação, a OMS manteve esse subtipo entre os três que fazem parte da composição da vacina contra a influenza, protegendo os grupos mais vulneráveis às complicações, como as mulheres grávidas, as crianças menores de 2 anos e os idosos. Em nosso país, a campanha de influenza para o inverno de 2012, recentemente realizada, atingiu cobertura acima de 80%, uma das mais altas do mundo.


Além da garantia da vacinação dos grupos vulneráveis, o Ministério da Saúde revisou e divulgou, no ano passado, um novo Protocolo de Tratamento da Influenza (clique aqui para acessa), visando atualizar os profissionais de saúde com as medidas adequadas para reduzir a transmissão e evitar os casos graves pelo subtipo A/H1N1 2009. Entre essas medidas destacam-se:
1. Ações de higiene pessoal, como lavar as mãos várias vezes ao dia, evitar tocar a face com as mãos e proteger a tosse e o espirro com lenço descartável;
2. Procurar um serviço de saúde caso apresente a síndrome gripal, que é definida pelo surgimento, simultaneamente, de febre de início súbito + tosse ou dor na garganta + cefaleia (dor de cabeça) ou mialgia (dor nos músculos) ou artralgia (dor nas articulações);
3. Quando se comprovar que há circulação do subtipo A/H1N1 2009, os médicos devem prescrever o antiviral oseltamivir, o mais precocemente possível, sem aguardar resultados de laboratório ou sinais de agravamento, em todas as pessoas que apresentarem a síndrome gripal, particularmente nos grupos vulneráveis para complicações, como as gestantes, crianças pequenas, idosos, obesos e portadores de doenças crônicas.

Não há indicação para suspender atividades sociais ou aulas, porque isso não se mostrou efetivo para reduzir a transmissão do A/H1N1 2009, servindo apenas para criar uma sensação de insegurança nas pessoas. A utilização da vacina, nessa situação atual, também não é recomendada porque a produção de anticorpos contra o vírus da influenza só se inicia após duas semanas da aplicação, não garantindo a proteção imediata, que seria necessária num surto que geralmente é de duração muito limitada. Estudos realizados durante a pandemia mostraram que a medida que se revelou mais eficaz para evitar casos complicados e óbitos é o acesso rápido ao antiviral oseltamivir.


O Ministério da Saúde descentralizou, desde 2011, um estoque suficiente desse antiviral para todos os estados brasileiros e mantém um estoque estratégico capaz de suprir qualquer nova necessidade.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Dia 27 tem Simpósio de Imunização em Dourados

Fonte: Assecom   

 
Será realizado no dia 27 deste mês em Dourados o Simpósio de Imunização 2012. A finalidade é atender as diretrizes voltadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI), com isso promover o conhecimento dos profissionais da área e acadêmicos a respeito das ações de imunização.


“A meta é informar e conscientizar os participantes sobre a importância da prevenção e promoção à saúde através da vacinação, bem como o papel do programa de imunização”, afirmou o diretor de Vigilância em Saúde Eduardo Arteiro Marcondes.

Com a realização desse simpósio haverá maior interação entre os profissionais e acadêmicos, como forma de reforçar as ações de promoção, prevenção e vigilância à saúde sobre doenças imunopreviníveis, possibilitando a manutenção de um ambiente mais saudável e melhor qualidade de vida.

PROGRAMAÇÃO
O Simpósio de Imunização será em um único dia, das 8h às 17h. No período da manhã está programada a palestra “A Imunização na Atenção Básica”. Logo após haverá mesa redonda e em seguida a palestra “Acidente Antirrábico e com animais peçonhentos: como proceder”. A programação da manhã encerra com mesa redonda.


Às 14h está programada outra mesa redonda, em seguida apresentação do “novo calendário vacinal”. O tema a seguir será “Cadeia de rede de frio”. O evento termina com mesa redonda.

A inscrição pode ser feita pelo e-mail progimun.sems@dourados.ms.gov.br. Mais informações pelo telefone (67) 3424-5508.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Vigilância – A serviço da Saúde Pública

Por Edu Marcondes



Para se falar de vigilância poderia ser utilizado a metáfora de uma equipe de futebol, ou um time de qualquer esporte. Mas dada as atribuições e as características de ação hoje sob responsabilidade, essa estrutura está mais para um exército. Sim, porque num time o universo de componentes não passa de 20, 30 ou 40 componentes.



Em nossa cidade a composição do Departamento de Vigilância em saúde ultrapassa, os 200 profissionais, maior que muita secretaria de vários municípios. Essa grandeza não é exclusividade de dourados, todas as cidade acima de 200 mil habitantes, e tenha minimamente estruturada sua vigilância certamente terá um efetivo de um exército. Um exército da promoção da saúde!



Bem o fato é que, a cada dia a vigilância e a promoção da saúde se fazem imprescindíveis ao Sistema Único de Saúde, e o nó está justamente no fato de que pouquíssimos profissionais envolvidos, sabem como fazer promoção. Quase ninguém tem a capacidade de atuar de forma coordenada interdisciplinarmente, e principalmente atuar em prevenção e promoção.



Não é preciso dizer que o sistema sem cobertura de uma rede de atenção primária, sem vigilância e sem promoção, é um sistema em colapso. Principalmente porque a rede hospitalar apesar de fundamental é e sempre será insuficiente, para atender a demanda.



Frente a isso cada vez mais a gestão vê a necessidade emergencial de garantir atividade de prevenção e que levem a mudança de comportamento das pessoas. E ai a vigilância é peça fundamental que pode dar o suporte devido para a atenção consiga efetivamente produzir uma mudança comportamental coletiva que leve a prevenção dos principais agravos que hoje tornam insuficientes os recursos do SUS.



Para tanto é preciso que todos foquem na situação onde a força coletiva produz as grades vitórias. Tanto na historia dos exércitos, quando na história das equipes esportivas, invariavelmente os momento épicos foram construídos com muita doação individual em prol do coletivo. As vitórias somente vieram e se eternizaram quando todos os envolvidos entenderam que eram realmente importantes, e passaram a confiar no companheiro ao lado.



O Pelé se eternizou, porque a equipe de 70 se eternizou. Porque todos tinham um compromisso incondicional em fazer a equipe boa. Eram 11 craques que desempenhavam suas funções com tanta excelência que o companheiro ao lado confiava de olho fechado e rolava a bola.



No caso do SUS, hoje vemos uma falta quase que total de integração e confiança entre os segmentos. Não vemos “os craques” assumirem com vontade sua função, e um rola a bola pro outro, apenas para se ver livre dela e não para resolver a situação.



É premente que os serviços municipais de vigilância comecem a se integrar entre e a seguir com a rede. É preciso que se sintam um time, um exercito que esteja com a alma envolvida em promover saúde, em dar suporte ao sistema para ele funcione como tem que funcionar. É preciso também que a atenção saia do marasmo, do comodismo e para de reclamar e assuma seu papel de verdade. Que se abra a integração e a parceria.



Os setores de apoio matricial como NASF, devem se comportar como os promotores permanentes de saúde no território em que atuam. Aqui em Dourados o inicio foi realizado, o ponta pé foi dado, e os resultados já aparecem claramente. É necessário que isso seja consolidado para que nunca mais a cidade possa ter a desarticulação do passado.



Hoje a cidade tem um verdadeiro exercito de vigilância a disposição da saúde. É preciso que todos entendam agora o que é de fato fazer vigilância e se unam a um exército maior ainda que se chama SUS. Pois isso sim é que trará a saúde a população precisa.




quinta-feira, 5 de julho de 2012

CCZ entrega animais para adoção

Por: Marli Lange - Do Progresso


O Centro de Controle de Zoonozes (CCZ) entrega, em média, pelo menos 25 animais para adoção, a cada semana. “As pessoas se interessam, muitas vezes com pena dos animais ou para atender o pedido de um filho”, comenta o veterinário do CCZ, Fernando César Moreira Bastos. Nos últimos meses a média de adoção, principalmente dos cães, tem aumentado, tendo em vista a divulgação, inclusive através das ações comunitárias realizadas pela prefeitura nos bairros, onde os bichinhos aptos para adoção são levados.


CCZ de Dourados entrega animais para adoção já vacinados e vermifugados (Foto: Hédio Fazan/OPROGRESSO)



Fernando comenta que são muitos os animais abandonados encontrados nas ruas, a maioria doentes e precisando de vacina. Eles são levados para o CCZ onde são vacinados contra raiva, vermifugados e recebem medicação contra parasitas externos. Antes de serem entregues à adoção, os animais adultos são castrados. Os filhotes recebem remédios contra sinomose, viroses, entre outras.
O veterinário diz que, em muitos casos, os cães e gatos são levados para o CCZ após denúncias de maus tratos. Um exemplo típico são os moradores que viajam e deixam o animal sozinho em casa, muitas vezes passando fome ou sede, trancado no quintal. Isso normalmente acontece nos finais ou inicio de ano, em épocas de férias da família.
Em outros casos, o morador quer se desfazer do animal e procura o CCZ. Contudo, Fernando lembra que o CCZ não acolhe animais saudáveis, simplesmente porque a pessoa não quer mais o bicho. “Só acolhemos se estiver doente ou se a família vai mudar de cidade ou para um apartamento onde não pode levar o animal. São avaliados caso a caso”, explica o veterinário. Ele explica que para fazer a adoção é simples, basta um adulto comparecer no CCZ com os documentos pessoais.
MAUS-TRATOS
Antes de fazer uma denúncia de maus-tratos, a pessoa deve verificar se o que vai denunciar está mesmo fora da lei dos crimes ambientais (lei federal 9.605/98). O artigo 32 diz que “praticar ato de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos”, com três meses a um ano de detenção e multa. A mesma lei diz ainda que “incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos” e que “a pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal”.
APARTAMENTO
A lei (4591/64) e um artigo do Código Civil (artigo 544) amparam qualquer animal que viva em um condomínio de apartamentos, mesmo que a convenção de condomínio proíba, mas desde que o animal não perturbe o sossego, a salubridade e a segurança de quem mora no local.
A orientação é que a pessoa que pretende fazer a denúncia investigue, certifique-se de que se trata de um caso de maus-tratos, colhendo evidências, testemunhos que comprovem a situação. Sempre que possível, procurar conversar com o agressor, observando que os animais são protegidos por leis.
Pela Constituição de 1998, os animais são tutelados pelo Estado, ao qual cabe a função de protegê-los. Os atos de abuso e de maus-tratos configuram crime ambiental e devem ser comunicados à polícia, que registrará a ocorrência, instaurando inquérito.
A autoridade policial está obrigada a proceder a investigação de fatos que, em tese, configuram crime ambiental. Caso haja recusa do delegado, cite o artigo 319 do Código Penal, que prevê crime de prevaricação: receber notícia de crime e recusar-se a cumpri-la.
Outras informações sobre adoções ou denúncias de maus-tratos pelo telefone 3411-7753, do CCZ.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Dourados é destaque nacional com ações compartilhadas

Fonte: Assecom Foto: A. Frota



O município de Dourados foi escolhido como destaque nacional no Congresso Nacional das Secretarias Municipais de Saúde devido às ações compartilhadas, realizadas semanalmente nos bairros da cidade, como estratégia de integração entre a vigilância e atenção primária.

O evento que consagrou o programa aconteceu em Maceió, de 11 a 14 de junho, e contou com a participação de representantes de mais de 5.000 municípios. Durante o congresso foram apresentados mais de 700 trabalhos, sendo cinco classificados por região, e indicados nacionalmente pelo Conasems (Conselho Nacional de Secretários de Saúde).

Dourados foi apontado como o melhor município do Centro Oeste e será um dos indicados do Conselho como destaque. No próximo dia 15 de julho, a revista informativa do órgão deverá publicar a metodologia aplicada nas ações compartilhadas, e servirá de modelo para todos os municípios do Brasil.

Para o diretor de Vigilância em Saúde Eduardo Arteiro Marcondes, “esse reconhecimento é motivo de orgulho porque mostra que estamos no caminho certo”. Ele acredita que “essas referências devem motivar a melhorar sempre, e confirma que Dourados tem sim, muita coisa boa a ser mostrada e a ser seguida”.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Fórum da CNSPV – Como faremos nossa inserção no NASF?

Por Edu Marcondes
Foto: Divulgação CFMV





Poder reencontrar colegas, de tão alto nível e que lutam exaustivamente pelo crescimento profissional, foi antes de tudo um grande prazer. Foram 2 dias de grades debates em prol da inserção do médico veterinário no NASF, que me deram a satisfação de me sentir parte da construção da história da profissão que faço parte.
 
História essa muito bem contada, e muitíssimo bem representada pelo colega Paulo Cesar, presidente na nossa comissão nacional, e por todos os pioneiros que lideram essa luta pela respeitabilidade de nossa profissão no ambiente da saúde pública. Ter convivido com eles e com os, até mais jovens que eu, mostrou que a continuidade desse caminho está garantida, e nos fez refletir bastante sobre como chegamos aqui e como faremos daqui por diante.
 
A luta não foi em vão, foi longa, mas trouxe uma grande conquista que foi a formalização da inserção do médico veterinário no NASF, em outubro passado. Uma grade conquista sim, lutada e suada, principalmente por nossos pioneiros, mas que abriu outro grandioso desafio; O que fazer para verdadeiramente nos inserir nessa nova realidade?
 
Essa foi a principal pergunta que nos instigou nesses dois dias. Sendo que depois de muito debate algumas coisas ficam marcadas nesse contexto. Que nossa profissão ainda não está totalmente identificada com a possibilidade se reconhecer como profissional de saúde. Que talvez não tenha a maturidade suficiente, para trabalhar na forma interdisciplinar que o SUS exige, e que nosso conhecimento de SUS ainda é muito incipiente.
 
E isso claramente, deverá ser o principal desafio da profissão de agora por diante para que tudo o que foi conquistado, não se torne em vão. É bem verdade que podemos ter o entendimento que a historia da medicina veterinária e a sua realidade de atuação no Brasil até aqui, condicionou a sociedade e os próprios profissionais a se moldarem na forma como somos vistos hoje.
 
Sempre tivemos nossa profissão ligada ao ministério da agricultura, e quando pretendemos atuar junto ao ministério da saúde, esse contexto muda radicalmente. Continuaremos com o mesmo ambiente, e com os mesmos animais que sempre lidamos porem com foco na saúde humana; E isso muda profundamente a visão que o profissional deve ter de sua atuação e do seu papel social. Talvez por isso, tenha ficado muito claro que nosso papel não será fácil.
 
Quase que a totalidade de nossos colegas, não consegue imaginar essa possibilidade na prática, e se cercam de dúvidas quando falamos de nossa inserção no NASF. Quando falamos então de SUS, ai é que a coisa de complica de vez.
 
Justamente em cima desse novo desafio é que pudemos propor várias sugestões de ações a serem desencadeadas pelas comissões estaduais e pela comissão nacional, para dar esse clique na profissão. Além disso várias estratégias políticas de sensibilização dos gestores e da sociedade também ficaram delineadas.
 
Outra questão que fica muito evidenciada é que ainda não temos um padrão de atuação quando conseguirmos nos inserir no NASF. Não podemos imaginar que faremos parte de um sistema de atenção básica da saúde humana para fazer atendimento clinico à animais, por mais tentador que isso possa ser para um médico veterinário. Para tanto é necessário também que os colegas da academia tenha a ciência exata do que é SUS, do que é atenção básica, do que é ESF e do que é NASF, para que possa bem orientar nosso futuros jovens colegas. Nós que já atuamos no sistema também devemos assumir nossa responsabilidade nisso também.
 
O médico veterinário deve deixar pra traz aquela cultura individualista, turrona e até certo ponto truculenta de que até aqui se via atuando de forma individualizada dentro de sua clinica, ou isolada no campo. Agora é preciso que ele se veja como promotor de saúde, de melhoria das condições ambientais e de vida das pessoas. O SUS precisa disso, e a medicina veterinária precisa se preparar para essa realidade, ou poderemos perder o bonde da história.
 
Bem como vemos os dois dias em Goiania – GO, estimularam nossos pensamentos e nossas mentes acerca de nossa nova realidade, os desafios são muitos, mas as possibilidades maiores ainda. A medicina veterinária, sempre esteve e sempre estará pronta para assumir seu papel na historia.
 
 A certeza é de que estamos em mais um momento desses que engrandecem, não podemos perdê-lo; E não o perderemos pois seguindo os passos e os exemplos, e nos juntando aqueles que nos abriram os caminhos até aqui formamos um time cada vez maior de pessoas que não fogem à luta.

Ações Compartilhadas de Vigilância em Saúde – Destaque do Congresso Nacional de Secretários Municipais de Saúde

Por Edu Marcondes


“....Boa tarde! Sou jornalista contratada pelo conasems e preciso falar contigo porque sua experiência foi selecionada como destaque do congresso para sair na revista!”


Com essa mensagem recebida no celular funcional do Departamento de Vigilância em Saúde, tive a informação de que mais me alegrou nesse ano. O trabalho que idealizamos havia recebido um reconhecimento nacional. Para muitos pode parecer uma coisa banal, mas para quem vive o dia a dia, fazendo vigilância dentro SUS, ter sido reconhecido como a melhor experiência do Centro Oeste, e compor a publicação do CONASEMS, que trará as 5 melhores, sendo uma de cada estado é uma senhora vitoria.

As dificuldades, não são poucas. Os colegas da secretaria que trabalham na Atenção, não conseguiam entender e se abrir à atuação da vigilância, que sempre foi tratada à margem da saúde, como se não fizesse parte do sistema. E foi justamente isso que serviu de base e estimulo para a idealização das Ações Compartilhadas.
 
 
Enquanto ainda estava no CCZ, sempre me senti incomodado e até certo pondo inconformado, de como a unidade é relegada, por quase todos da saúde, minha profissão – Medicina Veterinária - então coitada, não tinham serventia a não ser para capturar e eutanasiar animais, que estavam incomodando. Pouquíssimos colegas conseguiam ver na atuação de controle de zoonoses uma ação importante para a saúde.
 
 
Ao chegar ao Departamento constatei uma realidade ainda pior. A segregação não era exclusividade do CCZ, a Vigilância Sanitária era demonizada, os fiscais tidos como polêmicos e problemáticos; o DST era relegado a 2º plano..., enfim; Era cada um por si e Deus por todos. Perdi algumas noites de sono, pensado como isso podia funcionar; Um sistema que não se articulava como sistema. Daquele jeito, não iríamos a lugar nenhum.
 
 
O primeiro passo foi acertar uma dinâmica de reunião de departamento, realizada religiosamente uma vez por semana. Era preciso mostrar aos coordenadores, que éramos uma equipe, e que somente juntos poderíamos avançar. As dificuldades e faltas de coisas não iriam do dia para noite acabar, mas se um ajudasse o outro, todos se manteriam permanentemente funcionando. Isso criou um grande espírito de corpo. O DVS se tornou de fato uma equipe, e em questão de poucas semanas.
 
 
Todos começaram a funcionar. Ora se um estava com a viatura quebrada o outro ajudava se faltava luva em lugar, o outro emprestava, e assim por diante. Obviamente que as equipes também rapidamente se sentiram acolhidas e motivadas. Para qualquer profissional do SUS, não existe motivação melhor do que ver seu trabalhando funcionando e sendo reconhecido, e isso não é novidade pra ninguém.
 
 
Bem mas apesar disso, em nossas reuniões de departamento, eu e a equipe de coordenadores, repetidamente chegávamos as mesmas discussões – Os esf, não notificavam, os esf não ajudavam no combate a Dengue, a atenção não fazia fluxo de retorno, as salas de vacina, eram tratadas como uma coisa a parte do esf, enfim; Foi então que sugeri a eles que deveríamos rapidamente nos aproximar da Atenção. Não dava mais para ficar na mesma, nem tão pouco ficar brigando.
 
 
Foi o embrião da ACVS, que passados mais alguns dias, me encarreguei de botar no papel e formatar a metodologia. No inicio, tivemos alguma resistência de algumas equipes, mas a maioria já nos acolheu com calorosa receptividade, a metodologia foi sendo ajustada, e hoje temos um formato bem delineado, e bem executado. As atividades obedecem um calendário definido e constante; As ações se incorporaram a rotina da vigilância.
 
 
A cooperação mutua, continua; Todos os agravos e metas, passaram a ser igualmente tratados com a devida importância; Não existe hoje no DVS, uma equipe mais importante que a outra, e todos passaram  a se sentir efetivamente promotores de saúde. Melhorias e aprimoramentos evidentemente são constantes, mas os resultados e reconhecimentos mostram para todos, que se alguém ainda estava incrédulo; Que as ACVS, são uma técnica indispensável para as vigilâncias modernas.
 
 
Por fim não posso deixar de externar minha satisfação pessoal; Para mim esse reconhecimento do CONASEMS, foi grandioso. A pouco mais de 4 anos, minha profissão dentro da SEMS era tida como “catadora” de cães errantes, ao passo de que quando fui escolhido para assumir o DVS, muito preconceituosamente colocaram em redes sociais que um médico veterinário não teria condições de assumir um cargo que cuidava da saúde das pessoas. Definitivamente esse reconhecimento não é tido por mim como uma revange, mas que a dificuldade e os comentários maldosos nos serviram de estimulo, isso serviram.
 
 
Agora ficamos no aguardo da publicação do CONASEMS, no meio julho, mas desde já agradecendo a cada um dos colegas da secretaria de saúde, a Silvia nossa secretária, a todos os diretores, e especial a cada um do DVS; Essa reconhecimento é da nossa cidade mas feita por cada um dos membros da vigilância e com apoio de todos da gestão.
 
 

Ainda Falando em Gestão

Por Edu Marcondes




Apesar da lacuna entre o último post e esse, não posso deixar de concluir os relatos acerca das atividades do congresso nacional de secretarias municipais de saúde, realizado em Maceió-AL, de 11 a 14 de junho passado.

Como fechamento do evento pudemos observar a mesa sobre gestão do SUS, em ano eleitoral. Definitivamente foi o ponto alto do congresso, em termos de reflexão sobre a situação do sistema atualmente no Brasil. A explanação iniciou-se com a historia de criação, e discorreu até os desafios atuais.
 
 
Os sistema foi efetivamente criado, por ocasião da constituição de 1988, e como é de conhecimento de todos que trabalham no sistema, foi regulamentado em 1990 pela lei 8080, e 8142. De La para cá uma rica história, com vários avanços e muitas frustrações.


É no mínimo intrigante, ser compelido a refletir sobre essa história. Todos os profissionais que atuam no sistema, vez ou outra deveriam buscar conhecer a historia do SUS, a nível nacional e a nível e local, e a partir de tudo que puder entender dessa estrutura atuar em busca da melhoria. Simplesmente criticar é uma atitude baixa, e de quem não conhece onde está.
 
 
Por vezes sentimos que o ideal funcionamento, está muito distante do real, e que esse tal de SUS, é como se fosse uma lenda que nos contaram. Mas não é não! Na mesa lá de Maceió-AL, ficou determinantemente claro que em Dourados a implantação do sistema, foi muito semelhante a do restante do país, e obviamente, os problemas que enfrentamos hoje, também o são.
 
 
Em nossa cidade o inicio se deu na primeira gestão do então prefeito Braz Mello, em que meu pai Dr.Eduardo Otavio Texeira Marcondes, era  o secretário de saúde, e eu posso de boca cheia, contar que aos 13 anos de idade era o secretário mirim de saúde (fruto de um programa municipal que na época estimulava nas escolas da cidade a formação de lideranças políticas), mas isso é uma outra história.
 
 
Nessa época tudo era uma beleza, as pessoas deixavam de ser indigentes para a saúde, e desde 1988, passaram a ter o direto pleno e universal à saúde, diferente do que era até então em que so tinha acesso a saúde pública que tinha carteira assinada. Os demais ou tinham condições de atendimento particular ou dependiam de uma mãozinha de pessoas influentes.
 
 
Nesse universo era fácil fazer o SUS cair nas graças na população. A cada novo posto de saúde (denominação da época), a população se sentia protegida. Os secretários de saúde da época eram muito populares, e não respondiam processos na justiça. Porém no final da década de 90, e inicio dos anos 2000, a coisa começou a se enrolar.
 
 
O nível de exigência política e da população comeram a apertar, e sistema foi se vendo obrigado a cada vez mais incorporar, atendimentos, unidades especializadas e tecnologias que foram encarecendo o atendimento. Paralelamente, essa foi a época no Brasil em a que a população teve seu maior pico de crescimento. E para tornar a coisa mais complicada ainda, houve uma drástica descentralização do sistema na busca de dar melhores respostas as populações locais.
 
 
O peso caiu na sua maior parte sobre os municípios, de forma que a cada dia os problemas estão mais complexos e difíceis de resolverem. Na mesa do congresso ficou evidente que não há uma formula para a solução dos problemas. Em contrapartida fica claro também que justamente por essa rica história temos hoje uma repleta rede com condições de atender todas as possibilidades de demanda, contudo essa grande estrutura não funciona.
 
 
As causas do não funcionamento são várias. De falta de recursos, a incompetência gerencial, passando pela corrupção, podem ser citadas como as responsáveis. Fica a esperança de que esse belo sistema é composto por boas pessoas, e que amam o SUS, que querem ver esse gigante adormecido, despertando.
 
 
Caberá portanto aos novos e futuros secretários , e a todos os profissionais, prestadores e usuários, entender a complexa rede que temos nas mãos, deixar seus posicionamento pessoais de lado e fazer com que ele funcione. Quem se habilita?