segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Gestão Operacional no SUS, um Grande Desafio

Por Edu Marcondes



Fazer gestão de qualquer coisa que se imagine é uma tarefa das mais difíceis da humanidade. Ter o controle de tudo que se faz conhecer os limites e definir os pontos e quando avançar exige muita disciplina e responsabilidade; E principalmente é muito chato! Isso vale tanto para a vida pessoal, quanto para a vida profissional – publico ou privada.

Quem não exerce esse controle e essa gestão fatalmente irá falir. Com essa clareza conceitual é que se inicia o desafio de tentar contribuir com a gestão operacional da secretaria municipal de saúde de Dourados-MS. Sabendo também que esse setor é o motor de qualquer secretaria. Se ele para nada mais funciona.

A gestão operacional é constituída pelos núcleos que fornecessem toda a estrutura de suporte para os demais departamentos da SEMS. Almoxarifado central, Central de abastecimento farmacêutico – CAF, Administrativo, Frota, Manutenção Predial, Informática e Recursos Humanos. Tem o dever de organizar o suporte a todas as unidades, tendo claro, porém que isso não exime de forma nenhuma a responsabilidade de cada chefe de unidade, acerca da gestão local.

Uma vez estabelecida essa linha doutrinária de gestão, se fez necessário de imediato tomar o controle efetivo sobre tudo que ocorria no DGO. Criar uma ferramenta de gestão pública e transparente com todos os dados de operacionalidade do SEMA, para dar subsídios de direcionamentos a serem tomados. Foi criado então o que se denominou, relatório de gestão.

O relatório semanal de gestão foi constituído após a tomada de algumas medidas gerenciais que possibilitaram o conhecimento e controle dos fluxos de todos os componentes operacionais da secretaria. Nele está contido e atualizado semanalmente todas as informações dos 8 segmentos de gestão já descrito.

Essa ferramenta é divulgada semanalmente, após análises técnicas dos gerentes de cada núcleo do DGO que vão conhecendo os dados e a partir deles tomando decisões pontuais para as correções devidas. Após a reunião semanal de departamento o DGO divulga o relatório de gestão aos demais departamentos para que também conheçam a realidade operacional, e dentro das limitações técnicas adotem medidas gerenciais internas.

Além disso, tudo o relatório com todas as informações gerenciais necessárias traz principalmente ao secretário de saúde e ao gabinete a possibilidade de definir e tomar decisões corretas sobre as políticas de saúde a serem implantadas frente às possibilidades e limitações concretas da secretaria.


Por fim é importante que essa ferramenta leve uma mudança de comportamento gerencial do SUS no município, uma vez que se tratarão as coisas do sistema baseado em dados efetivos e não subjetivos. Ademais ela é apenas uma estratégia que deverá desencadear uma série de outras medidas, para que se possa vislumbrar alguma melhoria efetiva do SUS em nosso município. E isso depende de todas as estruturas envolvidas; Não só do operacional.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

À EQUIPE DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE DE DOURADOS

Por Edu Marcondes


Agosto e setembro de 2013, foram meses de profundas mudanças em minha vida profissional, e por isso mesmo de muito pouco tempo. Escrever foi definitivamente impossível nesse período. Mas vinha sentindo grande necessidade em promover esse momento com todos meus companheiro de jornada dos últimos 3 anos.

A ser convocado pelo secretário de saúde, por intermédio do meu amigo Marcio (sec.adjunto) para assumir o Departamento de Gestão Operacional, me senti completamente inseguro e indeciso; Com medo mesmo. Contudo encarei a proposta por 2 prismas: 1-) O reconhecimento pelo bom trabalho e a proposta de um novo desafio de vida. A subida de mais um degrau na escada da vida.

O medo e o frio na barriga viraram rotina. Sempre senti muita fé em Deus e na vida, e nesse momento renovei minha crença de que devemos encarar os desafios com todo amor e dedicação. E foi isso que fiz... Se era para ser, que se tornasse realidade. Topei então o convite e “cai pra dentro”, como se diz no popular.

Mas o motivo desse texto, não é ficar expondo os sentimentos que vivi nesses 40 dias, e sim agradecer a todos os companheiros que ajudaram a destacar o DVS, e por conseguinte me abrir novos horizontes. Tenho enorme orgulho e honra por ter convivido com cada um dos membros do DVS. Dos coordenadores aos agentes, passando pelos motoristas e todos os demais colegas.

Foram as Ações compartilhadas, que hoje são exemplo em todo o pais e recomendadas pelo CONASSEMS; Mutirões; Simpósios; Fórums; Campanhas de vacinação; Fique sabendo. Mantivemos juntos Dourados, longe dos principais agravos importantes. Enfim, foram 3 anos de pleno êxito e grandes resultados, com apenas alguns momentos difíceis cercados de inúmeros muito bons..

Portanto, a cada um de vocês meu fraterno muito obrigado por tudo. Continuem levando a vigilância ao lugar que ela merece. Somos todos hoje muito mais experientes e portanto mais prontos para encarar e implementar os avanços sempre necessários. Um até logo a todos com a certeza que mais próximo da gestão estarei sempre empenhado em dar todo o suporte para continuarmos a fazer nossa vigilância em saúde grande.

Valeu pessoal, e mais uma vez muito obrigado !!!!!!

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Em 12 anos, mortalidade infantil cai 60,6% em Dourados

A taxa de mortalidade infantil de Dourados registrada em 2011 foi 60,6% menor que em 2000, segundo dados repassados ao Dourados News pelo núcleo de vigilância epidemiológica da Secretaria de Saúde do município. De acordo com as informações, atualmente 13 crianças morrem, a cada 1 mil nascidas vivas, antes de completar um ano. No início do século a taxa era de 33 crianças mortas para o grupo apresentado.
Em pontos, o município também ficou abaixo da média estadual, que é 13,2, conforme o mesmo estudo, tendo como base números da SES (Secretaria de Estado de Saúde).
Para o gerente do núcleo de vigilância epidemiológica, Devanildo de Souza Santos, essa redução significa melhora expressiva na assistência à saúde à população, “como a manutenção de mais de 70% de cobertura da Atenção Básica, que proporciona índices elevados de cobertura vacinais e acompanhamento de nossas crianças em programas de atendimento a saúde. Contudo, mesmo com a melhora significativa, a nossa taxa de mortalidade infantil é o dobro de países de primeiro mundo”.
A principal responsável  pela elevação desse índice é mortalidade neonatal, que corresponde a 68,5% daquela taxa. Ela refere-se aos óbitos ocorridos em crianças de 0 a 27 dias de vida completos, por 1 mil nascidos vivos.
“Os dados indicam que apesar do acompanhamento do pré-natal de baixo e alto risco, a nossa referência para a assistência ao parto e o acompanhamento do binômio durante o puerpério [pós-parto] ser ações que necessitem ser melhoradas. Vínhamos de uma realidade de mais de 14 óbitos por mil desde 2006, para 8,9 em 2011”, disse o gerente do núcleo de vigilância epidemiológica.
"Assim como houve redução das mortes neonatais também aconteceu na mortalidade pós-neonatal que se devem fundamentalmente às causas ligadas a fatores ambientais, tais como as doenças infecciosas e a desnutrição. “A nossa realidade mudou de 2000 a 2011, saímos de um patamar de 13 para 4,2 óbitos de crianças com 28 dias a menor de ano de idade em 2011”, ressaltou Devanildo Santos.

Brasil e MS

De acordo com as “Tábuas Abreviadas de Mortalidade por Sexo e Idade: Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação”, de 2010, divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os dados de Dourados são um reflexo do acontecido no país, pois entre 1980 e 2010, a taxa de mortalidade infantil reduziu-se em 75,8%, ao declinar de 69,1% para 16,7%.
No Mato Grosso do Sul o decréscimo entre 1980 e 2010 foi de -30,8 crianças mortas por 1 mil nascidas vivas. Em 1980 a taxa de mortalidade total era de 49,8, enquanto em 2010 a taxa baixou para 17,0. Em relação as crianças do sexo masculino a redução foi de -37,2 e as do sexo feminino foi de -28,2

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Planejamento do SUS

Por Edu Marcondes




Ocorreram na ultima semana 3 oficinas de trabalho com objetivo de proceder o planejamento da secretaria de saúde de Dourados-Ms, para o próximo  triênio. Sem dúvida foram oportunidades bastante profícuas de revitalização de preceitos do sistema de saúde no município que acabam esquecidos no dia a dia.

Ao que se observa boa parte que havia sido proposto no ultimo plano de saúde, certamente foi cumprido e bem cumprido. Outros ainda permanecem pendentes. E justamente ao verificar o que ainda permanece pendente é que surge a oportunidade de entender o sistema.

Antes, porém de refletirmos sobre alguns pontos vitais do sistema, temos que verificar e certificar ao participar da reunião de construção da rede de urgência e emergência do município que a vigilância em saúde ainda permanece à margem das atuações de saúde.

Poucos profissionais de saúde conseguem perceber o papel abrangente que a vigilância assumiu na ultima década. Porém ainda que tarde foi muito importante e salutar para a vigilância ter sido convidada a compor as oficinas de construção dessa importante rede de saúde.

Para quem não sabe a rede de saúde é nada mais nada menos que a integração de todos os serviços que contemplam determinado segmento do SUS. Por exemplo, as ações de urgência e emergência. Para tanto é preciso que seja definido o conceito de que esse segmento não se limita apenas ao atendimento hospitalar.

Desde o atendimento primário de um acidente, seu percurso, sua internação, notificação, causa, e acompanhamento posterior, devem compor a rede. Ter claro também que a causa de uma urgência, não é apenas um acidente. Uma gripe mal curada pode levar a situação de emergência; Uma mordedura de animal, também. Enfim as causas e conseqüências de urgência e emergência são as mais diversas e, portanto sua rede de atenção deve ser bastante ampla.

Mas voltando a falar de planejamento, especificamente, temos que se lembrar do que o SUS se propõe de fato fazer enquanto sistema de saúde. Na lei 8080, a base do SUS; Fica claro que no inicio o foco é a melhoria das condições de vida da população, a saúde preventiva. Não se esboçava questões mais complexas, como a urgência e emergência, por exemplo.

Diante disso ao analisar os indicadores de saúde e de qualidade de vida da população brasileira, amplamente divulgados e repercutidos pela imprensa na ultima semana, fica claro que o SUS funciona sim, e que muito bem cumpriu seu papel até aqui.

O que acontece e que nos coloca diante de um difícil dilema, é justamente porque o SUS funciona muito bem. Ele está criando uma nova realidade. A realidade de um país de idosos que tem doenças cada vez mais difíceis de tratamento e a um custo extremamente elevado.

Ao discutir planejamento para os próximos 3 anos, todos os técnicos envolvidos vêem-se diante dessa dura e complexa dificuldade. Como criar um sistema de saúde que continue atuando na promoção e prevenção, mas ao mesmo tempo ampliando o leque de atuação do SUS as altas complexidades e com o mesmo recurso de outrora.

As dificuldades são tremendas, desde pensar em fontes de financiamento para pagar funcionários cada vez mais capacitados e caros. Que exigem a cada dia estrutura mais complexa de trabalho, e melhores salários. Até imaginar condições de contratualizações que atendam todas as populações em todas as suas necessidades. Sem perder de vista as demandas vindas da população pelos meios de gestão participativa.

Foram diversas opiniões e visões que convergiram basicamente sempre em duas situações, ou, dois problemas claros que emperram o sistema hoje em dia; O financiamento, sempre e cada vez mais exíguo por todas as dificuldades já descritas, e o problema gerencial e operativo do sistema em todas suas esferas.

Quanto às questões gerenciais e operativas, podem-se criar duas linhas de problemas a serem solucionados. Sendo o primeiro relacionado à falta de comprometimento de boa parte dos servidores de todas as categorias indistintamente. É comum a postura do servidor que joga o problema para os outros, ou para o ser maior.... Como se uma entidade fosse aparecer do nada e solucionar suas dificuldades e frustrações cotidianas. Isso é um problema muito serio a ser combatido, todos precisam se comprometer e assumir seu papel.

Outra linha a ser solucionada, é quanto a necessidade de postura gerencial dos chefes mesmo. De fiscalizar, cobrar, fazer acontecer. Infelizmente em qualquer esfera a pessoa que se disponibilize a ser chefe não pode se eximir de tomar decisões.

Decisões geralmente desagradam alguns, e, portanto os chefes, desde o de menor escalão, não podem ter o receio de desagradar. Definitivamente não se pode cometer injustiças ou ilegalidades de qualquer forma. Mas as decisões pelo bem do sistema precisam e devem ser tomadas.


Como vemos as necessidades do SUS são maiores e mais complexas, contudo os números mostram que ele funciona que ele ainda é o melhor sistema de saúde do mundo. Como ira se reinventar frente a nova realidade, parece que ninguém sabe dizer ao certo. Porém fica claro que com o mesmo movimento imperceptível que o trouxe até aqui, ela será conduzido ao futuro. 

terça-feira, 30 de julho de 2013

Qualidade de Saúde no SUS

Por Edu Marcondes


Comum é que escutemos de forma rotineira a afirmação que a saúde não funciona; Que o SUS é uma porcaria. Que é uma catástrofe diária. Mas será que assim mesmo? Você já parou meia hora para analisar o sistema, seus resultados, e o comparativo com outras cidades do país e do país em relação ao mundo?

Em face disso e por pura coincidência a mídia nacional vem divulgando no dia de hoje, os resultados dos indicadores de desenvolvimento humano do Brasil. Por mais coincidência ainda estamos justamente trabalhando em nossa cidade com o plano plurianual de saúde e que tem como base justamente os indicadores de saúde que servem de base para os calculo dos índices de desenvolvimento humano.

De imediato é possível afirmar que até aqui com suas qualidades e defeitos, o SUS, cumpriu e vem cumprindo seu papel proposto. A qualidade de vida e de saúde do brasileiro aumentou substancialmente na ultima década, e de forma acentuada nos últimos 20 anos. Nossa expectativa de vida já ultrapassou os 70 anos; Então como alguém em sã consciência pode dizer que a saúde está ruim?

Deixemos o discurso político fácil e passemos a analisar alguns indicadores de Dourados- MS. Uma cidade do interior de Mato Grosso do Sul, com 200 mil habitantes; Portanto sendo um município médio do Brasil em sua acepção. Para tanto vejamos os dados que servem como referencia para todos os municípios do mesmo porte no país.

Em Dourados podemos observar que os índices variam entre 5,4 a 6,1 por 1000 nascidos vivos, sendo que em 2011 tivemos um índice de 5,6, levemente inferior ao de 2010 que foi de 5,8, como podemos observar no gráfico 1. Isso significa primeiramente a sensibilidade do Sistema de Informação de Mortalidade – (SIM), quando verificamos a regularidade em que se mantêm os dados. Comparando com os números do Estado, que variam entre 5,3 a 5,9, observamos que estamos dentro da média esperada, principalmente nos últimos anos.

Representa ou ajuda a indicar a fecundidade, isto é, a realização efetiva da fertilidade ou abrangência da reprodução dos seres humanos, assim como também ajuda a calcular o crescimento demográfico de uma população, que também pode ser afetado por outros fatores como a imigração e emigração. Dourados apresentou uma taxa de 18,37 nascimentos por 1000 no último ano e queda de 4,9% em relação ao ano de 2011 (gráfico 2). Quando avaliamos a série histórica de 2009 a 2012, observamos uma variação de 0,44 nesse índice, porém sempre mantendo abaixo de 2 nascimentos por 1000, onde o preconizado como taxa de reposição da população seria de 2,1. O que ocorre em Dourados é uma significativa melhora nas condições socioeconômicas e culturais da população, onde a média de filhos por mulher ou taxa de fecundidade tende também à diminuição.

Outra característica que segue o perfil nacional é o fato de que a população está envelhecendo em Dourados. O nosso percentual de óbitos de pessoas com mais de 50 anos em 2000 era próximo da ordem de 50% sendo que hoje em 2011 já ultrapassa dos 71%, ou seja, cada vez mais as pessoas estão morrendo mais velhas.

A principal causa de morte é oriunda de doenças do aparelho circulatório, seguido de causas externas e de neoplasias. Frente a isso fica muito claro que a condição de vida das pessoas é boa. Por outro lado precisamos refletir e assumir o desafio de buscar uma solução para essa nova realidade.

As doenças que estão levando as pessoas ao óbito hoje em dia, dependem em sua fase final de tratamento, de grande número de leitos, de equipamentos modernos, de UTI´s; e isso tudo é muito caro. Por isso tudo o problema de financiamento do sistema é cada vez mais real. As contratualizações são cada vez mais caras.

O uso político da saúde é definitivamente o pior indicador de saúde do país. Existem coisas para melhorar sim, sempre. Quando profissionais o políticos usam a fala pública para simplesmente pregar a catástrofe é triste e revoltante. As pessoas deveriam pelo menos conhecer o que se busca enquanto saúde, ao estamos, o que avançamos e o precisamos melhorar.

Estamos nos tronando vagarosamente, um país e uma cidade de idosos, que gera uma mudança de necessidade do sistema. Não basta mais hoje simplesmente levantar dados e fazer promoção, e buscar qualidade de vida. Isso o SUS já alcançou.


O desafio de hoje é acima tudo entender, como financiar essas especialidade mais demandadas. Que papel a vigilância e a atenção terão para enfrentar essa nova demanda. Isso tudo cabe ser analisada e refletida por todos os profissionais de saúde. O sistema chegou a um ponto que precisa se reinventar para continuar dar boas respostas a população como fez até aqui. E isso depende de todos!

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Pactuações para formação de redes em Vigilância em Saúde – O próximo passo

  Por Edu Marcondes

O Conselho Regional de Medicina Veterinária de Mato Grosso do Sul – CRMV/MS; No ano de 2012, mexeu em uma estrutura, até então intocada. Criou um bom problema para a saúde pública em geral e uma dificuldade para os municípios. Sobretudo aos menos estruturados.

  Apesar de pouca gente realmente entender o conceito ampliado de saúde, e o papel da vigilância em saúde, em substituição a dualidade Vigilância Sanitária X Vigilância Epidemiológica, até então consolidada. É importante que se solidifique o papel de órgão de saúde, desses componentes dentro do SUS.

  Em sendo assim esses segmentos são subordinados e seguem as mesmas regras, diretrizes e balizamentos legais dos demais segmentos componentes do SUS. Causou estranheza e surpresa de diversos gestores, naquela oportunidade, a atuação do CRMV-MS; Que ao mesmo tempo não se surpreendem com a constante atuação do CRM, do COREM do CRO, entre outros.

É legítimo aos conselhos de classe exigir que os estabelecimentos de saúde tenham condições mínimas de atuação dos profissionais. Que respeitem os limites legais de atuação das diferentes profissões e principalmente que tenham o profissional legalmente habilitados para a atuação a que o órgão se destina.

  O interessante foi constatar que todos os secretários de saúde do estado encaram como normal, e de fato é, quando o CRM, por exemplo, exige um médico como responsável por um hospital, e que esse hospital seja registrado no conselho. Esses mesmos secretários se espantaram quando o CRMV/MS exigiu a presença de médicos veterinários, nos CCZ´s, nas vigilâncias sanitárias, e que esses estabelecimentos tivessem a estrutura mínima e fossem registrados.

  Além de garantir a boa atuação da medicina veterinária e seu papel enquanto profissão de saúde. Essa atuação do CRMV trouxe reflexo direto na estruturação dos municípios ao balizar que os órgãos de vigilância são e devem ser encarados como de saúde pelos gestores. Mas que isso, que são fundamentais para a prevenção de doenças e para a promoção à saúde da população.

  Ocorre que com isso a maioria dos municípios do estado, se viu em apuros por não possuir a estrutura necessária, e começaram a se movimentar. Quanto às vigilâncias sanitárias até foi fácil, pois basicamente, bastava registrar o órgão ao conselho, e ter o médico veterinário responsável.  

  Já com relação ao controle animal dos municípios, é necessária uma estrutura mais complexa, que garanta acima de tudo os princípios de bem estar animal e qualidade do cuidado com esses animais. Esse cuidado deve ter por objetivo a promoção à saúde e o controle das zoonoses.

  Como se sabe em gestão pública a estruturação de um serviço desses certamente, não se dá em questão de meses, mas sim de anos. Então o que ser feito para adequar essas estruturas?

  O município de Laguna Caarapã – MS deu o ponta pé no que pode ser a saída. Numa sacada lógica de sua secretária de saúde e de sua equipe de vigilância, buscou articular-se tal como faz para garantir os serviços de atenção da cidade.

  Se para atender a população em geral, na média e alta complexidade, o SUS preconiza a formação de redes regionalizadas, que tenham os municípios com mais estrutura como sede. Que esses pactos sejam firmados pelas CRI´s e CIB´s, que estabeleçam os papeis de cada um, suas contra partidas e responsabilidades.

  Se o SUS é único e direciona para esse modelo tão bem empregado pela atenção, porque não seguir o mesmo rumo com a vigilância que, diga-se de passagem, deve ser integrada com essa mesma atenção. Laguna enxergou essa possibilidade e buscou em Dourados-Ms, sua sede macro região esse apoio.

  É bem verdade que esse processo ainda está em maturação, por ser novo em se tratando de vigilância. Após uma primeira reunião técnica entre os representantes dos dois municípios, será formulado um projeto/proposta a ser apresentado na CIR, e depois na CIB, para estabelecimento dos papeis de cada município nesse contexto.
Certo é que o caminho está dado e certamente pode ser muito proveitoso, desde que bem estabelecido e respeitado os limites entre os municípios envolvidos. Com isso garante-se a promoção a saúde, o respeito pelo cidadão, pelos animais e principalmente garante-se a aplicação correta da lei.


  Acima disso, contudo é importante que todos os profissionais de saúde, preservem os princípios de saúde tendo como base a qualidade de vida. Considerando que para isso existem muito mais coisas envolvidas que o simples atendimento em hospitais ou postos de saúde.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Convívio com o Lixo

Por Edu Marcondes

Falar de saúde, é antes de tudo entender que ter saúde, é viver bem. O duro é que todos entendam o que isso significa. Ter qualidade de vida não é necessário ter bens materiais. É antes de tudo estar com o espírito em paz.

O que leva cada um dentro de sua individualidade a encontrar essa paz de espírito, definitivamente é muito subjetivo e completamente individual. Portanto não me atrevo a entrar nesse contexto. Contudo pode-se afirmar e ter a certeza de que várias questões são comuns e ajudam a trazer se não completamente, pelo menos parcialmente essa qualidade de vida a praticamente todas as pessoas.

O ambiente em que se vive diariamente, sem qualquer pestanejar é uma dessas questões, digamos, universal. Não é possível que alguém viva em paz de espírito em meio ao lixo e ao entulho. Muito mais que isso, certamente essa pessoa ficará doente na acepção biológica da palavra.

O lixo, em sua definição mais primitiva pode significar resíduo, resto, o que já foi usado. Justamente por isso não se deve mais estar no meio das pessoas. O problema maior é que a sociedade moderna criou tantas coisas, para sua vida cotidiana, que não faz idéia do que fazer com o que sobra disso tudo.

Por isso vivemos em um mundo cheio de entulhos, lixos, resíduos. Alguns até que são meros resíduos e que com o tempo acabam por ser absorvidos pela própria natureza. Mas existem vários que são sérios contaminantes. E quanto mais tecnológica fica nossa vida, mais perigosos e danosos são nosso resíduos.

Quando se aborda esse tema uma das vertentes mais claras, certamente é a do apelo ambiental. Sem dúvida ele deve ser considerado primariamente, sobretudo pelo impacto direto que tem e terá, quanto as mudanças que pode causar, e assim comprometer a existência humana nesse planeta; ou para ser menos alarmista parte dele.

Fato concreto é que esses resíduos estão sim afetando a o meio ambiente, prejudicando os equilíbrios de ecossistemas que mantém a vida na terra. Os fatores climáticos ainda estão em amplo debate, mas a impressão prática que se tem é que de uma forma ou outra, o clima já está sendo também afetado. Com isso a produção de alimentos e a oferta de água doce do planeta também.

Esses fatores já citados, são essenciais a vida humana, e por si só já deveriam ser fundamentais para mudança de comportamento global. Mas o problema causado pelo lixo tem um aspecto mais próximo de que trabalha com saúde pública.

Sabemos todos que a propagação de doenças se dá sob influência direta de aspectos climáticos e ambientais. Boa parte das doenças corriqueiras da civilização atual obedece a modelos epidemiológicos que definem sua sazonalidade. As gripes e a Dengue pode ser os exemplos mais conhecidos. E se o lixo mudar o perfil do nosso clima, certamente transformará o comportamento de dispersão dessas e de diversas doenças em ações completamente novas.

Além disso, apesar de muita gente não gostar muito; a variação das estações do ano; em um movimento regular de frio, chuva, seca e calor trazem um equilíbrio de vida vital para a humanidade. Nossos antepassados faziam algumas relações interessantes, mas concretas; Uns diziam, por exemplo, que ano que da geada, tinha mais produção de manga.

A primeira vista parece piada, mas tem toda lógica, pois se fundamenta no equilíbrio que essa variação traz, ou seja, em períodos de frio intenso, diversas, pragas, bactérias, vetores e vírus são eliminados, e possibilitam que ao chegar das chuvas e do calor haja tempo das plantas produzirem em abundancia.

Imaginem agora se o mundo mantivesse um clima quente e úmido o tempo todo. Poderia até haver mais produção de manga. Mas certamente bactérias e fungos que atacam essa fruta, também encontrariam mais condições de atacar; E por outro lado se fosse frio o tempo todo, as mangueiras morreriam e não produziriam.

O impacto do lixo na vida das pessoas pode ser mais direto ainda, é nele que criam condições propicias para proliferação de animais sinantrópicos e vetores. O aedes sp, o culex, o phlebotomo, o escopião, ratos, etc, etc, etc... São dezenas de seres indesejados que se criam no lixo, e contaminam as pessoas diariamente.

É preciso que as pessoas pensem urgentemente no que fazer com o seu lixo; Como destinar corretamente o que sobra do seu dia a dia. Aos gestores públicos nesse caso cabe a missão de criar condições de destinação adequada e de cobrar que a população faça sua parte.


Ou todos pensamos nisso e agimos com rapidez ou certamente as mudanças do mundo continuarão a trazer impactos diretos e indiretos em nossas vidas e de nossas famílias.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Dia “D” de combate à Dengue deve ser todos os Dias

Por Edu Marcondes


Ontem foi um dia agitado para o combate a Dengue no município de Dourados-Ms. O famoso e conhecido dia D. Quando comecei a trabalhar na secretaria municipal de saúde em 2007, esse dia D, acontecia apenas uma vez por ano, no inicio do período de chuvas.

Mutirões e mobilizações aconteciam vez por outra. Isso me intrigava; Todos sabem que a Dengue é uma doença de transmissão vetorial com grande adaptação urbana no modelo de vida de nossa sociedade atual. O Aedes aegipty está no nosso meio, e o trabalho de eliminação desse mosquito não pode acontecer apenas uma vez por ano.

Até onde sei o mosquito não conhece calendário nem respeita regra. Ninguém nunca o avisou que de a partir de novembro ele deve dormir pra não propalar o vírus pela população.

É importante que haja uma mudança de comportamento constante e progressivo de toda a população. Os dias “D” na verdade devem ter o objetivo de servir como lembrete para o povo. É como se poder público alertasse a população que ela está descuidando do mosquito.

É claro e cientificamente comprovado que a Dengue ocorre durante o ano todo e que ela não acaba. Não existe erradicação de doença, portanto devemos aprender a conviver com ela. Temos que desenvolver forma de manter as pessoas permanentemente engajadas no sentido de evitar a proliferação do Aedes de forma descontrolada.

A história tem demonstrado que essa é a forma mais contundente e efetiva de manter a Dengue sob controle, com níveis aceitáveis de casos notificados e principalmente sem óbitos evitáveis. Porém o controle de infestação vetorial é a única forma viável de controle.

Nesse ponto fica evidente que a política pública de saúde está enviesada e dá atenção prioritária ao tratamento e não a prevenção e controle vetorial. O Programa Nacional de Combate a Dengue (PNCD), que apesar de ser um ótimo programa, possui exorbitantes falhas que acabam por inverter a lógica de controle da doença.

Pelo PNCD, a base de prevenção da doença se dá por visitas domiciliares, o que é inquestionável; Contudo a forma de realização dessas visitas de forma engessada e fixa em um micro-território tem se mostrado cheio de falhas já que possibilita diversos vícios de agentes com moradores, além de estar limitando demasiadamente as visitas em torno de 20 por dia, o que nem sempre é suficiente para uma prevenção efetiva.

Outra falha é crer que a visita domiciliar irá resolver o problema. Na verdade, a visita é, e deve ser feita com o conceito básico de vigilância em saúde, ou seja, identificar os focos de risco e orientar o morador para melhor se prevenir. Lembrem-se que se tudo correr muito bem, as visitas ocorrer no mesmo domicilio 1 vez a cada 60 dias, e que o ciclo do mosquito se renova a cada 15 dias em média.

Por isso definitivamente as visitas, tem o objetivo de monitoramento e de orientação. Ela não resolve o problema! Então porque encarar o PNCD, como se fosse uma bíblia, engessada e intransigente.

As equipes em Dourados-Ms captaram essa idéia e tem trabalhado de forma intensiva, com grande mobilidade no território e de forma permanente. Em nossa cidade, não existe apenas 1 dia D no ano, e mobilizações apenas nos períodos de epidemia.

Por aqui as ações compartilhadas são semanais, os mutirões e mobilização são utilizados a qualquer sinal de aumento de infestação vetorial e os dias D, a cada novo Levantamento de Índice Rápido – LIRA, para baixar com agilidade os focos nas regiões com maior concentração.

Desse modo e não por acaso a prevenção desempenhada pelos agentes de endemias, e agentes comunitários de saúde, de forma articulada e permanente no território; aliado a aplicação constante da lei da Dengue, tem causado a mudança de comportamento da população e conseqüentemente tem mantido a doença sob controle na cidade.


Portando ao registrar o ótimo trabalho desempenhado por todos os agentes envolvidos nessa ação permanente, fica a necessidade de manutenção dessas atividades para que Dourados-Ms continue na traseira do estado quando o assunto é casos de Dengue.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

VERSUS – Formação do Profissional para o SUS

Por Edu Marcondes


O projeto VERSUS, teve inicio no começo dos anos 2000, com a finalidade de levar acadêmicos de medicina a conhecer o funcionamento do SUS na prática. Consiste em que esses alunos visitem o SUS em suas unidades de todas suas complexidades de cidades do interior.

Tivemos o prazer de receber no Departamento de Vigilância em Saúde de Dourados, um grupo formado por 14 desses alunos que estão visitando a rede se saúde do nosso município. Onde pôde ser observado que diferente do inicio do projeto, hoje em dia os grupos são compostos por alunos das mais diferentes profissões da saúde.

Nesse grupo estavam acadêmicos de medicina, psicologia, farmácia, enfermagem e biologia. Para minha tristeza, mas não surpresa obviamente não tinha nenhum acadêmico de medicina veterinária. E digo obviamente porque é claro e evidente o estereótipo que minha profissão tem, sobretudo provocada ela mesmo.

Já que a medicina veterinária, apesar de toda a oportunidade escancarada a sua frente, faz questão de não se assumir efetivamente como profissão de saúde, tratemos de discorrer sobre o grupo que esteve interessado em conhecer nosso SUS.

Primeiro é de destacar a relevância desse projeto, já que justamente o que temos batido exaustivamente, é que os profissionais de saúde que hoje atuam, pouco ou nada conhecem do SUS; E, portanto ao invés de trazer as soluções apenas empacam as demandas que efetivamente precisam ser assumidas.

Ao estar presente junto a futuros colegas que adentrarão ao SUS logo, logo. Entusiasma perceber que pelo menos alguns futuros profissionais estarão sabendo onde irão pisar, e principalmente o que a sociedade realmente espera deles. Outro fato de destaque é a presença de diversas profissões envolvidas, com um conceito realmente de saúde global.

Mais entusiasmaste ainda é perceber o interesse deles em conhecer a vigilância em saúde enquanto segmento do sistema, e parte integrante da rede de atenção efetivamente composta em nosso município. Por outro lado foi frustrante perceber que diferente do inicio do projeto hoje dos 14 participantes, havia apenas 1 acadêmico de medicina.

Ainda que a saúde que busca, pautada na qualidade de vida e no ambiente saudável, fazendo uma efetiva saúde global; O médico não é mais profissional exclusivo que a garanta; Obviamente que é ainda, e sempre será o profissional fundamental em qualquer conceito de saúde.  De forma que se ele não mais exclusivo, sempre será fundamental.

Dentre as diversas coisas de vigilância que foram apresentadas aos alunos, podem-se destacar alguns pontos importantes. A conceituação histórica de vigilância sanitária X Vigilância epidemiológica, que culminaram com o moderno conceito de vigilância em saúde, composta por quatro segmentos distintos e integrados: sanitária, epidemiológica, ambiental e ocupacional.

A inserção desses segmentos de forma única (vigilância em saúde) a rede de atenção do município. O papel da vigilância no terreno e sua atuação integrada com a atenção. As resistências que a população em geral, os gestores políticos e os profissionais de saúde ainda tem em entender o papel que vigilância deve ter como direcionador das ações de saúde da rede.

Pôde-se em conjunto, e talvez tenha sido a parte mais gratificante da visita, refletir sobre alguns entraves do dia a dia.  É claro e evidente que o programa de ESF, por exemplo, é solidificado no conceito de saúde global e familiar, onde o profissional de saúde deve conhecer as famílias de seu território na essência e direcionar suas atividades corriqueiras segundo indicadores epidemiológicos de seu território.

Em primeiro lugar os alunos identificaram que muito pouco ou quase nunca isso ocorre nas unidades, e quando ocorre, via de regra a equipe de ESF se pauta por casos práticos baseado em observações empíricas. O que é evidentemente muito diferente de uma informação epidemiológica devidamente comprovada e tabulada estatisticamente pela vigilância.

Ademais eles identificaram também que pouco ou quase nunca se observa uma ESF ativa; Via de regra as equipes, desde médicos até os agentes ficam nas unidades a espera da chegada do paciente, ou quando muito nossos agentes comunitários tem se tornado meros correios de exames e marcações.

Nessas épocas de grande debate sobre a falta de estrutura do SUS, no debate tornou-se evidente que a falta de conhecimento do sistema leva a comentários distorcidos; Pois como já dito no ESF, os profissionais devem sair da “casinha” e ir ao encontro de seus pacientes, conhecerem suas famílias, orientá-los e tratá-los preventivamente. E para isso definitivamente não precisa de muitos equipamentos ou muito dinheiro.

Basta que cada um conheça exatamente seu papel no sistema e ajude com soluções. Que se levante da cadeira e faça saúde publica. Não dá para imaginar que se vai trabalhar na atenção primária de saúde (vigilância e atenção básica) e fazer a mesma coisa que se faz num consultório particular ou num hospital de alta complexidade.


Fica ainda no rescaldo da visita, que nem tudo está perdido, que o SUS não é só a desgraça propalada diariamente pelos meios de comunicação. Que existe muita coisa boa e muita gente boa; e que eles acadêmicos interessados certamente ajudarão num futuro próximo que todo o esforço que nos trouxe até aqui seja perpetuado, mesmo com as dificuldades cotidianas. 

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Malversação do Dinheiro Público - Passe Livre da FAB - TRANSCRIÇÃO DA COLUNA ATENTA - JORNAL O PROGRESSO - DIA 10/07/2013

Por Cesar Cordeiro - Coluna Atenta - Jornal do Progresso


OBS: Valeu a pena transcrever esse trecho da coluna do Cesar Cordeiro, porque concordo plenamente com todo o descrito, e penso que devemos compartilhar esse pensamento o máximo possível. O nosso SUS também precisa disso...

Passe livre da FAB

O jurista Luiz Flávio Gomes (coeditor do portal atualidades do direito) faz a seguinte observação sobre o Passe Livre da FAB: “A Folha de S. Paulo de 04.07.13, cumprindo seu papel vigilante, noticiou que Henrique Alves mandou um avião buscar sua família em Natal (RN) para assistir ao jogo do Brasil no Rio de Janeiro. Renan Calheiros usou um avião para ir a um casamento. O Ministro Garibaldi Alves também foi ao jogo. É da natureza deles o uso o da coisa pública, como se fosse bem privado”.

Escorpiões políticos

“Grande parcela do Brasil está mobilizada contra esse tipo de malversação do dinheiro público. Mas nada adiantou. É da natureza dos escorpiões políticos cravar o seu ferrão nas contas públicas, para satisfação de prazeres privados. Por conta disso tudo, não podemos esmorecer.”

Dos costumes

“Se é dos costumes que nasce a ética, não se pode esperar do homem público vulgar um comportamento ético (e exemplar) se o seu meio, se o seu ambiente vital e profissional, respira maus costumes (corrupção, malandragem, apadrinhamento, patrimonialismo, nepotismo, fisiologismo, ganhos por fora, enriquecimento ilícito, compra de votos etc.)”.

Estilo de vida

“Como esperar virtuosidade (probidade) do homem público vulgar se a virtude não reside num só ato, sim, num estilo de vida, numa forma de “viver e de envelhecer”? O que muda (ou orienta) o comportamento humano em profundidade não é a lei, sim, o costume (a ética)”.

Sólida base

“Faltando os costumes (a moralidade social) só resta esperar que a lei cumpra o papel de punir (coerção) as desviações assim como a de irradiar entre a população a sua força (“pedagógica”) moralizadora. Se a lei de improbidade administrativa no Brasil não atingiu ainda seu potencial máximo de efetividade seguramente é porque, dentre tantos outros fatores, falta-lhe uma sólida base consuetudinária. “As leis são sempre vacilantes quando não se apoiam nos costumes; os costumes formam o único poder resistente e duradouro do povo” (dizia Tocqueville)”.

Mundo moderno

“Do administrador público (eleito ou concursado) o que se espera hoje, no mundo moderno e complexo que vivemos, é que seja sábio, magnânimo, justo e honesto, ou seja, exemplar. Quem foge deste padrão não só quebra a confiança que lhe foi depositada (pelos titulares da soberania democrática), como incorre em desviações sancionadas pela lei (pena que a lei, no nosso país, não tenha a eficácia que se espera dela)”.

terça-feira, 9 de julho de 2013

Leis Municipais de Controle Animal e a Saúde Pública

Por Edu Marcondes

Penso que na verdade o SUS de tão bom e tão democrático acaba por se tornar uma utopia perdida e sem rumo. As situações e atos que o envolvem por vezes perdem sua finalidade principal, pois as pessoas – tanto os cidadãos em geral, quanto profissionais – não sabem o que estão fazendo no sistema.

Praticamente nenhum profissional, de todas as profissões o conhece de fato e, portanto não sabem o que órgão em que atuam representa ou que deve fazer. Via de regra, ele entra no SUS e começa atuar conforme sua vontade, sua formação ou seu entendimento, e não para atender o que de fato se busca enquanto política de saúde.

Aquela velha frase do presidente Kenedy: “não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas sim o que você pode fazer pelo seu país...”, cabe perfeitamente ao SUS. Não existe sequer uma profissão de saúde que forme seus futuros profissionais de acordo com os princípios e necessidades da saúde pública do país. E quando esses adentram no sistema, pouquíssimos se interessas em de fator interagir e entender o mundo que o cerca.

Esse preâmbulo é importante para que se possam abordar as leis municipais que colocam os Centros de Controle de Zoonoses do país como órgãos de proteção animal. Numa clara distorção do papel efetivo dessas unidades. Primeiramente é importante que todos entendam de uma vez por todas que os CCZ´s são órgãos de saúde pública, inseridos nas estruturas de vigilância em saúde.

Temos escrito exaustivamente acerca do papel da vigilância em saúde no SUS, de forma que fica evidente que o CCZ, deve zelar primordialmente por seu papel de vigilância, prevenção e promoção à saúde quanto ao controle de zoonoses, que são doenças transmitidas de animais para seres humanos e vice-versa.

Em Dourados-Ms, o CCZ foi o primeiro do estado de Mato Grosso do Sul a ter sua legislação municipal, que agora começa a ser difundida pelos demais municípios. É bem verdade que esse movimento é bastante salutar para dar o amparo e a segurança jurídica de atuação do órgão, contudo é fundamental essas legislações não joguem sobre os profissionais que ali atuam uma atribuição que não é deles.

Assim como na atuação da vigilância sanitária, por exemplo, não possível que se confundam os papeis de outros órgãos, como secretarias de planejamento, infra-estrutura, corpo de bombeiros, agencias de trânsito, entre outras. No caso dos CCZ´s, essas legislações não podem induzir a população a achar que se resolverão problemas que são da policia militar ambiental, IBAMA, imam entre outros que são responsáveis por preservar o bem estar animal.

Os CCZ´s devem sim em sua atuação de vigilância estar atentos e até identificar esses tipos de problemas – por isso as leis contemplam esse tema – mas com o caráter meramente de prevenção a saúde, já que os maus tratos com animais geralmente se relaciona com risco de proliferação de doenças. E sendo que qualquer caso comprovado seja encaminhado para a atuação do órgão competente.

Os profissionais do CCZ possuem competência meramente administrativa e, portanto, não devem assumir para si a responsabilidade investigatória ou policial, eles são profissionais de saúde, e devem cuidar da saúde das pessoas e ponto. Saúde animal, bem estar animal, etc, devem cuidados pelos órgãos responsáveis.

Antes que digam que sou contra a proteção animal que fique claro que apenas estamos delimitar aqui o papel institucional dos CCZ´s e não entrando no mérito da questão, em si. O que se busca, é estabelecer que no pais existem diversos órgãos com atribuições e responsabilidades especificas e que isso não deve e não pode ser confundido.

Aos médicos veterinários que se interessem em atuar na saúde pública, antes de entrarem no sistema, entendam o que o SUS espera de cada um, e o que de fato o órgão em que irá atuar deve fazer. Não se pode chegar lá e imaginar que se pode fazer clinica em um CCZ, por exemplo, essa não é a finalidade. Aos que pretendem atuar em NASF´s, então, ai sim é devem se atentar que o objetivo final é sempre a saúde humana.


Fica a esperança que todos reflitam sobre o papel que órgão em que atual tem no sistema, e o que de fato se deve fazer; Isso é salutar para a saúde pública do país e principalmente aos profissionais para que não se frustrem e não acabem por engrossar a fila dos reclamões do SUS que não ajudam em nada para promover as melhorias.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Política de Saúde X Política com a Saúde

Por Edu Marcondes


  A política quer queiram ou não faz parte do cotidiano de todas as pessoas. O ser humano definitivamente é uma espécie política. Esse fato, porém não deve, ou pelo menos não deviria, ser desvirtuado e transformar os agentes públicos em politiqueiros como acabamos vendo não raras vezes.

  Se a política faz parte da sociedade e o nosso sistema de saúde é fruto das lutas e demandas sociais que geraram a reforma sanitária; Certamente ele deve ser pautado por políticas publicas que atendam esse anseio social. E quero aqui me atrever a afirmar que esse deva ser um dos grandes problemas do SUS.

  Entremos aqui em um ambiente até certo ponto complexo acerca dos limites da política, das políticas publicas e da popularmente chamada politicagem. A política propriamente dita deve ser entendida pela dinâmica de interação social que direciona as diversas necessidades. Na prática é feita por meio de representação – do voto – de confiança que é dado a um agente para nos representar.

  Já política publica, é fruto da interação política que gera serviços que atendam a todos os cidadãos. Na prática é quando os agentes públicos, representantes de todos nós se articulam, debatem, e fruto do consenso ou da vontade da maioria, define regras, e serviços para todos. Essas regras e serviços são as políticas publicas.

  Na teoria toda essa articulação é de fato muito boa e eficiente e mantém o equilíbrio da nossa sociedade moderna, com menos guerras e menos confrontos. O grande problema se dá quando algum grupo, vários grupos, não aceita a decisão da maioria, não cedem ou pior usam de artimanhas, pressões e distorções da verdade para manipular as pessoas menos envolvidas diretamente.

  Daí começa a parte mais perversa da articulação social, comumente chamada politicagem. Que nada mais é do que usar a política para o beneficio pessoal ou de um grupo especifico sem pensar ou ceder em prol do coletivo.

  No SUS é possível certificar ao longo do tempo, que a politicagem, ou uso político da saúde tem contaminado o sistema de uma maneira brutal. Não existe uma campanha em que a pauta não seja a saúde. Claro e bem verdade fruto da real necessidade das pessoas, e da sempre crescente necessidade de melhoria.

  Daí pintar todo o sistema como uma grande catástrofe se utilizando do sofrimento das pessoas para angariar ganho para grupos que segmentam e se sedimentam por dentro do sistema é certamente pura maldade. Sim, porque não imaginem que quando aparece na mídia que um hospital está sem recursos financeiros alguém não esteja por trás.

  Existem artimanhas e interesses de toda sorte infestando o SUS. Desde uso de numero de morte para forçar uma contratualização, sendo que depois de alguns, o contratado que usou os dados para forçar um contrato milionário, iludindo a população que a partir dalí ninguém mais morreria na unidade, esconde o número maior de mortes.

  Grupos de profissionais que para aumentarem seus contratos de plantões usam a mídia para expor a deficiência física de determinada unidade. Conselheiros de saúde que apenas buscam furar as filas de atendimento para conhecidos, para com isso se eleger em eleições futuras. Políticos eleitos que pegam uns ou outros que sofrem de verdade se utilizam de seus sofrimentos para atingir a gestão e buscar ganho político. Gestão participativa, que não se preocupa nem um pouco em proceder a políticas de saúde para sua comunidade e apenas em quebrar galhos ou pressionar a gestão para também buscar benefícios pessoais ou políticos.

  Além, dessas outra gama de situações especificas acontecem todos os dias e emporcalham o melhor sistema de saúde do mundo. É importante que tudo que se ouça ou veja a respeito do SUS, seja ponderado com calma e clareza. Que o sistema seja entendido, em toda sua essência.


  Por isso é preciso que as pessoas de bem que acreditam de fato no sistema, lutem a cada dia, dentro de pequeno espaço de trabalho para que essas e todas as outras coisas que prejudiquem o SUS não ganhem eco. Para que um dia tenhamos de fato um sistema pautado por políticas de saúde que atendam a todos, e não por interesses políticos diversos.

terça-feira, 2 de julho de 2013

A primordial atuação da Vigilância Sanitária

Por Edu Marcondes 
 
 
É comum, e muito comum a distorção que a maioria das pessoas fazem e relação à atuação da vigilância sanitária. Fruto de uma herança histórica, quase que a totalidade da sociedade e dos gestores públicos, dissocia quase que por completo seu papel de inclusão do SUS.
 
  É fato que historicamente a vigilância sanitária sempre teve uma participação toda peculiar em relação aos sistemas de saúde do país. Tem uma vasta ficha de atuações desde o período das navegações. Participou inicialmente em portos do país para controlar a entrada de pessoas doentes e produtos ilegais que pudessem trazer danos aos cidadãos brasileiros.
 
  Contudo desde a criação do SUS ela passou a ser a base institucional do que chamamos hoje de vigilância em saúde, já que passou a agregar em parceria com os segmentos de epidemiologia, ambiente e saúde do trabalhador uma gama muito abrangente que busca acima de tudo promover a saúde da população e garantir ações de prevenção de doenças.
 
  Ainda assim até inicio dos anos 2000, essa interação era bastante segmentada entre esses 4 segmentos. Sendo que somente com a portaria 410 do MS, em 2000, é que eles foram definitivamente unificados e integrados ao nosso Sistema Único de Saúde de forma realmente prática. Ganhou uma estrutura de fato integrada à atenção a saúde.
 
  A partir a vigilância daí a sanitária deixa de ter um papel diverso e passa a compor algo muito maior, de mais penetração social, integrado efetivamente com o compromisso de saúde pública. Porém passa atuar especificamente em um ramo apenas, em um segmento básico. Ela detém então a responsabilidade de garantir, estabelecimentos, bens de consumo e serviços, inclusive os da própria saúde, de qualidade sanitária tal que evite a transmissão de agravos ou doenças para as pessoas.
 
  É bem verdade que muito poucos municípios do Brasil, conseguiram de fato criar uma estrutura de vigilância em saúde, efetiva em seus organogramas e regimentos internos. Sua grandiosa maioria acaba por agregar os demais segmentos da vigilância à vigilância sanitária; que por sua vez ao invés de compor uma estrutura mais ampla, acaba por ficar com super poderes não executáveis na pratica.
 
  O que vemos, é que se criou então uma grande confusão. Os fiscais de vigilância sanitária não sabem, na sua grande maioria, o que de fato devem fazer, e acabam atuando em áreas que não são deles e deixando de atuar em outras que deveriam agir. Por vezes acabam por exacerbar suas competências e agem em atitudes de abuso de poder fiscalizatório, e impedem o desenvolvimento social em vez de garantir a saúde da população.
 
  A fiscalização sanitária, deve se ater a isso; Aos quesitos sanitários e nada mais. No caso de estabelecimentos comerciais, garantir que a manutenção dos produtos no varejo obedeçam a padrões de garantia. Para outras atuações, como saúde do trabalhador, epidemiologia e ambiente, conforme já descrito existem outros segmentos devidamente dotados que devem assumir a função.
 
  Aos profissionais que atuam em vigilância sanitária, cabe ter a convicção da importância de sua atuação, com ponderação, responsabilidade e coerência devem manter sempre o intento de garantir, que cada alimento, cosmético, medicamento, ou serviço de saúde – entre outros - que chegue ao contato da população tenha a máxima garantia de saúde. Afinal de contas acima de tudo a vigilância é saúde.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Choque de Gestão no SUS e a Hipocrisia

Por Edu Marcondes


  O termo “choque de gestão” tem martelado minha cabeça nas ultimas semanas. É de conhecimento público as medidas de controle fiscal, de austeridade e, sobretudo de moralização que a atual gestão municipal vem tomando; Inclusive na saúde.

  Dentre outras medidas, uma que afetou diretamente a vigilância em saúde do município, foi a decisão de centralizar o controle da frota de veículos, para além de economizar com combustível e manutenção, garantir que não houvesse mais privilégios pessoais ou de unidades específicas.

  Esse foi um ato que vai de encontro com a impessoalidade e a moralidade. Princípios de direito e gestão pública dos mais primordiais, e que deveria ser objetivo de todos que são envolvidos com a gestão pública. Pelo clamor popular imaginei num primeiro momento que seria algo de pronto entendimento e aprovação de todos os servidores.

  Fato que transparecia, correta minha expectativa é que já havia ouvido de diversos deles, o clamor, até combativo em nome do choque de gestão na saúde de nossa cidade. Que tudo deveria fechar e começar do zero; Enfim essas coisas que todos buscamos e esperamos de nossos gestores públicos.

  Para minha surpresa as mesmas figurinhas carimbadas de lutas e demandas políticas da saúde que se entremeia em órgãos colegiados para acompanhar de perto a gestão, iniciaram forte pressão pela manutenção do modelo anterior, onde cada um “cuidava” de suas viaturas.

Além deles alguns servidores passaram para atitudes até certo ponto raivosas e vorazes em busca de manter o “seu” carro de trabalho e “seu” motorista a sua disposição. De imediato pensei comigo mesmo, que algo estava completamente fora de lugar. Não conseguia definir se a atitude da gestão ou a dos servidores público que tinha a “posse” sobre o bem que é do povo.

  É bem verdade que atitudes, como as descritas neste texto, são bem mais comuns que imaginamos, e em todos os setores da administração pública, e na vida cotidiana do Brasil. Não nos damos contas, mas em particular no SUS, a gestão em todas suas esferas está contaminada posições desse tipo.

  Gritar, reivindicar é inerente a democracia, contudo a preservação do público também o é. Pleitear um choque de gestão universal, quase que numa alusão utópica, sem se envolver no processo ou imaginar que isso não depende de cada cidadão é ma fé política ou completo desconhecimento de como a estrutura institucional pública funciona em nosso país.

  O controle da frota já conseguiu em apenas 4 semanas reduzir 50% do consumo de combustível, e colocar um contingente de 30% de viaturas baixadas em 100% operacional. E melhor de tudo aniquilou qualquer possibilidade de exclusividade de veiculo ou motorista. Isso sim é choque de gestão, isso são impessoalidade e moralidade com a coisa pública.

  Já ouvi nesse período também que em outros órgãos não estão fazendo isso. Então reflito, que se eu quero um país com mais dinheiro para saúde, mais honesto, mais transparente, mais tudo de bom; Definitivamente não posso ficar jogando a culpa no secretario, no prefeito, no governador na presidente. Tenho e devo começar da minha casa e do meu ambiente de trabalho, e ter a fé de que cada um também irá assumir sua responsabilidade.

  Agir de forma histérica somente porque terá que dividir uma viatura com outros colegas para fazer uma viagem a trabalho, para não ter deslocar carros para mesmo destino, por exemplo; Definitivamente, não condiz com que o Brasil está reivindicando nas ruas.

  O SUS depende urgentemente de atitudes corretas, e límpidas, e principalmente do comprometimento de todos. As grandes decisões precisam acontecer, mas o que vai mudar nossa realidade de fato são os pequenos atos diários de cada servidor que se comprometa e pense efetivamente no povo e não em si próprio.


  Falar e não agir é hipocrisia. Criticar a corrupção do congresso nacional, e se apossar de uma viatura, de um motorista para beneficio pessoal de qualquer espécie, também é hipocrisia e pior, é tão corrupção quanto. Torço verdadeiramente pela ação efetiva de todos, no seu dia a dia, em casa, na sala de trabalho e nas menores coisas, pois somente assim teremos de fato um SUS melhor para todos.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Simpósios de Vigilância em Saúde

Por Edu Marcondes


Ao acompanhar de perto as atividades do 2º simpósio de saúde do trabalhador, organizado pelo CEREST de Dourados, antes de tudo tenho de externar um grande agradecimento e congratulações a equipe. O evento estava verdadeiramente muito bem organizado e com um alto nível técnico, o que certamente propiciou o engrandecimento de todos que puderam acompanhar as atividades.

É motivo de grande alegria poder ver que uma idéia bem simples foi assimilada por toda a equipe de vigilância em saúde de Dourados-Ms e vem rendendo grandiosos resultados. Ver, a cada novo simpósio o número e o nível dos participantes sem dúvida alguma credencia o caminho correto que esse segmento de saúde vem percorrendo em nossa cidade.

A idéia simples, basicamente consiste em realizar um simpósio mensal sobre cada uma das áreas de vigilância que compõe o Departamento de Vigilância em Saúde da secretaria municipal de saúde de Dourados; sendo que em Outubro esse ciclo anualmente se encerra com o Fórum Regional de Vigilância em saúde. Onde há debates técnicos de avaliação dos resultados obtidos no ano e se propõe estratégias para o planejamento do ano seguinte.

Cada um dos simpósios tem o objetivo de levar informações técnicas e aprofundamentos acerca da área que se está trabalhado; Para profissionais de saúde da rede, estudantes, trabalhadores e toda a comunidade, por quem quer que possa se interessar. Com isso espera-se que a informação real e concreta, bem as informações necessárias cheguem da melhor forma possível a essas pessoas, e elas sirvam como disseminadores na sociedade, para com isso, quem sabe promover mudanças de comportamentos que levem a prevenção das doenças e agravos.

Hoje o simpósio foi de vigilância em saúde do trabalhador, e assim como havia ocorrido no de zoonoses, de DST, e de vigilância sanitária, é de causar emoção ver que o auditório da prefeitura está ficando pequeno frente ao grande interesse da população; Em todos foi necessário vetar inscrições e buscar recursos complementares de assentos e acomodações para as pessoas.

E isso é claro fruto do esforço de cada uma das equipes da vigilância, e hoje em especial a do CEREST; Que acreditaram de fato no ideal de construção de uma cidade com mais conhecimento e por conseqüência com melhor qualidade de vida. Todos têm estado imbuídos em cumprir a risca o calendário de ações de vigilância e construir em conjunto essa realidade. Por isso como cidadão, agradeço a cada um dos colegas.

Torço para que esse importante mecanismo de consolidação de informações se perpetue em Dourados-Ms, já que, como é clara a convicção de que a informação e o conhecimento podem mudar a realidade de uma sociedade. É clara também a percepção de que essa informação somente se consolida e transforma com o passar dos anos.


Este é apenas o segundo ano de implementação da proposta, que de já começa a melhorar, ainda que timidamente, os indicadores de saúde da nossa cidade. Há muito trabalho pela frente; Tomara que todos que venham a estar a frente de nossas equipes no futuro queiram de verdade continuar contribuindo por uma cidade melhor, e mais saudável.