Por Edu Marcondes
Não me lembro em minha vida profissional de um ano tão exaustivo
e de tanta pressão. 2014 por isso passou tão rápido e com tantas ações e
atividades que foi impossível levar meu blog adiante. Agora já estamos no penúltimo
mês do ano, e portanto próximo do período de férias. Somente agora foi possível
pensar novamente em executar uma atividade que me agrada e me faz pensar;
escrever. Em momentos de muita agitação, escrever ajuda a organizar as ideias e
a pensar melhor. É também verdade que um fator motivante foi o período eleitoral,
onde pude ver e ler opiniões das mais distintas, muitas boas e consistentes
outras simples bobagens.
A motivação foi analisar que nesse mundo globalizado todo
mundo escreve o que quer do jeito que quer. Tratei de colocar meu blog
novamente na ativa afim de expor minhas opiniões de forma bem pautada e dentro
da ótica que penso ser a mais correta. Minhas impressões claro são sempre fruto
da teoria que carrego associada as minhas experiências de vida profissional,
buscando sempre se limitar ao caráter mais técnico possível. Medicina
Veterinária, Saúde Pública e Gestão Pública devem direcionar essa nova fase do
blog.
Para recomeçar nada melhor do que analisar o ano da gestão
operacional da saúde pública em Dourados-Ms. Tenho certeza que análise
semelhante poderá ser feita em diversos municípios brasileiros. A exato um ano
atrás a cidade não tinha filme de RX para atender o pronto atendimento médico –
PAM; faltavam gaze, agulhas, equipos, medicamentos entre outros. Contratos com
fornecedores para reabastecer os estoques eram irrisórios e todos com aditivos
e preços defasados, o que fazia que as entregas não se concretizassem. A frota
era completamente sucateada, faltavam completamente ambulâncias; por vezes não
havia uma sequer. A coisa estava muito feia e o primeiro objetivo era
imediatamente gerar processos licitatórios que possibilitassem a retomadas dos
abastecimentos.
Optou-se então por aderir a modalidade de registro de
preços, para insumos, medicamentos, expediente, copa e cozinha, materiais de
limpeza, alimentação enteral e materiais permanentes, exatamente nessa sequência
de prioridades. Para os serviços optou-se em realizar pregões presenciais para
manter a lisura e transparências dos processos. Nesse meio tempo ainda havia a
necessidade de equipar todo o novo prédio da UPA. Em paralelo havia grande
necessidade de reorganizar o contrato de manutenção de frota que chegou a ter
mais de 40 viaturas baixadas no pátio.
Outra realidade que obstruía a execução das atividades de
forma otimizada, era a completa falta de rumo dos setores do Departamento de
Gestão Operacional. Todos os demais setores da SEMS, atuavam com pressão dentro
do departamento, no mais exemplar estilo “quem grita mais leva”. As equipes de
manutenção, almoxarifado, patrimônio, compras, informática, viviam sem rumo;
correndo igual barata tonta e faziam tudo, mas na pratica não faziam nada, ou
pelo nunca davam solução definitiva aos problemas. Uma verdadeira gambiarra
coletiva.
Ao fazer a avaliação das propostas do ano anterior, junto
com todos os setores do DGO hoje, foi possível verificar que todos esses
problemas estão equalizados. Não solucionados, mas muito bem encaminhados. Hoje
existem contratos novos e atualizados para todos os grupos citados. A UPA está
equipada. A frota está no dia de hoje apenas 2 ambulância baixadas e 2 carros
no pátio, todos os demais estão em condições de uso, ou em revisões preventivas
regulares. Os setores de serviço seguem uma sequência lógica de trabalho sem
pressão ou influência direta de outros setores internos e externos. A
secretaria, pelo menos desde 2007, nunca chegou ao final de ano com uma
situação operacional tão satisfatória. É tudo... Óbvio que não; na mesma
avaliação, foi possível certificar que se foi possível avançar em diversos
problemas, outros tantos sugiram, e com nível de complexidade muito maiores.
Demandarão para o ano que vem muito mais conhecimento e
habilidade de toda equipe operacional. Fica nítido e claro que a cada novo
passo de crescimento da secretaria novos e inéditos problemas surgem. Cada novo
lote de computadores distribuídos, acrescentam novos pedidos de manutenção, por
exemplo. E assim com tudo quanto é novidade da secretaria. O problema disso é
que o departamento operacional não está crescendo junto com o restante da SEMS.
As equipes não conseguem mais prestar os devidos atendimentos na velocidade e
forma desorganizada que a rede solicita. Isso está levando as equipes a exaustão.
Aliado a isso a pressão, dos demais setores que não fazem o menor esforço por
entender o funcionamento legal de uma estrutura operacional em serviço público
acaba por atrapalhar de vez. De forma que está muito claro os limites
estruturais e orçamentários a que a saúde de nossa cidade devem obedecer.
Ultrapassar esses limites, é criar frustração e embate entre os setores
internos, e pior; estar muito próximo de cometer ilegalidades e isso não pode
ser permitido em hipótese alguma.
Como solucionar isso? Esse é o grande desafio da saúde
pública douradense para 2015. Continuar a avançar e crescer de forma organizada
planejada e dentro da lei como se conseguiu até aqui, ou simplesmente ignorar
as complexidades das demandas atuais e se arriscar a fazer as coisas de qualquer
jeito. Estagnar também não deve ser uma opção. No momento não há formula
estabelecida, é preciso que todos juntos busquem o melhor caminho. Sempre em
frente... sem perder o rumo!
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