Por Edu Marcondes
Foto: Site Prefeitura Municipal de Dourados
Foto: Site Prefeitura Municipal de Dourados
Além de conhecimentos difusos, e entendimentos diversos,
a integração dos serviços de saúde, esbarra em dois outros fatores extremamente
preponderantes; a distribuição de recursos, e os interesses pessoais e
políticos, de servidores e representantes sociais. Que só pensam de verdade em
si próprios e tentam se apoderam das fatias da estrutura, com se sua fossem,
para lograr privilégios de toda sorte.
Mas vamos tentar pensar de forma coletiva e isenta; Todos
sabem que o nosso Sistema Único de Saúde – SUS – foi concebido da demanda
social por um atendimento universal e igualitário para todos os cidadãos
brasileiros, e não apenas para os segurados. Em sendo assim ele tem sua
premissa mais básica a necessidade de ser um sistema nacional.
Se ele deve atender todos os brasileiros, ele não pode
ser bom em uma cidade e péssimo em outra, o cidadão tem o direito de ser
atendido e o estado tem o dever de atendê-lo. Porem esse atendimento não
precisa necessariamente ser fixo, segmentado ou engessado. Ele deve fazer parte
de uma rede de saúde, que possa dar a esse cidadão garantias em qualquer lugar
do território nacional.
A grande dificuldade que enfrentamos hoje é de que as
pessoas, usuários, gestores e, sobretudo políticos, entendam que não existe uma
unidade que seja mais importante que a outra, serviço que se sobreponha as
secretarias que por sua vez compõe uma rede. Não existe lógica de garantia de
um serviço de saúde minimamente razoável de forma segmentada, onde um quer
ganhar mais que o outro; Ou ter mais privilégios que outros.
Trazendo o assunto para o campo mais prático, pode-se
esclarecer que o ministério da saúde, através das secretarias estaduais de
saúde tem buscado ativar mecanismos de comprometimento dos municípios para
garantir tanto o atendimento integrado de saúde, como indicadores de qualidade
para a população.
Para tanto a estrutura de saúde hoje é dividida no que
chamamos de regiões de saúde, macro e micro regiões. Que agrupam os municípios
tendo sempre um com melhor estrutura que é denominado sede da micro, e sede de
macro. Essa estrutura tem a pretensão de garantir que um pequeno município sem
a menor condição de atendimento possa encaminhar seu cidadão para ser
atendimento numa sede de micro; E em necessitando de maior complexidade de
atendimento que seja encaminhado para a sede da macro.
Teoricamente é um modelo lógico, mas que tem demonstrado
um brutal nível de esgotamento, já que essas sedes, tem cada vez menos
capacidade de financiamento para atender essa população cada vez mais
crescente. Por sua vez os pequenos municípios têm demonstrado cada vez menos
interesse em equipar suas próprias redes.
É muito importante que todos entendam que antes de se
compor uma grande rede nacional como necessita o SUS, os municípios estruturem
suas redes internas, com uma atenção primária de saúde e uma vigilância em
saúde única e atuante. Dentro dessas redes primárias, não possível que se tenha
um serviço especifico que trabalhe de forma independente ou uma atenção a
saúde, que não tenha acesso aos indicadores de vigilância do município para
direcionar suas ações, e assim por diante.
Para a rede SUS funcionar, é vital o entendimento que
todos são uma coisa só, todos estão no mesmo barco, que as redes de saúde devem
começar, ainda que pequenas, nos próprios municípios, por menores que sejam.
Daí os municípios devem se integrar de forma universal em todo o território
nacional, de forma que se possa um sistema de saúde efetivamente ÚNICO e de
mesma qualidade em qualquer recanto do Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário